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O que aconteceria se a Terra girasse mais rápido? Especialistas alertam para efeitos catastróficos

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 09/09/2025 às 18:25
Se a Terra girasse mais rápido, haveria enchentes, terremotos mais fortes, furacões intensos e mudanças na gravidade?
Se a Terra girasse mais rápido, haveria enchentes, terremotos mais fortes, furacões intensos e mudanças na gravidade?
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Cientistas estão discutindo o que poderia acontecer se a Terra passasse a girar mais rápido. Embora pareça improvável, os efeitos descritos incluem inundações, terremotos e furacões mais intensos. Estudos alertam para impactos severos em ecossistemas e na vida cotidiana

Recentemente, cientistas observaram que a Terra tem girado de forma ligeiramente mais rápida, reduzindo a duração dos dias em milissegundos. Por conta disso, muitos se perguntaram: o que aconteceria se a Terra girasse mais rápido?

Apesar da mudança parecer mínima, estudos já discutem quais seriam as consequências se essa aceleração aumentasse. Conforme divulgado pela New Scientist, os riscos vão de inundações catastróficas a eventos climáticos e geológicos mais intensos.

Mudanças oceânicas e expansão da água

Um dos primeiros efeitos de uma rotação mais rápida seria o aumento da força centrífuga no planeta. Essa força empurraria grandes volumes de água em direção ao equador, alterando a forma da Terra.

Com isso, regiões equatoriais poderiam enfrentar inundações severas, enquanto áreas polares sofreriam com a redução dos níveis de água. A redistribuição criaria um cenário de desequilíbrio.

O professor Duncan Agnew, geofísico da Universidade da Califórnia, em San Diego, afirmou ao The Daily Mail que até mesmo um aumento de 10% na rotação já provocaria mudanças notáveis nas marés.

Segundo ele, algumas regiões teriam marés muito maiores e outras muito menores, rompendo padrões previsíveis.

Portanto, ecossistemas costeiros e infraestruturas localizadas próximas ao mar seriam duramente impactados. Cidades litorâneas e ilhas inteiras poderiam enfrentar situações de risco permanente.

Terremotos mais fortes e frequentes

A rotação da Terra não afeta apenas os oceanos. Ela também influencia o movimento das placas tectônicas. Quando a velocidade aumenta, as tensões na crosta terrestre crescem, elevando a chance de terremotos.

De acordo com o professor Agnew, uma Terra girando mais rápido pode acelerar a atividade tectônica. Isso geraria sismos mais frequentes e destrutivos em diferentes partes do planeta.

Alex Foster, citado pela New Scientist, explicou que a força centrífuga reduz a percepção de gravidade. “Quanto mais rápido a Terra gira, mais a gravidade será cancelada e mais leve você se sentirá”, observou. Essa mesma força ampliaria os efeitos nas falhas geológicas.

Portanto, regiões já conhecidas por sua instabilidade sísmica, como Japão e Chile, poderiam enfrentar riscos ainda maiores.

Furacões e tempestades devastadoras

Outro efeito grave seria o impacto nos sistemas climáticos. A intensificação da rotação reforçaria o chamado efeito Coriolis, responsável pela rotação de furacões e ciclones.

Segundo o astrônomo da NASA, Dr. Sten Odenwald, a consequência seria direta: “os furacões girarão mais rápido e carregarão mais energia”. Isso significaria tempestades mais violentas, com ventos capazes de destruir áreas inteiras em pouco tempo.

Além disso, os padrões climáticos sofreriam mudanças aceleradas. Isso poderia aumentar a frequência de eventos extremos, como ondas de calor, secas intensas e chuvas torrenciais. O planeta entraria em um ciclo de instabilidade climática contínua.

Gravidade e impacto na vida cotidiana

Um dos pontos mais curiosos seria o efeito sobre a gravidade sentida na superfície. Quanto maior a velocidade da Terra, maior a força centrífuga que age contra a gravidade.

Isso faria com que as pessoas se sentissem mais leves. Em cenários extremos, objetos poderiam até ser arremessados para fora do planeta, caso a força centrífuga superasse a atração gravitacional.

Embora esse seja um cenário extremo, ele ilustra como até mesmo tarefas simples do cotidiano seriam alteradas. Caminhar, correr ou carregar objetos poderiam se tornar experiências completamente diferentes.

O efeito poderia parecer divertido à primeira vista, quase como viver em gravidade reduzida. No entanto, especialistas alertam que a perda de equilíbrio e a dificuldade em manter estruturas firmes seriam perigos constantes.

O longo processo de desaceleração natural

Apesar de todas essas projeções, cientistas lembram que a tendência natural da Terra é justamente o oposto: a desaceleração.

Segundo Duncan Agnew, há cerca de um bilhão de anos, os dias tinham aproximadamente 19 horas. Isso demonstra que, ao longo da história geológica, a rotação vem diminuindo.

No último século, o encurtamento real foi de apenas 1,7 milissegundos. Essa alteração mostra como as mudanças são lentas no ritmo natural.

O pesquisador Judah Levine, do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIT), destacou ainda que uma aceleração significativa exigiria uma transformação massiva no momento angular do planeta. Isso poderia envolver, por exemplo, mudanças na órbita da Lua.

Ele observou que “se a história estiver vagamente conectada à realidade, então a aceleração da Terra teve que ser acompanhada por outra coisa, a perda de momento angular, talvez a órbita da Lua”.

Portanto, mesmo que a hipótese de aceleração levante alertas importantes, trata-se de um cenário teórico sem registros práticos na história recente da Terra.

Entre teoria e alerta

Os estudos publicados pela New Scientist e especialistas como Agnew, Odenwald, Foster e Levine mostram que as consequências de uma Terra girando mais rápido seriam dramáticas.

Desde inundações até terremotos e furacões devastadores, a vida no planeta seria profundamente alterada. O equilíbrio natural dos oceanos, do clima e até da gravidade entraria em colapso.

Por outro lado, a confirmação de que a Terra está em um processo de desaceleração natural dá certo alívio. Isso significa que, ao menos dentro da realidade observada, esses cenários permanecem no campo da especulação científica.

Ainda assim, a pesquisa serve de alerta. Entender os limites físicos do planeta ajuda a reforçar a importância do monitoramento científico contínuo e do estudo das forças que moldam a vida na Terra.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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