Tensões militares e incertezas sobre a oferta pressionam o mercado e impulsionam os preços do petróleo nas bolsas internacionais
Os contratos futuros de petróleo subiram fortemente nesta terça-feira, 2 de setembro de 2025, impulsionados pelas novas tensões entre Rússia e Ucrânia.
Além disso, a expectativa de sanções contra Moscou e possíveis impactos sobre a produção da Opep+ ampliaram a alta.
Conforme apuração do Estadão Conteúdo, na Nymex, o WTI para outubro avançou 2,47%, fechando a US$ 65,59 por barril.
Já o Brent para novembro subiu 1,45% na ICE, atingindo US$ 69,14 o barril.
Esses valores ampliam os ganhos registrados na segunda-feira.
O movimento reforça o peso da geopolítica sobre o mercado energético.
Declaração de Putin reacende tensão com Washington
O presidente russo Vladimir Putin declarou nesta terça (2/09) que o governo norte-americano, liderado por Donald Trump, “tem ouvido as justificativas russas sobre a Ucrânia”.
Segundo ele, há um “entendimento mútuo” com Washington.
No entanto, o republicano ainda ameaça aplicar sanções, criticando a falta de envolvimento russo nas negociações de paz.
Por isso, investidores permanecem cautelosos.
A BOK Financial destacou que o conflito, apesar dos fundamentos fracos do petróleo, tem sustentado a alta nas cotações.
O fator geopolítico segue sendo o principal motor do movimento.
Investidores monitoram ataques a infraestruturas russas
Além da tensão diplomática, os operadores acompanham atentamente os efeitos dos ataques ucranianos contra instalações russas, especialmente ligadas ao setor de energia.
De acordo com o Commerzbank, esses ataques podem reduzir o volume de refino de petróleo bruto e comprometer as exportações marítimas russas.
Esse cenário reforça o risco de desequilíbrio na oferta global da commodity.
Assim, qualquer interrupção adicional nas exportações russas tende a pressionar ainda mais os preços nas próximas semanas.
-
Brasil bate recorde histórico de blocos exploratórios de petróleo e gás em 2024
-
Magda Chambriard anuncia que Petrobras quer unir petróleo e agro brasileiro com US$ 16,5 bilhões em investimentos em transição energética até 2029
-
BRAVA Energia surpreende o mercado e atinge 92,4 mil barris por dia, maior produção da história
-
Mercado de gás natural: Brasil reinjeta 54% da produção em julho
Opep+ em foco com possível ajuste na produção
Enquanto isso, o mercado se antecipa às decisões da Opep+ sobre os níveis de produção.
Há especulações de que o grupo possa anunciar cortes adicionais, elevando os preços no curto prazo.
A incerteza sobre a política de produção da aliança liderada por Arábia Saudita e Rússia aumenta o clima de instabilidade.
Por isso, analistas revisam suas projeções e ajustam posições.
O momento é considerado delicado e requer monitoramento constante.
Perspectiva para o mercado segue volátil e conectada à diplomacia
A valorização atual do petróleo representa mais do que uma alta pontual.
Reflete, sobretudo, a interdependência entre decisões políticas, conflitos regionais e estratégias da indústria energética global.
Caso sanções adicionais sejam implementadas, o impacto pode se intensificar já em setembro.
Até lá, o mercado continuará reagindo a cada movimento entre Moscou, Kiev e Washington.
A resposta da Opep+ poderá selar o rumo dos preços no trimestre.