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Transição energética na Amazônia: evento em Manaus traz o tema para o centro do debate

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 18/09/2025 às 09:42
Colagem realista com seis imagens representando fontes de energia e sustentabilidade.
Colagem de imagens realistas que ilustram usinas, energia limpa, natureza e infraestrutura.
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Descubra como a transição energética na Amazônia pode impulsionar inovação, reduzir desigualdades e colocar o Brasil na liderança sustentável.

A discussão sobre a transição energética na Amazônia cresce a cada ano no Brasil e no mundo. Por isso, em Manaus, o Congresso de Inovação Tecnológica e Eficiência Energética do Setor Elétrico (Citeenel) trouxe o tema para o centro do debate. Assim, autoridades, pesquisadores e representantes de empresas do setor elétrico puderam refletir sobre os caminhos para um futuro mais sustentável.

O encontro mostrou que a Amazônia, além de sua riqueza natural, ocupa posição estratégica para a construção de um modelo energético mais limpo, justo e sustentável. Desse modo, o evento reuniu o governador do Amazonas, Wilson Lima, diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e lideranças empresariais.

Durante a abertura, eles ressaltaram que o setor elétrico precisa de investimentos em pesquisa e inovação. Somente assim o Brasil poderá avançar rumo a uma matriz que reduza emissões, garanta acesso às populações mais vulneráveis e valorize os recursos locais.

A importância histórica da Amazônia na matriz energética

Ao longo da história, a Amazônia se conectou diretamente à produção de energia. Nesse sentido, a construção da usina hidrelétrica de Balbina, inaugurada em 1989, marcou profundamente a região. Entretanto, até hoje ela provoca debates sobre os impactos sociais e ambientais.

Embora a hidreletricidade tenha ampliado o fornecimento de energia no país, os custos ambientais na região amazônica evidenciaram a necessidade de alternativas mais equilibradas.

Nas últimas décadas, o debate global sobre mudanças climáticas e sustentabilidade reforçou o papel estratégico da Amazônia. Afinal, a região reúne enorme potencial para fontes renováveis, como energia solar, energia eólica em áreas específicas e até mesmo o uso do gás natural como apoio no curto prazo.

Ainda assim, muitas comunidades vivem em condição de pobreza energética, sem acesso regular e de qualidade à eletricidade.

Garantir energia a essas comunidades significa muito mais do que iluminar casas. Isso porque o acesso confiável abre caminho para educação, saúde, oportunidades de trabalho e redução das desigualdades sociais.

Portanto, a transição energética na Amazônia também representa um compromisso histórico de inclusão.

O Citeenel e o debate sobre inovação

No Citeenel, a vice-reitora da Universidade de Michigan, Shalanda Baker, lembrou que a falta de acesso à energia prejudica comunidades negras e minorias. Por esse motivo, ela reforçou a necessidade de uma transição justa e inclusiva.

Em sua visão, o Brasil pode liderar esse processo. Afinal, o país reúne condições de desenvolver soluções que unam tecnologia, sustentabilidade e equidade social.

O diretor-geral da ANEEL, Sandoval Feitosa, destacou que o desafio principal é equilibrar investimentos em infraestrutura e sustentabilidade. Para alcançar esse objetivo, torna-se essencial apostar em pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Além disso, essas iniciativas transformam o setor elétrico em motor de crescimento econômico e social.

Empresários do setor, como os presidentes da Eneva, Copel, SPIC Brasil e Isa Energia, acrescentaram que a transição energética não deve ser vista apenas como agenda ambiental. Pelo contrário, trata-se de uma oportunidade de fortalecer a economia, atrair investimentos, reduzir desigualdades e abrir espaço para tecnologias competitivas no cenário global.

A Arena Inovação e o papel das comunidades

Um dos pontos altos do evento foi a Arena Inovação. Nesse espaço, especialistas discutiram tendências e apresentaram projetos voltados ao futuro da energia. Assim, a superintendente da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Valcléia dos Santos Lima, afirmou que a transição só terá êxito se acontecer junto às comunidades amazônicas.

Isso porque muitas delas vivem em áreas isoladas, onde o fornecimento de energia depende de soluções adaptadas às condições locais.

Essa perspectiva mostra que a transição energética na Amazônia não se resume à tecnologia. Ou seja, não basta instalar painéis solares ou turbinas eólicas.

