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Teleférico do Alemão custou R$ 210 milhões, ficou 9 anos parado e agora passa por nova reforma de R$ 115 milhões para tentar voltar a operar

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 08/10/2025 às 09:20
O Teleférico do Alemão passa por reforma de R$ 115 milhões, troca cabos e moderniza estações para tentar retomar a operação em 2025.
O Teleférico do Alemão passa por reforma de R$ 115 milhões, troca cabos e moderniza estações para tentar retomar a operação em 2025.
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O Teleférico do Alemão soma 3,5 km, cinco estações e já transportou milhões de passageiros; após ficar inativo desde 2016, passa por reforma estimada em R$ 115 milhões para tentar retomar a operação

O Teleférico do Alemão foi inaugurado em 2011 como transporte de massa por cabos para encurtar deslocamentos no Complexo do Alemão, conectando áreas altas à estação de trem de Bonsucesso. O investimento inicial foi de R$ 210 milhões no âmbito do PAC, com um traçado de 3,5 km e cinco estações (Morro do Adeus, Baiana, Alemão, Itararé e Palmeiras).

Em 2016, o sistema foi interrompido por problemas de manutenção e deterioração dos cabos, e ficou inoperante por nove anos. A partir de 2024/2025, o governo estadual retomou obras, incluindo troca de cabos e peças e adequações operacionais, com custo estimado em R$ 115 milhões, para viabilizar testes e uma possível reabertura.

O que é o Teleférico do Alemão e para quem ele serve

Teleférico do Alemão custou R$ 210 milhões, ficou 9 anos parado e agora passa por nova reforma de R$ 115 milhões para tentar voltar a operar

Criado como solução de mobilidade de massa por cabos, o Teleférico do Alemão foi desenhado para reduzir tempos de viagem em regiões íngremes e densas, onde o ônibus enfrenta limites físicos de acesso.

A ligação ao trem amplia o alcance para outras zonas do Rio, encurtando a jornada casa-trabalho e melhorando o acesso a serviços públicos.

No pico da operação, o sistema chegou a transportar cerca de 10 mil pessoas por dia e, em seus primeiros anos, acumulou milhões de embarques.

Para moradores idosos, pessoas com deficiência e famílias com crianças, o teleférico significou menos caminhadas em ladeiras e maior previsibilidade de deslocamento.

Linha, estações e capacidade: como o sistema foi pensado

O eixo principal soma 3,5 km com cinco estações, distribuindo o embarque ao longo de morros e vias estruturantes do Complexo.

O projeto privilegia frequência e regularidade, reduzindo a necessidade de grandes terminais.

A lógica de operação é simples: cabines circulam continuamente, permitindo embarque rápido e integração com o trem em Bonsucesso.

Embora o Teleférico do Alemão não seja o primeiro teleférico do Brasil, ele é o primeiro concebido como transporte público de massa por cabos.

A diferença técnica está no propósito: serviço cotidiano para moradores, não apenas atração turística.

Por que parou: manutenção, gestão e custo de operação

A parada em 2016 resultou de um combo de fatores: manutenção insuficiente, deterioração dos cabos e fragilidades contratuais e operacionais que encareceram o dia a dia do sistema.

Sem revisões programadas robustas e estoque de peças críticas, o teleférico perdeu confiabilidade até a suspensão integral do serviço.

Além do CAPEX inicial, sistemas por cabos exigem OPEX elevado (técnicos especializados, inspeções, seguros, energia, reposição de cabos).

Sem previsibilidade orçamentária e governança clara, a operação entra em ciclo de interrupções, aumentando o custo total ao longo do tempo e corroendo a confiança do usuário.

A reforma de R$ 115 milhões: o que está sendo trocado e qual o cronograma

A recuperação atual inclui novos cabos de aço, componentes mecânicos e elétricos, revisão de torres e estações, e atualizações de segurança.

Parte relevante do orçamento foi destinada à compra e instalação dos cabos e de peças estratégicas, condição básica para testes dinâmicos e comissionamento.

O planejamento prevê testes estáticos e operacionais, seguidos de operação assistida antes da abertura comercial.

Sem homologação técnica completa e plano de manutenção plurianual, a retomada não deve ocorrer.

A meta declarada é voltar a rodar, mas a confiabilidade dependerá do ciclo de manutenção e do modelo de gestão.

Impacto social e econômico: o que muda com a volta

A reativação pode reduzir tempos porta-a-porta e desafogar ônibus alimentadores, especialmente nos trechos mais íngremes.

Com a regularidade restabelecida, comércio e serviços locais tendem a ganhar fluxo, reativando economias de bairro e favorecendo empregos no entorno das estações.

Há também um efeito de segurança viária e ambiental: menos deslocamentos por motocicletas em ladeiras e redução de emissões por viagem curta.

Para famílias que combinam teleférico + trem, o trajeto fica mais competitivo que modais individuais, desde que a tarifa e a integração sejam bem calibradas.

Riscos e condições para dar certo desta vez

Para evitar novo colapso, três frentes precisam estar fechadas antes da inauguração:

Contrato de operação e manutenção (O&M) com metas claras, SLAs e multas por não conformidade. Sem O&M contínuo, o sistema volta a parar.

Orçamento previsível para reposição de cabos (ciclo plurianual), peças de desgaste e inspeções. Teleférico sem verba carimbada vira obra cara parada.

Integração tarifária e operacional com trem e ônibus, com tempo de transferência protegido e informação em tempo real para o usuário. Sem integração, o ganho de tempo se perde no acesso.

Outro ponto é a comunidade: comitês locais de convivência ajudam a coibir vandalismo, orientar usos e preservar equipamentos. Participação social reduz custos de guarda e aumenta a vida útil do ativo.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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