1. Início
  2. / Curiosidades
  3. / Tecnologia inédita no mundo: Brasil inicia testes para trem movido a etanol que reduz pela metade o uso de diesel em locomotivas
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 0 comentários

Tecnologia inédita no mundo: Brasil inicia testes para trem movido a etanol que reduz pela metade o uso de diesel em locomotivas

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 04/11/2025 às 23:22
testes indicam que o trem movido a etanol pode reduzir o uso de diesel em locomotivas sem perda de desempenho, com etanol disponível em corredores-chave.
testes indicam que o trem movido a etanol pode reduzir o uso de diesel em locomotivas sem perda de desempenho, com etanol disponível em corredores-chave.
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

A primeira etapa coloca o trem movido a etanol no centro de uma validação técnica que mira reduzir pela metade o uso de diesel em locomotivas, com adaptações no motor, no sistema de injeção e no tanque para operar com biocombustível em rotas reais.

Os testes do trem movido a etanol avançam com protocolo em laboratório e preparação de campo para validar substituição de até 50% do diesel sem perda de desempenho. A fase inicial ocorre em instalações parceiras na Europa, com foco em calibração, compatibilidade de materiais e segurança operacional antes da aplicação em malha brasileira.

O plano prevê transição progressiva até 2028, quando projetos-piloto devem alcançar rotas comerciais. A estratégia começa por corredores com oferta consolidada de etanol, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, reduzindo risco de abastecimento enquanto se mede consumo, potência disponível e emissões.

O que está em teste

A proposta do trem movido a etanol combina adaptações no motor principal a diesel com calibração de injeção, ignição assistida e controle de mistura, permitindo operação flexível com fração relevante de biocombustível.

O objetivo é preservar torque e confiabilidade em regimes de carga típicos de carga e, futuramente, passageiros.

Estudos apontam potencial de substituição de até 50% do diesel por etanol, patamar que depende de parâmetros como altitude, temperatura e perfil da via.

A meta tecnológica é escalar o percentual sem comprometer disponibilidade da frota, sempre mantendo limites de temperatura, pressão e vibração do trem de força.

Engenharia e adaptações necessárias

Para o trem movido a etanol, a linha de combustível demanda vedações e materiais compatíveis com o álcool hidratado, além de mapas de injeção específicos que compensem poder calorífico e estequiometria diferentes do diesel.

Sensores, bombas e bicos passam por revalidação para ciclos longos de serviço.

O tanque, hoje dedicado a diesel, requer configuração híbrida ou compartimentada para garantir autonomia e alternância segura entre combustíveis.

O gerenciamento eletrônico do motor assume papel central, coordenando partida, transientes e retomadas em rampa sem oscilações de potência.

Cronograma e validação de campo

A fase de bancada do trem movido a etanol mede consumo específico, emissões e durabilidade de componentes.

Na sequência, protótipos seguem a testes dinâmicos em via, com monitoramento de telemetria para esforço de tração, temperatura de escape, fuligem e estabilidade térmica.

A adoção em corredores selecionados é planejada de forma incremental até 2028, priorizando trechos com logística de etanol madura.

O desenho do piloto inclui métricas de desempenho e disponibilidade, comparando locomotivas equivalentes em operação convencional e híbrida.

Abastecimento, logística e segurança

A viabilidade do trem movido a etanol depende de pontos de suprimento próximos à via e de procedimentos de manuseio que respeitem inflamabilidade e higroscopicidade do combustível.

Treinamento de equipes e protocolos de emergência são incorporados desde o comissionamento.

Em bases com diesel estabelecido, a solução mais previsível é a infraestrutura dual, assegurando redundância energética.

Planos de contingência cobrem variação de qualidade do etanol, evitando efeitos em filtros, corrosão e partida a frio em altitudes específicas.

Impacto ambiental e metas de emissões

Ao deslocar parte do diesel por etanol, o trem movido a etanol tende a reduzir emissões líquidas na cadeia, especialmente onde o biocombustível tem pegada menor.

A queda de material particulado e SOx é esperada em regimes de carga estáveis, desde que a calibração controle HC e CO.

No longo prazo, a plataforma híbrida pode habilitar misturas mais altas e integração com outros biocombustíveis, reforçando metas corporativas de descarbonização sem trocar toda a frota.

Trata-se de ganho incremental mensurável, com monitoramento contínuo em rotas reais.

Custos operacionais e disponibilidade

O trem movido a etanol busca reduzir custo variável por tonelada-quilômetro quando há oferta competitiva de etanol. O equilíbrio econômico considera preço relativo dos combustíveis, produtividade da locomotiva, janelas de manutenção e vida útil de componentes adaptados.

Indicadores-chave incluem consumo específico, fator de disponibilidade e custo de manutenção por mil km. A padronização de kits e procedimentos tende a diminuir o custo marginal após a curva de aprendizado, preservando a frota existente e evitando capex integral em novas plataformas.

Desafios e próximos passos

Os riscos concentram-se em durabilidade de componentes, consistência de suprimento e homologação regulatória para uso em serviço comercial.

A validação precisa demonstrar equivalência de desempenho nas condições mais críticas da malha, incluindo longas rampas e clima variado.

Superada a fase de testes, o escalonamento depende de contratos de fornecimento de etanol, engenharia de pátios de abastecimento e programas de treinamento para maquinistas e manutenção.

O sucesso operacional abre espaço para aplicações em trens de passageiros com metas de ruído e conforto preservadas.

O trem movido a etanol oferece uma rota pragmática para cortar o diesel pela metade sem perder tração nem disponibilidade, combinando biocombustível abundante no Brasil com adaptações de engenharia de baixa substituição.

A chave está em validar desempenho e logística nos corredores certos, criando escala com segurança e previsibilidade.

Qual teste você considera decisivo para liberar o trem movido a etanol em operação comercial: durabilidade em rota longa sob carga máxima ou abastecimento dual padronizado em pátios estratégicos?

Banner quadrado em fundo preto com gradiente, destacando a frase “Acesse o CPG Click Petróleo e Gás com menos anúncios” em letras brancas e vermelhas. Abaixo, texto informativo: “App leve, notícias personalizadas, comentários, currículos e muito mais”. No rodapé, ícones da Google Play e App Store indicam a disponibilidade do aplicativo.
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

Compartilhar em aplicativos
Baixar aplicativo para iOS
Baixar aplicativo
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x