Proclamação assinada por Donald Trump cria taxa de US$ 100 mil para novos pedidos do H-1B. Setor de tecnologia orienta funcionários a evitar viagens e aguardar detalhes oficiais.
Na última sexta-feira, 19 de setembro, o presidente Donald Trump assinou uma proclamação que condiciona a entrada de trabalhadores especializados ao pagamento de US$ 100 mil por petição do visto H-1B, com vigência inicial de 12 meses.
No dia 21, a USCIS publicou orientações esclarecendo que a cobrança vale apenas para novos pedidos e não se aplica a vistos já emitidos, renovações ou a quem tenha petições protocoladas antes do prazo. A agência também afirmou que não há restrição a viagens para quem já tem H-1B válido.
Em paralelo, houve desencontro de informações sobre a natureza da taxa. Após declaração inicial de que seria “anual”, a Casa Branca confirmou à CBS News que o pagamento é pontual, por nova petição, e não um encargo anual recorrente.
-
Acordo União Europeia–Mercosul elimina tarifas em 91% dos produtos e transforma Brasil em fornecedor estratégico de alimentos
-
EUA classificam Argentina como aliado estratégico e avaliam comprar dívida em dólar, impulsionando títulos e peso em recuperação
-
Leilão do Detran-SP em Nova Odessa reúne 334 veículos: Ford Escort 1995 por R$ 1.700, moto Honda Fan por R$ 1.000, carros prontos para rodar e sucatas destinadas à reciclagem
-
México reage à invasão de carros chineses e impõe “Super Tarifa”, diferente do Brasil que adiou a alta e viu estoques inflarem e portos congestionados
Reação das empresas de tecnologia do Vale do Silício
Grandes companhias de tecnologia e finanças orientaram funcionários com H-1B a permanecer nos EUA e adiar viagens internacionais, citando a incerteza jurídica do fim de semana. Amazon, Microsoft, JPMorgan e Meta foram mencionadas em comunicados internos e relatos de empregados.
Segundo reportagens, áreas de RH e escritórios de imigração terceirizados recomendaram que quem estava fora do país retornasse antes do prazo e que quem estivesse dentro evitasse sair até novas diretrizes. A medida foi classificada como de mitigação de risco diante da mudança súbita.
Para o Vale do Silício, que depende do H-1B para engenheiros, cientistas e programadores estrangeiros, a orientação buscou garantir continuidade operacional até a estabilização das regras.
O que muda na prática para a obtenção do H-1B
O H-1B é o visto de trabalho temporário especializado mais usado pela indústria de tecnologia. Com a nova regra, cada nova petição protocolada a partir de 21 de setembro deve ser acompanhada do pagamento de US$ 100 mil. A USCIS destacou que o encargo não afeta renovações, portadores atuais nem petições já enviadas.
O texto presidencial também prevê que Trabalho e Segurança Interna iniciem ajustes regulatórios para elevar pisos salariais e priorizar candidatos mais qualificados e bem pagos em futuras seleções do H-1B.
Especialistas indicam que empresas terão de recalibrar planos de contratação e orçamento de mobilidade internacional, sobretudo para posições abertas em 2026. Advogados de imigração sugerem revisar cronogramas e evitar viagens desnecessárias até a implementação completa.
Impacto econômico e de mercado
Economistas alertam que a nova taxa de US$ 100 mil pode reduzir a produtividade e desestimular talentos internacionais a permanecer no país após a graduação, com efeitos sobre crescimento do PIB e inovação. O banco Berenberg cortou projeção de crescimento dos EUA, citando o risco de fuga de cérebros.
No mercado, ações de empresas de TI recuaram após o anúncio, refletindo a exposição ao H-1B. Analistas veem pressão de custos e eventuais realocações de projetos caso a contratação nos EUA fique mais cara.
Entidades do setor disseram que a clareza de que a taxa incide só sobre novos pedidos e com aplicação prospectiva reduziu incertezas de curto prazo, embora o valor elevado imponha ajustes graduais.
Como ficam profissionais e estudantes
Para quem já possui H-1B válido, as orientações oficiais informam que viagens continuam permitidas e que a taxa não se aplica a renovações. Ainda assim, escritórios de imigração recomendam planejamento extra e checagem prévia com RH e counsel.
Candidatos que planejam ingressar no programa a partir de 2026 devem considerar a taxa no orçamento de patrocínio e na estratégia de oferta salarial. O governo indica que salários de referência serão revisados para níveis mais altos, alinhados ao objetivo de atrair “os melhores dos melhores”.
Universidades e empresas que recrutam por OPT e STEM OPT avaliam efeitos indiretos sobre retenção de talentos, dada a elevação do custo de transição para H-1B.
Você acha que a taxa de US$ 100 mil vai proteger empregos nos EUA ou taxar a inovação ao afastar talentos globais? Deixe seu comentário.