Fenômeno raro altera ritmo da Terra, surpreende cientistas e pode mudar padrões de tempo em todo o planeta. Evento, registrado em julho, marca um recorde na medição da duração dos dias na Terra.
A Terra registra nesta quarta-feira (09) o dia mais curto da história, encurtado entre 1,3 e 1,6 milissegundo graças a uma aceleração discreta em sua rotação, influenciada pela posição da Lua em relação ao equador terrestre.
A marca supera o recorde anterior, de 5 de julho de 2024, quando o planeta “perdeu” 1,66 ms no relógio oficial.
Causas do dia mais curto
Especialistas da International Earth Rotation and Reference Systems Service (IERS) explicam que o dia mais curto da história está ligado à interação gravitacional entre Terra e Lua.
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Quando o satélite natural atinge a maior distância do equador, sua “alavanca” gravitacional altera levemente o eixo de rotação, encurtando o tempo de uma volta completa.
Influência da Lua na rotação da Terra
Em 9 de julho, a Lua se encontra perto do apogeu, quase 405 mil km da superfície, e forma o maior ângulo possível com o equador.
Esse arranjo atenua o efeito de frenagem normalmente exercido sobre o planeta e acelera a rotação o bastante para criar o dia mais breve registrado.
Fenômeno semelhante deve ocorrer em 22 de julho e 5 de agosto, datas para as quais o IERS projeta reduções de até 1,51 ms na duração diária.
Impactos nos relógios atômicos e sistemas de precisão
Um milissegundo é imperceptível no cotidiano, porém crucial para sistemas baseados em tempo atômico — GPS, comunicações via satélite, redes elétricas e bancos dependem de sincronização abaixo do microsegundo.
Desde 1972, cientistas usam segundos intercalares para manter o Tempo Universal Coordenado (UTC) alinhado à rotação real do planeta.
Caso a tendência de alta velocidade continue, poderá ser necessário, pela primeira vez, subtrair um segundo — o chamado “negativo leap second” — possivelmente em 2029.
Tendência inédita na rotação do planeta
Entre 1960 e 2020, a rotação média vinha desacelerando por marés, terremotos e deslocamentos de massa.
O quadro mudou em 2020, quando surgiram “dias turbo”, culminando no recorde de 2024 e, agora, no dia mais curto da história.
Pesquisadores investigam se a redistribuição de água continental, a dinâmica do núcleo terrestre ou até grandes eventos sísmicos contribuem para o dia mais breve registrado em série.
Por que essa aceleração chama a atenção
“Historicamente, esperamos que a Terra gire cada vez mais devagar. Ver o relógio correr para o outro lado é extraordinário”, afirma Leonid Zotov, geofísico que monitora o comprimento do dia (LOD) na Universidade Estadual de Moscou.
Consequências práticas para a sociedade
- Navegação – um erro de 1 ms no relógio GPS desloca uma posição em quase 300 m.
- Telecomunicações – centrais de dados exigem carimbos de tempo fiéis ou correm risco de falhas sincrônicas.
- Pesquisa espacial – missões de rastreio dependem da rotação exata para apontar antenas em frações de grau.
A sincronização fina garante que aviões pousem na mesma hora de seus planos de voo e que transações financeiras internacionais fechem sem divergência.
Números e recordes sobre a duração do dia
- Duração média de um dia: 86.400 s (24 h).
- Encurtamento previsto hoje: -1,3 a -1,6 ms.
- Recorde anterior (05/07/2024): -1,66 ms.
- Próximas datas críticas: 22/07 e 05/08/2025.
- Segundos intercalares aplicados desde 1972: 27 positivos, nenhum negativo.
O que muda para a rotina das pessoas
Nada muda na sensação de tempo — relógios de parede não aceleram.
Mas centros de controle ajustam relógios atômicos continuamente.
Caso o dia mais curto da história se repita, o IERS convocará governos, operadoras e gigantes de tecnologia para planejar o primeiro segundo negativo da era digital.
Curiosidades sobre a rotação dos planetas
Vênus leva 243 dias terrestres para girar uma vez.
Júpiter gira em apenas 9 h 55 min.
Na comparação, variações milimétricas da Terra parecem pequenas, mas bastam para redefinir padrões de tempo mundial.
O que esperar para os próximos anos
Os cientistas ainda não sabem se 2025 inaugurará uma fase de rotação mais rápida ou se o planeta voltará à tendência de lentidão.
Monitoramentos de satélites laser e redes de VLBI (interferometria) vão acompanhar cada milissegundo perdido ou ganho.
Você se surpreende com esses ajustes invisíveis no nosso relógio planetário? A aceleração deve preocupar ou apenas fascinar? Deixe seu comentário sobre o fenômeno que transformou este 9 de julho no dia mais breve registrado da Terra.