Já parou para pensar se o SUV gasta mais combustível justamente quando você mais precisa dele? O trânsito pesado das capitais brasileiras transforma qualquer deslocamento em um teste de paciência — e de bolso. Nesses momentos, cada litro conta. E quando a disputa está entre dois dos SUVs compactos mais vendidos do país, Chevrolet Tracker e Hyundai Creta, a dúvida surge: qual deles entrega mais economia no anda e para urbano, tanto com gasolina quanto com etanol?
Qual SUV gasta mais combustível: veja comparação completa entre Tracker e Creta
Os dados oficiais do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), organizado pelo Inmetro, ajudam a responder. Vamos aos números detalhados, sempre considerando os motores 1.0 turbo automáticos, os mais vendidos em ambas as linhas:
- Chevrolet Tracker 1.0 Turbo AT
- Gasolina: 11,2 km/l na cidade e 13,6 km/l na estrada
- Etanol: 7,7 km/l na cidade e 9,4 km/l na estrada
- Tanque: 47 litros
- Hyundai Creta 1.0 Turbo AT
- Gasolina: 11,0 km/l na cidade e 12,5 km/l na estrada
- Etanol: 7,6 km/l na cidade e 8,2 km/l na estrada
- Tanque: 50 litros
Na prática, esses números significam que, em trânsito urbano intenso, o Tracker entrega até 0,2 km/l a mais de autonomia com gasolina e 0,1 km/l com etanol. Pode parecer uma margem pequena, mas no uso diário — e especialmente para quem roda 40 a 50 km por dia em capitais — isso representa quase um tanque inteiro de economia ao final de um ano.
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O Creta, por outro lado, compensa com um tanque maior, o que amplia a autonomia geral em rodovias, mas mantém o gasto mais elevado em congestionamentos. Esse padrão é relatado tanto em testes de revistas como a Quatro Rodas quanto em análises técnicas do próprio Inmetro.
Por que o consumo urbano varia tanto?
O trânsito das grandes capitais é implacável com qualquer motor. Frenagens constantes, ar-condicionado em uso pesado e retomadas curtas exigem mais combustível. Nesse cenário, tanto Tracker quanto Creta sofrem, mas a diferença aparece em detalhes como peso do veículo, ajuste da transmissão e calibração do turbo.
O Creta, por ser ligeiramente mais pesado (1.300 kg contra 1.250 kg do Tracker, em média), tende a exigir mais esforço nas arrancadas. Já o Tracker, mesmo mais leve, sente mais o uso contínuo do ar-condicionado. Segundo publicações especializadas como Autoesporte, a diferença de até 10% no consumo urbano entre motoristas de estilos diferentes é comum, mostrando que o fator humano é decisivo.
Como economizar no dia a dia com qualquer SUV
Seja Tracker ou Creta, você pode aplicar 8 medidas práticas para reduzir o gasto no anda e para das cidades:
- Dirija de forma progressiva – acelere suavemente, sem arrancadas bruscas.
- Mantenha a calibragem correta dos pneus – pressão baixa aumenta a resistência.
- Faça revisões em dia – filtros e velas em mau estado comprometem a eficiência.
- Evite excesso de carga – cada 50 kg extras no porta-malas aumentam o consumo.
- Use o ar-condicionado de forma consciente – em velocidades baixas, prefira ventilar o carro.
- Planeje trajetos – aplicativos de trânsito ajudam a fugir de engarrafamentos mais pesados.
- Desligue o carro em longas paradas – minutos no “ponto morto” somam litros desperdiçados.
- Abasteça em locais de confiança – combustível adulterado aumenta o gasto e danifica o motor.
Tracker ou Creta: quem leva vantagem na cidade?
Pelos números, o Tracker se mostra ligeiramente mais econômico, especialmente para quem usa o carro quase exclusivamente em percursos urbanos. O Creta, no entanto, oferece tanque maior e uma proposta de espaço interno mais generoso, fatores que podem pesar na escolha de quem prioriza conforto ou roda muito em rodovias.
Em valores reais, considerando gasolina a R$ 5,80, quem roda 1.000 km por mês na cidade gastará:
- Tracker: cerca de 89 litros → R$ 516 por mês
- Creta: cerca de 91 litros → R$ 528 por mês
Com etanol a R$ 3,80, a diferença se mantém proporcional:
- Tracker: 130 litros → R$ 494 por mês
- Creta: 132 litros → R$ 501 por mês
Parece pouco, mas em 5 anos de uso essa diferença pode ultrapassar os R$ 700 apenas em combustível, sem considerar revisões e manutenção.
Mais do que consumo: outros fatores na escolha
- Manutenção: o Creta tem revisões ligeiramente mais caras, mas intervalos bem definidos pela Hyundai.
- Seguro: o Tracker tende a ser mais barato em perfis de condutor urbano, segundo corretoras especializadas.
- Revenda: ambos têm boa aceitação, mas o Chevrolet tem tido valorização mais estável no mercado de usados nos últimos três anos.
Na batalha entre Tracker e Creta, quem procura entender se um SUV gasta mais combustível no trânsito pesado encontra uma disputa acirrada. Os números mostram vantagem discreta para o Tracker, mas o Creta compensa em outros aspectos, como espaço e autonomia em viagens. No fim, o fator decisivo pode não estar apenas no carro, mas no estilo de direção do motorista — e nas escolhas diárias que transformam o tanque em aliado ou em vilão.