Barco movido a hidrogênio verde está prestes a sair do papel: empresas de vários países anunciam investimento bilionário para a produção de um barco a hidrogênio que mudará o setor de transporte marítimo
Empresas brasileiras, asiáticas e europeias estão unidas no que chamam de “projeto de planeta”, que contará com investimento de R$ 150 milhões para desenvolver e construir um barco movido a hidrogênio verde. Além de revolucionar o setor de transporte marítimo mundial, o intuito do barco a hidrogênio é reduzir a emissão de gases poluentes de forma significativa.
Saiba quais empresas estão por trás do barco movido a hidrogênio verde
A proposta para o transporte marítimo será apresentada na Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), na cidade de Belém–PA, em novembro. Antes disso, em agosto, o barco a hidrogênio será colocado nas águas de Fortaleza–CE até o Pará.
À frente do investimento estão a Itaipu Parquetec e a JAQ Apoio Marítimo, unidade de negócios do Grupo Náutica. Também estão nesta empreitada a GWM, empresa da China que possui ônibus e caminhões a hidrogênio, e a MAN, empresa de motores da alemã Volkswagen. Recentemente, a AkzoNobel, empresa da Holanda, também se interessou pelo plano.
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Nos Estados Unidos, na última semana, Ernani Paciornik, presidente do Conselho da JAC e CEO do Grupo Náutica, visitou o Miami Boat Show para conhecer tecnologias, principalmente as dos barcos híbridos no transporte marítimo. Contudo, o que ele tem em mente e em produção, vai além no momento.
Segundo Paciornik, uma mudança nesse modal foi iniciada e é muito grande. O objetivo é encontrar soluções para estar à frente, colaborando com o planeta. O barco movido a hidrogênio verde, será usado na indústria naval, nos transportes de carga feitos no mundo.
Entenda a viabilidade do investimento
Na esteira, vem a indústria náutica. O empresário lembra que, no estado de Santa Catarina, a economia marítima é muito consolidada. Há toda uma indústria que poderá se beneficiar se o investimento em barco movido a hidrogênio der bons frutos, e a expectativa é que dê, visto que está trabalhando duro para isso.
Paciornik, destacando as qualidades das empresas envolvidas, explicou que a Itaipu é quem tem expertise em hidrogênio no Brasil e é responsável pela parte técnica do projeto. Já a GWM está trazendo as células do combustível, e a MAN forneceu dois motores mistos híbridos que atuam tanto com hidrogênio quanto com diesel.
Com apenas 20% de hidrogênio na mistura do combustível, as emissões de poluentes caem em 80%. Com o hidrogênio o ganho é de 100%. O objetivo é desenvolver o barco a hidrogênio e mostrar que é viável. Além de revolucionar o transporte marítimo, outro objetivo é colocar o modelo para cuidar dos biomas brasileiros, por exemplo, cedendo para universidades e institutos fazerem pesquisas sem poluir.
Funcionamento da embarcação
O investimento busca fazer o hidrogênio dentro do próprio barco. Para isso, as embarcações Explorer H1 e H2, com 36 metros e 50 metros de comprimento, respectivamente, serão adaptados. Ambos contarão com eletrolisadores, dispositivos capazes de quebrar moléculas de água em hidrogênio e oxigênio, gerando o produto para a célula de combustível para gerar eletricidade para o barco.
A novidade do barco a hidrogênio para o transporte marítimo, inclusive, chamou a atenção da AkzoNobel, que ofereceu tintas ecológicas.
Após as novidades do Miami Boat Show, a expectativa agora é pelos eventos em território nacional, com expectativa para o Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Salvador e Foz do Iguaçu. Contudo, a grande expectativa é pela visita ao Boat Show de Itajaí. No entendimento de Paciornik, isso se deve à marina local.