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Templo de 1.000 anos de civilização antiga é encontrado em colina esquecida na Bolívia

Publicado em 04/07/2025 às 19:01
Templo, Civilização, Bolívia
Alinhamentos de pedras revelaram um antigo templo, chamado Palaspata, nome nativo da região. O complexo do templo tem aproximadamente 125 metros de comprimento por 145 metros de largura — aproximadamente o tamanho de um quarteirão — e inclui 15 recintos quadrangulares dispostos em torno de um pátio interno retangular. Esta é uma reconstrução digital do templo. Crédito: José Capriles / Penn State
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Descoberta na Bolívia revela templo da civilização Tiwanaku, com ligações comerciais e religiosas que antecedem o Império Inca nos Andes

Ao longo da margem sul do Lago Titicaca, na Bolívia, uma descoberta arqueológica trouxe à tona parte esquecida da história andina. Um templo pertencente à civilização Tiwanaku foi identificado por pesquisadores da Penn State e da Bolívia.

Essa sociedade é considerada uma das primeiras culturas organizadas nos Andes, antecessora do Império Inca. Apesar de sua importância, seu colapso, por volta de 1000 d.C., permanece envolto em mistério.

O templo foi localizado a cerca de 209 quilômetros ao sul do centro cerimonial de Tiauanaco, uma região conhecida pelos monumentos deixados por essa antiga civilização.

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Segundo o professor José Capriles, líder da pesquisa, os Tiwanaku deixaram pirâmides, monólitos e templos com terraços. Mesmo assim, pouco se sabe sobre o alcance e o controle real da sociedade em territórios distantes.

Templo esquecido no alto da colina

O templo recém-descoberto estava escondido em uma colina modesta, já conhecida pelos agricultores locais, mas ignorada por arqueólogos.

O local tem importância estratégica: durante o auge da civilização Tiwanaku, funcionava como junção entre três grandes rotas comerciais.

Essas rotas ligavam o Lago Titicaca ao norte, o Altiplano a oeste e os vales férteis de Cochabamba a leste.

Esse cruzamento de rotas indica que a área facilitava o comércio, a troca de ideias e o fluxo de pessoas. Para investigar o local, os pesquisadores usaram imagens de satélite e voos com drones (UAVs).

A partir da fotogrametria — técnica que cria modelos em 3D a partir de fotografias —, conseguiram registrar detalhes da topografia e da estrutura.

Estrutura revela rituais e comércio

O templo, batizado de Palaspata, tem 125 metros por 145 metros, equivalente ao tamanho de um quarteirão urbano.

Apresenta 15 recintos retangulares ao redor de um pátio central. Os pesquisadores notaram que o templo foi alinhado com o equinócio solar, o que indica função ritualística ligada à observação do sol.

No local, foram encontrados fragmentos de xícaras keru, usadas para beber chicha, uma cerveja tradicional de milho.

A presença desses objetos aponta para festividades agrícolas e práticas religiosas. O milho, por sua vez, era cultivado nos vales de Cochabamba, o que mostra que havia uma rede de trocas entre regiões.

Capriles destacou que o templo unia práticas religiosas e comerciais. Acredita-se que transações políticas e econômicas ocorriam sob a mediação da divindade.

A religião, segundo ele, era o elo comum entre diferentes grupos sociais, servindo como ferramenta para promover cooperação.

Comunidade local celebra a descoberta

Para os moradores da região, a descoberta foi inesperada. Justo Ventura Guarayo, prefeito de Caracollo, município onde o templo está localizado, celebrou a importância do achado.

Ele afirmou que o sítio arqueológico representa um aspecto crucial do patrimônio local que até então havia sido ignorado.

Ventura Guarayo declarou que a cidade está em contato com autoridades estaduais e nacionais para garantir a preservação do local. A ideia é proteger a área e incentivar o turismo cultural, valorizando a rica história da região.

Trabalho conjunto e perspectivas futuras

A pesquisa envolveu a colaboração com o Ministério da Cultura, Descolonização e Despatriarcalização da Bolívia.

Amostras do local foram levadas para análise e datadas no Laboratório de Datação por Radiocarbono da Penn State. Os dados confirmaram a antiguidade da estrutura e reforçaram seu valor histórico.

Capriles afirmou que o templo oferece pistas sobre como a sociedade Tiwanaku organizava o comércio e o poder político.

Ele ressaltou que muitos vestígios ainda podem estar escondidos à vista de todos, aguardando investigação.

Para os arqueólogos, a descoberta do templo Palaspata é mais um passo para compreender os caminhos que conectavam culturas nos Andes.

Para a comunidade local, representa uma oportunidade de reconectar-se com o passado e abrir portas para o futuro.

Com informações de Sci Tech Daily.

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Romário Pereira de Carvalho

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