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Tempos loucos de guerra na Ucrânia: agora, drones lançam drones para atacar outros drones

Publicado em 10/08/2025 às 07:43
Guerra, Ucrânia, Drones
Imagem: IA
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De fuzis a drones kamikazes, a guerra na Ucrânia vive uma revolução tática com ataques remotos, armas adaptadas e combate aéreo entre drones

A guerra na Ucrânia passou por uma mudança radical desde 2022. Nos primeiros meses, as batalhas eram marcadas por fuzis, metralhadoras e combates próximos nas linhas de árvores. Hoje, o cenário é outro.

Enxames de drones kamikazes e ataques de precisão tomaram o protagonismo, mudando a forma como se luta. O mais importante é que, nos últimos tempos, esses ataques se tornaram cada vez mais intensos e imprevisíveis.

Uma nova forma de guerra

No início deste ano, o Guardian mostrou como as tropas russas e ucranianas agora se enfrentam a quilômetros de distância usando drones FPV (Primeira Pessoa).

Pequenos, mas letais, eles carregam até um quilo de explosivos e mudaram totalmente a dinâmica do combate.

“É como o trabalho de um franco-atirador”, descreveu Dima, soldado ucraniano, enquanto exibia um vídeo de um FPV perseguindo um soldado russo até atingi-lo com precisão.

A democratização do ataque aéreo

Esses drones eliminaram a ideia de lugares seguros. Pela sua acessibilidade e eficácia, qualquer unidade, mesmo sem apoio da força aérea, consegue realizar ataques precisos.

Samuel Bendett, especialista em drones do Centro de Análise Naval, explicou que eles passaram de novidade em 2022 a ferramenta ofensiva dominante em 2023 — e hoje dominam o campo tático.

Com velocidade, alcance de até 20 km, operação noturna e custo baixo, tornaram-se armas perfeitas para a guerrilha.

Veículos blindados precisam se mover constantemente e tropas já não podem ficar muito tempo no mesmo ponto. Muitas táticas tradicionais se tornaram obsoletas.

Drones “mãe” e ataques combinados

Uma das estratégias mais recentes envolve drones “mãe”: modelos grandes que transportam e lançam drones kamikazes em pleno voo.

Assim, os pequenos FPV podem alcançar alvos atrás das linhas inimigas sem gastar energia antes do ataque.

Um caso documentado mostrou um drone-mãe ucraniano derrubando um drone de reconhecimento russo, revelando que agora também há combates aéreos entre drones de diferentes tipos.

Desde o início da guerra, a Ucrânia adaptou drones para carregar explosivos, granadas e mísseis. Mas recentemente avançou no uso de armas de fogo acopladas, tanto em drones aéreos quanto terrestres.

Há registros de drones FPV disparando espingardas de dois canos contra drones russos. Engenheiros corrigiram problemas de recuo, permitindo que disparassem várias vezes sem perder estabilidade.

Um vídeo mostrou um drone desses derrubando três adversários no ar antes de atacar um soldado em terra.

Testes com rifles AK-74 montados em drones também ocorreram, permitindo rajadas contra trincheiras inimigas.

Ainda não são usados em larga escala, mas a tendência de armar drones com armas convencionais está crescendo.

Segundo o ArsTechnica, o Burya é um exemplo notável. Trata-se de um drone terrestre com uma torre lança-granadas capaz de disparar até 64 granadas a 100 metros.

Ele usa software de controle de disparo e estabilização giroscópica, e poderá se integrar a drones de reconhecimento aéreo para receber coordenadas em tempo real.

Táticas para guerra eletrônica

A criatividade também chegou à guerra eletrônica. Existem drones equipados com garras ou ímãs para capturar drones inimigos no ar, lembrando jogos de arcade.

Outro exemplo é o Pliushch, um drone terrestre não armado que leva um mastro de comunicações de 10 metros.

Ele atua como repetidor de rádio para ampliar o alcance das comunicações e também como estação móvel de guerra eletrônica para bloquear sinais inimigos.

A guerra eletrônica na linha de frente se intensificou tanto que muitos drones ficaram inoperantes por bloqueio de sinal.

Para contornar isso, a Ucrânia começou a usar drones com fibra ótica, evitando a detecção por não emitirem sinais eletromagnéticos.

Com informações de Xataka.

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Romário Pereira de Carvalho

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