De drones a aplicativos: como a tecnologia no agronegócio está transformando o campo. Uso de drones, aplicativos e conectividade leva mais eficiência e até segurança para produtores rurais brasileiros.
A tecnologia no agronegócio está avançando em ritmo acelerado e já começa a mudar a realidade do campo no Brasil. De acordo com reportagem do g1, produtores têm recorrido a drones, sensores, aplicativos e até sistemas de monitoramento remoto para enfrentar desafios que vão desde a pulverização de lavouras até o combate a roubos de animais.
Embora robôs colheitadeiras ainda não façam parte da rotina, soluções digitais estão melhorando a produtividade e a segurança. O avanço, porém, depende diretamente da conectividade, que ainda chega a apenas 35% das áreas rurais do país, segundo levantamento da ConectarAGRO e da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Drones: de pulverização a contagem de gado
O uso de drones no campo já deixou de ser promessa e virou ferramenta prática. Em cidades como Caconde (SP), onde o relevo íngreme dificulta a entrada de máquinas, os drones têm sido usados para pulverização de defensivos agrícolas e fertilizantes.
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O investimento é alto cerca de R$ 135 mil por kit, segundo o Sindicato Rural local, mas os ganhos em produtividade e segurança justificam o custo.
Outra aplicação é na pecuária. A Embrapa Agricultura Digital, em Campinas, desenvolve um drone com inteligência artificial capaz de contar o rebanho e monitorar o estado de saúde dos animais. A tecnologia reduz perdas por roubos ou mortes não identificadas a tempo e pode até indicar o melhor momento para o abate.
Aplicativos que substituem o técnico no dia a dia
A falta de profissionais especializados no campo levou ao desenvolvimento de aplicativos que funcionam como “conselheiros digitais”. O Semear Digital, projeto da Embrapa, disponibiliza ferramentas gratuitas para agricultores e criadores.
Na piscicultura, por exemplo, o app “Aquicultura Certa” ajuda a ajustar parâmetros como pH da água e alimentação dos peixes. Já na pecuária leiteira, o “Roda da Reprodução” oferece orientações sobre manejo reprodutivo das vacas.
Com poucos dados inseridos pelo produtor, o sistema indica se a produção está dentro do ideal ou se precisa de ajustes.
Conectividade e segurança no campo
A conectividade rural vai além da produtividade: tornou-se também questão de segurança. Em propriedades de piscicultura, sistemas de câmeras conectadas à internet eliminaram prejuízos que chegavam a R$ 20 mil por gaiola roubada, relata o g1. O mesmo recurso já auxilia no combate a incêndios, permitindo resposta mais rápida a focos de fogo.
Projetos como o Semear Digital levam internet a áreas de difícil acesso, seja por rádio em regiões montanhosas, como Caconde, ou por satélite em locais isolados, como a ilha do Marajó (PA). Com mais de 2.500 propriedades rurais parcialmente conectadas, a iniciativa já começa a redesenhar a realidade digital do campo.
Agtechs: startups aceleram a transformação
O ecossistema de startups rurais, conhecidas como agtechs, cresce rapidamente no Brasil. Segundo o estudo Radar Agtech Brasil 2024, elaborado pela Embrapa e parceiros, o número dessas empresas cresceu 75% em cinco anos.
Elas atuam em três frentes: antes da produção (compra de insumos), dentro da fazenda (monitoramento de insumos e gestão hídrica) e após a colheita (logística e comercialização). Esse movimento amplia as opções de tecnologia acessível aos produtores e fortalece a modernização do agronegócio nacional.
A tecnologia no agronegócio deixou de ser tendência e já é realidade em diversas frentes, trazendo ganhos de produtividade, segurança e sustentabilidade. Porém, o desafio da conectividade ainda é o principal obstáculo para que essas soluções cheguem a todos os produtores brasileiros.
E você, acredita que a conectividade no campo vai acelerar a transformação digital do agronegócio ou ainda faltam incentivos para que pequenas propriedades tenham acesso a essas tecnologias? Compartilhe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive essa realidade de perto.