1. Início
  2. / Curiosidades
  3. / Com 170 quilômetros de extensão, 500 metros de altura e 200 de largura, este megaprojeto bilionário na Arábia Saudita custará R$ 2,6 trilhões e abrigará 9 milhões de pessoas em uma cidade espelhada sem carros, sob o sol do deserto
Tempo de leitura 5 min de leitura Comentários 0 comentários

Com 170 quilômetros de extensão, 500 metros de altura e 200 de largura, este megaprojeto bilionário na Arábia Saudita custará R$ 2,6 trilhões e abrigará 9 milhões de pessoas em uma cidade espelhada sem carros, sob o sol do deserto

Escrito por Felipe Alves da Silva
Publicado em 22/10/2025 às 01:08
Atualizado em 21/10/2025 às 22:10
Com 170 km de extensão, The Line é a cidade espelhada da Arábia Saudita que promete zero carbono, energia limpa e vida controlada por IA. Imagem: NEOM
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

No deserto da Arábia Saudita, ergue-se uma cidade espelhada de 170 km sem carros ou poluição, onde tecnologia, luxo e sustentabilidade se unem para criar um novo modelo de civilização

Erguido como um espelho monumental no meio do deserto da Arábia Saudita, The Line é mais do que um edifício: é uma tentativa de reinventar completamente o modo como a humanidade vive. Com 170 quilômetros de extensão, 500 metros de altura e 200 de largura, o megaprojeto quer ser a cidade mais tecnológica e sustentável do planeta, sem ruas, carros ou emissões de carbono.

A estrutura, parte da iniciativa NEOM, foi concebida para abrigar até 9 milhões de pessoas em um único corredor urbano autossuficiente. É o coração do plano “Visão 2030”, liderado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman (MBS), que busca transformar a Arábia Saudita em símbolo global de inovação e energia limpa.

Uma cidade linear que redefine o conceito de urbanismo

Diferente de qualquer outra construção no mundo, The Line é uma cidade linear contínua, projetada para funcionar como um corredor urbano vertical.
Cada segmento comporta bairros empilhados, zonas residenciais, centros de trabalho, áreas verdes e espaços de lazer — tudo conectado por uma rede subterrânea de transporte de alta velocidade que atravessará toda a cidade em apenas 20 minutos.

O projeto elimina ruas e veículos tradicionais: a mobilidade será feita por trens elétricos e elevadores automáticos. A promessa é que nenhum morador precise caminhar mais de cinco minutos para acessar escolas, hospitais, mercados ou parques.

The Line, projeto de R$ 2,6 trilhões na Arábia Saudita, terá 170 km de extensão e abrigará 9 milhões de pessoas em uma cidade sem carros nem poluição. Imagem: NEOM

Espelhos, luz e deserto: o visual mais futurista já construído

A fachada de The Line será completamente revestida por painéis espelhados, refletindo as dunas e o céu do deserto, criando a ilusão de uma lâmina de vidro infinita cortando o horizonte. À distância, parecerá uma miragem — mas no interior, o ambiente será totalmente climatizado e controlado digitalmente.

A iluminação e temperatura serão ajustadas por sensores inteligentes e sistemas de IA que simulam um clima ideal constante. O conceito é que os habitantes vivam em um “ambiente perfeito”, sem calor extremo, sem ruído e com luz natural filtrada por algoritmos.

Energia 100% renovável e controle total por inteligência artificial

Todo o funcionamento da cidade será movido por fontes de energia solar e eólica, com sistemas de armazenamento integrados. A NEOM promete emissão zero de carbono, reciclagem completa da água e reaproveitamento de resíduos.

A infraestrutura digital será comandada por um sistema central de IA, capaz de aprender padrões de comportamento e antecipar as necessidades dos moradores — desde o consumo de energia até a mobilidade.
A ideia é criar uma urbe viva, autoadaptável e sustentável, onde o conforto humano é otimizado por algoritmos.

