Do zero ao espaço: como a impressão 3D está mudando o jogo na indústria espacial
Se você pensa que já viu de tudo quando o assunto é tecnologia, dê um giro de 180 graus e olhe para o céu. O que está subindo não é um passarinho, nem um avião. É um foguete, mas não é qualquer um: é um foguete impresso em 3D do zero! A pergunta que fica é: será que essa maravilha vai mesmo cruzar a atmosfera e chegar ao espaço?
O fenômeno chamado Terran 1
Não estamos falando de qualquer projeto. Trata-se do Terran 1, o primeiro foguete do mundo impresso em 3D. Quem dá vida a essa inovação é a empresa Relativity. Foram cinco anos de desenvolvimento árduo e, no final das contas, 85% das partes do foguete foram fabricadas exclusivamente por impressoras 3D. Até o primeiro estágio é todo feito de peças impressas.
Agora, você deve estar se perguntando: “Como você imprime um foguete que realmente voa?” Pois bem, não é qualquer “plástico” que vai aguentar as pressões e temperaturas do espaço. A Relativity apostou em dois materiais-chave: um tipo exclusivo de alumínio para o corpo e uma liga especial de cobre, cromo e nióbio, cortesia da NASA.
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Sem cola, só tecnologia
O mais incrível é que a impressão é feita sem um pingo de cola. O processo se vale de duas técnicas: fusão de leito de pó a laser e deposição de energia direcionada. A primeira cria peças fortes e detalhadas, enquanto a segunda é ideal para peças grandes. E assim, como em um passe de mágica tecnológica, o foguete vai tomando forma.
Mas não pense que é só de sucessos que vive essa história. Em 22 de março de 2023, o foguete decolou. Subiu, subiu e… bem, não chegou ao espaço. Os motores do segundo estágio falharam. Mas nem tudo está perdido: o foguete sobreviveu ao Max-Q, o ponto de maior estresse durante a subida.
“Mas por que se dar ao trabalho de imprimir um foguete em 3D?”, você deve estar se perguntando. Simples: é mais rápido e barato. Se algo der errado, é só alterar o código e imprimir novamente. Nada de enviar para o fabricante e esperar meses por um ajuste. O custo-benefício é tão bom que até os profissionais da área não poupam elogios.
Sobre a Relativity e a NASA
A Relativity é a empresa responsável por essa inovação que pode mudar o jogo no setor aeroespacial. Com um foco incansável em pesquisa e desenvolvimento, essa empresa norte-americana tem investido em tecnologias de ponta para levar o foguete Terran 1 do campo da ideia para o céu. A mistura de metais proprietários e a implementação de métodos de impressão 3D são um testemunho do espírito inovador que impulsiona a Relativity.
Não podemos ignorar o papel da NASA, que sempre foi um pilar no campo da exploração espacial. A organização não apenas inspirou muitas das tecnologias usadas, como também inventou os motores de três peças que tornaram possível esse feito. Ainda que indiretamente, a expertise e as inovações anteriores da NASA continuam a pavimentar o caminho para novos saltos gigantescos para a humanidade.