É necessário criar modelos de geração e distribuição que respeitem a cultura, os modos de vida e as necessidades das comunidades.

Além disso, a integração entre inovação e participação comunitária gera um ambiente de aprendizado mútuo. Desse modo, tecnologias desenvolvidas para a Amazônia podem inspirar soluções em outras regiões do mundo com desafios semelhantes.

Por consequência, o protagonismo local, aliado ao conhecimento tradicional, fortalece a criação de soluções energéticas inovadoras e sustentáveis.

O papel do gás natural como ponte

Outro ponto importante surgiu na fala de Andrea Monte, da Eneva, sobre o gás natural. Embora não seja fonte renovável, o gás polui menos que o óleo diesel, ainda usado em muitas usinas termelétricas.

Portanto, em áreas remotas, o gás pode servir como recurso de transição no curto e médio prazo. Isso garante segurança no fornecimento e ajuda a reduzir custos.

A transição energética, entretanto, não acontece de forma imediata. Pelo contrário, ela resulta da combinação entre inovação tecnológica, políticas públicas e investimentos privados.

Assim, cada etapa considera a realidade econômica e social de cada região.

Historicamente, o Amazonas e outros estados da região dependeram de usinas a diesel. Essa prática aumentava custos e impactos ambientais.

No entanto, a introdução gradual do gás natural, somada à expansão das fontes renováveis, pode mudar esse cenário.

Com isso, a região reduz vulnerabilidades e prepara o terreno para que as energias limpas dominem a matriz no futuro.

Oportunidade de desenvolvimento para a Amazônia

O encontro em Manaus reforçou uma mensagem central: a transição energética deve ser vista como oportunidade de desenvolvimento para o Brasil e, especialmente, para a Amazônia.

Isso ocorre porque a descarbonização, o uso de novas tecnologias e a busca por eficiência podem gerar empregos, atrair investimentos e estimular cadeias produtivas locais.

A Amazônia pode se tornar referência global em soluções sustentáveis. O mundo acompanha de perto o que acontece na região, não apenas por sua biodiversidade, mas também porque a floresta exerce papel crucial no equilíbrio climático.

Assim, liderar a transição energética a partir da Amazônia revela a responsabilidade ambiental e o protagonismo internacional do Brasil.

Esse protagonismo, no entanto, exige visão de longo prazo. O país precisa investir em educação técnica, ampliar a infraestrutura de pesquisa e incentivar startups locais.

Com esse ecossistema, a Amazônia deixa de ser vista apenas como fornecedora de recursos e passa a ocupar lugar de liderança na produção de conhecimento e inovação em energia limpa.

O futuro da transição energética na Amazônia

Ao reunir especialistas, gestores públicos e lideranças comunitárias, o Citeenel mostrou que o futuro da energia passa pela Amazônia.

Embora a região carregue desafios históricos, como a dificuldade de integrar comunidades isoladas, ela também oferece oportunidades únicas.

Afinal, a abundância de recursos naturais e o potencial para inovação se destacam.

A transição energética na Amazônia precisa caminhar junto com políticas que promovam inclusão social, redução da pobreza energética e proteção ambiental.

Portanto, o processo depende de parcerias entre governos, empresas, universidades e organizações da sociedade civil.

Mais que um avanço técnico, a transição significa uma transformação cultural e social. Isso porque ela redefine a forma como produzimos e consumimos energia e garante que os benefícios alcancem todos.

Por essa razão, o evento em Manaus simbolizou um passo importante para reforçar que o futuro energético do Brasil está intimamente ligado ao destino da Amazônia.

A transição energética na Amazônia representa mais que um desafio: constitui uma oportunidade histórica.

Portanto, ao unir inovação, sustentabilidade e justiça social, o Brasil pode transformar a região em exemplo para o mundo.

O Citeenel em Manaus mostrou que o debate já acontece e que o setor elétrico exerce papel central nessa caminhada.

Assim, a Amazônia, com sua riqueza natural e diversidade cultural, pode se tornar o coração da transição energética no país.

Ainda que o caminho seja longo, cada passo em direção a uma matriz mais limpa fortalece não apenas a região, mas também o Brasil diante das mudanças climáticas e da busca por um desenvolvimento justo e equilibrado.

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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