Preços de tomate, ovo e feijão disparam no Brasil e pressionam o agronegócio e gera preocupação para o bolso do consumidor.
Tomate, ovo e feijão disparam e pressionam o bolso do consumidor
Os preços de alimentos básicos voltaram a subir com força no Brasil. Nesta segunda semana de outubro, tomate, ovo e feijão registram aumentos expressivos nas prateleiras, surpreendendo consumidores e reacendendo discussões no agronegócio nacional.
A escalada dos preços ocorre em um cenário de mudanças no mercado interno e reflexos internacionais, especialmente no comércio entre Estados Unidos e China.
A alta começou a se intensificar logo após setembro, mês em que alimentos ajudaram a conter a inflação. Agora, o movimento é inverso: o tomate, que custava entre R$ 3 e R$ 4 por quilo na semana passada, já ultrapassa a marca dos R$ 10.
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O feijão carioca de primeira qualidade também rompeu a barreira dos R$ 10, enquanto a versão mais simples, que custava R$ 5, já está em torno de R$ 7. O ovo teve alta de cerca de 10% e deve continuar subindo nas próximas semanas.
Alimentos básicos sofrem virada repentina de preços
Até setembro, produtos como tomate, batata, cebola, arroz, feijão e ovo ajudavam a aliviar o orçamento das famílias. No entanto, uma virada repentina fez com que o cenário mudasse de forma acelerada.
Os supermercados registram aumento diário nos preços de hortifrutis e grãos, pressionando o poder de compra da população. Especialistas afirmam que a demanda elevada e oscilações na oferta agrícola explicam parte dessa alta.
Além disso, a carne bovina, que vinha apresentando certa estabilidade, iniciou outubro com ligeira alta. A tendência é de manter preços firmes até o final do ano, acompanhando o movimento de outros alimentos.
Impactos no agronegócio e cenário internacional
Enquanto o consumidor sente no bolso, o agronegócio brasileiro também acompanha de perto os desdobramentos internacionais. Um novo confronto tarifário entre Estados Unidos e China pode beneficiar diretamente a soja brasileira.
Donald Trump ameaça aplicar tarifas de 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro. Em resposta, Xi Jinping anunciou tarifas especiais para navios americanos em portos chineses.
Como consequência, os estoques de soja nos EUA estão lotados e sem destino, abrindo espaço para que o Brasil amplie sua presença no mercado chinês.
Na última semana, o preço da soja brasileira apresentou ligeira alta, impulsionado pela valorização do dólar.
O governo federal espera avançar nas negociações comerciais, depois que o presidente Lula solicitou a Trump a redução da tarifa de 50% para 10%, retomando níveis anteriores às tensões comerciais.
Consumo interno e festas de fim de ano pressionam preços
Enquanto o mercado externo aquece, a realidade doméstica mostra que o consumo interno deve aumentar com a proximidade das festas de fim de ano. Esse comportamento eleva a demanda por alimentos e tende a manter a curva de preços em alta.
No caso da carne bovina, o setor já projeta reajustes graduais até dezembro. Já para produtos agrícolas como tomate, ovo e feijão, a expectativa é de alta moderada, mas consistente, principalmente em centros urbanos.
Segundo economistas, a menor oferta e os custos logísticos mais altos reforçam esse movimento. Assim, mesmo produtos considerados básicos passam a pesar mais no orçamento familiar.
Agronegócio: Governo e produtores buscam alternativas
Diante da pressão, o governo monitora de perto a escalada dos preços e discute medidas para equilibrar a oferta de alimentos no país.
A expectativa é que a colheita de algumas safras amenize parte da alta nos próximos meses, embora o impacto imediato já seja sentido.
Enquanto isso, produtores do agronegócio brasileiro tentam aproveitar as oportunidades no mercado externo, especialmente com a soja, ao mesmo tempo em que enfrentam os desafios de custos internos e instabilidade climática.
Consumidor deve se preparar para semanas mais caras
A tendência para as próximas semanas é clara: os preços de tomate, ovo, feijão e carne bovina devem continuar pressionados. Para muitos especialistas, a virada de outubro marca o início de um período de maior atenção aos gastos com alimentação.
A combinação entre cenário internacional conturbado, demanda sazonal aquecida e desafios na produção agrícola cria um ambiente de incertezas, tanto para consumidores quanto para o setor produtivo.
Enquanto isso, os brasileiros voltam a sentir, na prática, o impacto do agronegócio e das dinâmicas globais diretamente no carrinho de compras.