YouTube Video

O símbolo máximo da ambição saudita

The Line é o carro-chefe do programa NEOM, que abrange 26 mil km² e inclui outros megaprojetos, como Oxagon, uma cidade portuária flutuante, e Trojena, um resort de esqui nas montanhas do deserto.

A meta é diversificar a economia saudita, reduzindo a dependência do petróleo e projetando o país como potência global de inovação. O investimento total previsto ultrapassa US$ 500 bilhões, tornando NEOM um dos empreendimentos mais caros da história humana.

Mohammed bin Salman declarou que The Line representa “uma revolução civilizatória”, símbolo do futuro sustentável que o país deseja exportar ao mundo.

O desafio da engenharia e da realidade

Construir uma cidade com 170 km de comprimento em pleno deserto é um feito que desafia a engenharia moderna. As obras exigem escavações profundas, sistemas subterrâneos de ventilação e climatização, além de quilômetros de fundações contínuas.

Imagens de satélite já revelam as primeiras seções em construção, com colunas de aço e concreto sendo erguidas simultaneamente em diversos pontos. Cada módulo deve funcionar de forma autônoma, interligado por corredores técnicos e túneis de manutenção.

Ainda assim, especialistas alertam para riscos estruturais, logísticos e ambientais. O custo de manutenção de um ambiente totalmente climatizado em um dos desertos mais quentes do mundo pode ser colossal.

Críticas e controvérsias

Nem tudo é brilho. O projeto vem sendo alvo de críticas internacionais. Organizações de direitos humanos afirmam que a construção provocou remoções forçadas de comunidades locais, incluindo a tribo Howeitat, historicamente presente na região de Tabuk.

Além disso, arquitetos e ambientalistas questionam a real sustentabilidade de um projeto tão vasto e artificial. Para alguns, The Line é um símbolo de “hiperurbanismo autoritário”, um experimento que pode transformar a vida urbana em um sistema de vigilância e controle total.

YouTube Video

Um espelho do futuro — ou uma miragem dourada

Apesar das polêmicas, The Line já cumpre seu papel simbólico. Representa o desejo da humanidade de transcender limites físicos e criar cidades sob medida para o século XXI.

Assim como o Burj Khalifa marcou a era dos arranha-céus, The Line inaugura a era das cidades verticais lineares, onde o espaço é comprimido e a vida é organizada em camadas digitais.

Mas a pergunta permanece: até que ponto a busca por eficiência pode coexistir com a liberdade humana?

Um marco da era digital no coração do deserto

The Line é mais do que um projeto arquitetônico — é um manifesto do futuro. Uma promessa de sustentabilidade total, controle climático, eficiência absoluta e design monumental.
Se será uma utopia habitável ou uma miragem tecnológica, só o tempo dirá.

Por ora, as luzes refletidas no deserto saudita já anunciam uma nova era, onde o céu e o vidro se confundem — e onde o homem, mais uma vez, tenta moldar o mundo à imagem de sua própria ambição.

Banner quadrado em fundo preto com gradiente, destacando a frase “Acesse o CPG Click Petróleo e Gás com menos anúncios” em letras brancas e vermelhas. Abaixo, texto informativo: “App leve, notícias personalizadas, comentários, currículos e muito mais”. No rodapé, ícones da Google Play e App Store indicam a disponibilidade do aplicativo.
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Fonte
Felipe Alves da Silva

Sou Felipe Alves, com experiência na produção de conteúdo sobre segurança nacional, geopolítica, tecnologia e temas estratégicos que impactam diretamente o cenário contemporâneo. Ao longo da minha trajetória, busco oferecer análises claras, confiáveis e atualizadas, voltadas a especialistas, entusiastas e profissionais da área de segurança e geopolítica. Meu compromisso é contribuir para uma compreensão acessível e qualificada dos desafios e transformações no campo estratégico global. Sugestões de pauta, dúvidas ou contato institucional: fa06279@gmail.com

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x