Descubra como a transição energética global oferece oportunidades econômicas, gera empregos e promove um futuro sustentável para todos, com energias renováveis substituindo os combustíveis fósseis.
A transição energética global figura, sem dúvida, entre os temas mais relevantes e urgentes da atualidade. De fato, ela traz desafios, oportunidades e mudanças profundas para a economia mundial.
Esse processo consiste, essencialmente, em substituir gradualmente os combustíveis fósseis por fontes de energia renováveis. Portanto, pode transformar a forma como o mundo produz, distribui e consome energia, além de gerar enormes benefícios econômicos, sociais e ambientais.
Historicamente, a humanidade sempre usou fontes de energia que evoluíram conforme o avanço tecnológico e as necessidades da sociedade.
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Desde o uso da madeira e do carvão na era pré-industrial até o auge dos combustíveis fósseis no século XX, a matriz energética mundial sofreu transformações significativas.
Entretanto, o impacto ambiental desses combustíveis, especialmente o aumento das emissões de gases de efeito estufa, causa mudanças climáticas que ameaçam a vida no planeta.
Foi diante desse cenário que, em 2015, os países adotaram o Acordo de Paris. Um marco global que estabelece metas para limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais.
Desde então, diversos países têm alinhado suas políticas e investimentos para acelerar a transição energética global. Focando, portanto, em fontes limpas como solar, eólica, hidrelétrica, biomassa e outras alternativas renováveis.
É importante destacar que a transição não acontece de forma homogênea ao redor do mundo. Enquanto algumas nações avançam rapidamente na implantação de energias renováveis, outras enfrentam dificuldades técnicas, financeiras ou políticas.
Por isso, a cooperação internacional desempenha papel fundamental para garantir que os benefícios da energia limpa se espalhem globalmente, evitando aumentar as desigualdades entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Oportunidades econômicas da transição energética
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, destaca que a transição energética não representa apenas uma necessidade ambiental, mas também uma grande oportunidade econômica.
Em recente discurso, ele afirmou que as energias renováveis já quase alcançam a capacidade instalada dos combustíveis fósseis em escala mundial, sinalizando, portanto, um avanço significativo nessa transformação.
Esse movimento pode criar milhões de empregos, incentivar a inovação tecnológica e estimular o crescimento econômico sustentável.
Por exemplo, setores como a fabricação de painéis solares, turbinas eólicas, baterias para armazenamento de energia e infraestrutura para veículos elétricos crescem rapidamente e demandam profissionais qualificados, promovendo, assim, uma nova economia verde.
Além disso, ampliar o uso de energias limpas contribui para a segurança energética, reduzindo a dependência de recursos não renováveis e voláteis.
Essa autonomia energética protege as economias contra choques externos, como crises políticas em países produtores de petróleo ou flutuações bruscas nos preços internacionais dos combustíveis fósseis.
Para garantir que essa mudança ocorra de forma justa e eficaz, Guterres enfatiza que os países devem cumprir seus compromissos climáticos, principalmente os membros do G20, responsáveis por cerca de 80% das emissões globais.
Ele também ressalta a importância de planos nacionais de ação, conhecidos como NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), alinhados ao limite de 1,5 grau Celsius, que cubram todas as emissões e integrem energia, clima e desenvolvimento sustentável.
Um novo paradigma energético e seus desafios
Historicamente, a economia mundial baseou-se nos combustíveis fósseis, que impulsionaram o crescimento industrial e urbano, mas também geraram poluição e impactos ambientais profundos.
A dependência do petróleo, do carvão e do gás natural moldou relações políticas e econômicas globais durante décadas.
Entretanto, essa dependência começa a dar lugar a um novo paradigma energético, pautado, portanto, na sustentabilidade e inovação.
Um dos principais desafios da transição energética global consiste em garantir que os países em desenvolvimento, que muitas vezes enfrentam limitações financeiras e tecnológicas, tenham acesso às fontes renováveis e possam participar desse movimento de forma equitativa.
Por isso, a ONU propõe canalizar fundos e investimentos para essas nações, promovendo, assim, justiça climática e inclusão social.
Além disso, a transição exige reformas estruturais, políticas públicas consistentes e cooperação internacional eficaz.
Guterres alerta que setores ligados aos combustíveis fósseis podem atrasar o processo utilizando medidas protecionistas ou lobby político.
Por isso, governos, empresas e a sociedade civil devem atuar juntos para superar esses obstáculos.
Ainda neste contexto, a inovação tecnológica desempenha papel decisivo para viabilizar a transição.
Avanços em armazenamento de energia, como baterias de longa duração, e na eficiência energética tornam as fontes renováveis mais competitivas e confiáveis, mesmo diante das variações naturais, como dias nublados ou períodos de calmaria.
Tecnologias e impactos da revolução energética
A revolução energética que se aproxima apresenta tecnologias mais limpas, baratas e abundantes.
A energia solar, por exemplo, mostra um dos maiores crescimentos dos últimos anos, impulsionada pela queda nos custos dos painéis e pela facilidade de instalação em diversas regiões.
A energia eólica também ganhou destaque, especialmente em áreas com ventos constantes, como regiões costeiras.
Além dessas, outras tecnologias emergentes, como o hidrogênio verde e a energia das ondas marítimas, começam a ser exploradas como complementos para uma matriz energética diversificada e sustentável.
Essa diversidade ajuda a garantir o fornecimento estável e atende, portanto, a diferentes demandas regionais.
Essa transformação reduz as emissões de gases poluentes e fortalece a autonomia energética dos países.
Ao depender menos de combustíveis importados, as nações garantem maior estabilidade econômica e política, reduzindo, assim, riscos associados a crises internacionais e oscilações de preços.
Outro aspecto importante da transição energética global é o comércio internacional, que atua como ferramenta para promover a transformação energética.
Facilitar o comércio de tecnologias limpas, componentes para energias renováveis e investimentos acelera a adoção dessas soluções em escala global.
Isso reforça a ideia de que a transição energética é um movimento coletivo, que depende da colaboração entre países e setores.
Um futuro sustentável e inclusivo
Desde a primeira revolução industrial, o acesso à energia sempre determinou o desenvolvimento econômico e social.
Hoje, a possibilidade de uma energia barata, limpa e abundante pode marcar o início de uma nova era, mais sustentável e inclusiva.
Essa perspectiva traz esperança diante dos desafios climáticos, mostrando que a economia verde pode se tornar uma realidade para todos.
O relatório “Um Momento de Oportunidade: Turbinando a Era da Energia Limpa”, produzido por diversas agências da ONU e parceiros internacionais, reforça essa visão positiva, destacando os benefícios já alcançados e os caminhos para acelerar o processo em nível mundial.
Segundo o documento, podemos construir sistemas energéticos do século XXI que atendam à demanda crescente por energia, respeitando o meio ambiente e promovendo a justiça social.
Por fim, a transição energética global deve ser encarada como uma responsabilidade compartilhada e uma chance para reinventar a economia, criando empregos, reduzindo desigualdades e protegendo o planeta para as futuras gerações.
O momento exige ação urgente, com decisões e reformas necessárias para garantir que a nova era energética seja justa, eficiente e sustentável.
Assim, o mundo pode avançar para um futuro onde a energia limpa não funcione apenas como alternativa, mas seja a base para o desenvolvimento econômico global, provando que o combate às mudanças climáticas e o crescimento econômico caminham juntos.