Selic a 15% ao ano: renda fixa em alta e ganhos acima da inflação. Descubra onde investir e como aproveitar os juros elevados.
Investimentos ganham força com a Selic em alta
A decisão do Banco Central, anunciada na última quarta-feira (17), elevou a Taxa Selic para 15% ao ano.
A medida muda o rumo da economia brasileira, impacta diretamente os investimentos e levanta a pergunta: onde aplicar o dinheiro em um cenário de juros tão elevados?
Segundo especialistas, o momento favorece a renda fixa, com maior previsibilidade e retornos expressivos. Mas também exige cautela, já que a inflação e a volatilidade do mercado podem mudar o cenário de forma repentina.
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Por que a Selic alta transforma os investimentos
Quando a Taxa Selic sobe, o consumo desacelera e a poupança volta a ser estimulada. O investidor encontra oportunidades para rentabilizar melhor seus recursos em ativos de renda fixa, que passam a entregar ganhos mais robustos e com menor risco.
O gestor de renda fixa do Inter Asset, Ian Lima, reforça que o ponto central está no cálculo da taxa de juros real:
“Seguindo por esse raciocínio, o próprio título Tesouro Selic já entrega ganhos acima da inflação. Supondo uma inflação média de 4% ou 5% para os próximos 5 a 10 anos, os títulos pré-fixados também devem rodar bem acima da inflação esperada.”
Com uma inflação acumulada de 5,13% em 12 meses e a Selic em 15%, os juros reais chegam a 9,51%, um dos patamares mais altos da década.
Renda fixa em destaque: onde investir agora
O cenário de economia restritiva valoriza a renda fixa. Conheça os principais ativos que ganham força com os juros altos:
- Tesouro Selic (LFT): título pós-fixado do Tesouro Nacional. Tem liquidez diária, baixo risco e acompanha a variação da Selic. Ideal para quem busca segurança e flexibilidade.
- Tesouro Prefixado (LTN): garante retorno fixo no momento da compra. É indicado para quem deseja previsibilidade e pode esperar até o vencimento.
- Tesouro IPCA+: protege contra a inflação ao combinar rentabilidade prefixada com correção pelo IPCA. Ótima opção para prazos mais longos.
- CDB, LCI e LCA: oferecem diferentes modalidades de rentabilidade, sendo que LCI e LCA contam com isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas.
O desafio dos juros: cautela e estratégia
Apesar do brilho da renda fixa, os especialistas alertam que o investidor deve agir com cautela. A expectativa de inflação alta pode alterar os ganhos reais, e o planejamento é essencial.
Ian Lima destaca que o segredo não está apenas no ativo escolhido, mas na capacidade de montar uma carteira equilibrada:
“Nesse sentido, ter ativos atrelados à inflação, como NTNBs com peso importante na carteira, deve ser o plano de voo, sempre tendo em mente que esses ativos possuem volatilidade.”
Diversificação continua sendo a chave
Embora a Taxa Selic elevada favoreça a renda fixa, é importante lembrar que depender apenas desse tipo de ativo pode, portanto, limitar os ganhos no longo prazo. Além disso, ao concentrar todo o capital em uma única classe, o investidor corre o risco de perder oportunidades em outros mercados.
Por outro lado, a diversificação continua sendo essencial. Incluir ações e outros investimentos na carteira amplia as chances de retorno e, ao mesmo tempo, reduz os impactos de eventuais oscilações. Assim, o equilíbrio entre segurança e crescimento se mantém.
Dessa forma, o investidor consegue aproveitar a fase de juros altos sem abrir mão de espaço para oportunidades futuras em diferentes segmentos da economia. Portanto, mesmo que a renda fixa esteja em evidência, a estratégia inteligente é mesclar previsibilidade com ativos de maior potencial.