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‘Taxa das blusinhas’ dos EUA faz 88 países suspendem entregas aos americanos e derruba 80% dos envios em 24 horas

Escrito por Geovane Souza
Publicado em 08/09/2025 às 15:14
'Taxa das blusinhas' dos EUA faz 88 países suspendem entregas aos americanos e derruba 80% dos envios em 24 horas
A isenção de “de minimis” permitia que compras baratas entrassem nos EUA sem passar pela alfândega nem pagar impostos.
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Desde o último dia 29 de agosto de 2025, os EUA acabaram com a isenção para pacotes de até US$ 800, como resultado imediato, houve queda de 80% a 81% no tráfego postal internacional e 88 operadores suspenderam remessas ao país

A isenção de “de minimis” permitia que compras baratas entrassem nos EUA sem passar pela alfândega nem pagar impostos, o que barateava e acelerava o e-commerce cross-border. Em 30 de julho de 2025, a Casa Branca publicou a suspensão global da regra, com implementação oficializada no último dia 29 de agosto de 2025. O governo justificou a medida como um fechamento de “brecha” associada a contrabando, falsificações e entrada de drogas sintéticas.

No dia da virada, a CBP informou que começaria a fiscalizar e cobrar as novas tarifas, transferindo para transportadoras e intermediários aprovados a responsabilidade de calcular, recolher e repassar os tributos devidos. Isso tornou a logística mais complexa do que o modelo anterior, que liberava milhões de pacotes com baixo valor declarado.

O resultado foi uma freada brusca. A União Postal Universal (UPU) reportou queda de 80% a 81% no tráfego internacional para os EUA e a suspensão total ou parcial de envios por 88 serviços postais pelo mundo, na falta de sistemas capazes de calcular e cobrar os novos valores na origem.

Porque ‘Taxa das blusinhas’ dos EUA

A mudança nos EUA lembra a polêmica “taxa das blusinhas” no Brasil, debatida em 2023 e efetivada em 1º de agosto de 2024 pela Lei 14.902/2024. Desde então, compras internacionais de até US$ 50 passaram a pagar 20% de Imposto de Importação (além do ICMS cobrado pelos estados), e de US$ 50 a US$ 3 mil seguem com 60% de imposto (com abatimento de US$ 20).

Em 2023, o programa Remessa Conforme no Brasil havia reduzido a zero a alíquota federal para compras até US$ 50 em sites habilitados — o que explica a sensação de “fim da isenção” quando a nova lei entrou em vigor. Na prática, tanto lá quanto cá, a semelhança está no fim do tratamento favorecido a pacotes de baixo valor e no impacto direto sobre o e-commerce cross-border.

O que mudou nos EUA para o fim da isenção de minimis de US$ 800

Até agosto, compras internacionais de até US$ 800 podiam entrar sem tarifa, com triagem simplificada e liberação rápida. Esse arranjo, que existia em diferentes formatos desde 1938, favorecia remessas pequenas típicas de marketplaces globais e lojas independentes. Com a nova regra, todas as encomendas passam a ser avaliadas e tributadas conforme a origem e a classificação do produto.

O ato presidencial de 30 de julho de 2025 suspendeu a isenção de forma global, após um primeiro recorte que já havia atingido envios da China e Hong Kong meses antes. A orientação oficial é que a CBP e “partes qualificadas” façam a cobrança e o repasse dos valores devidos, eliminando a dispensa de impostos para pacotes baratos.

Na prática, o consumidor americano deixa de ver “entrega sem imposto” na maioria dos checkouts internacionais, e o vendedor estrangeiro precisa antecipar o custo total (tarifa, imposto e taxas) para evitar retenções e devoluções. É uma ruptura significativa no fluxo que sustentou mais de um bilhão de remessas de baixo valor em 2024.

Quanto vai custar: tarifas de 10% a 50% ou taxa fixa de US$ 80 a US$ 200

O novo regime combina duas modalidades. Para envios comerciais regulares, aplicam-se tarifas de 10% a 50% conforme o país de origem e o enquadramento do produto. Para o fluxo postal (correios), há um valor específico temporário por pacote entre US$ 80 e US$ 200, válido durante um período de transição de seis meses.

A CBP publicou um factsheet detalhando que, desde 29 de agosto de 2025, mercadorias de até US$ 800 deixaram de ser elegíveis ao “de minimis” e estão sujeitas a todos os direitos, impostos e taxas aplicáveis. Para empresas e plataformas, isso exige revisão de classificação tarifária, origem e processos de checkout com cálculo de “landed cost”.

A imprensa econômica ressalta que custos maiores e atrasos são prováveis no curto prazo, até que operadores e marketplaces adaptem sistemas para cobrar no ato da compra e prestar contas à alfândega. Pequenos vendedores tendem a sentir mais o peso burocrático do que grandes varejistas com estoques nos EUA.

Queda de 81% e 88 correios suspensos: por que o sistema travou

A UPU relatou que o tráfego postal internacional com destino aos EUA despencou 80% a 81% na data de início da cobrança, em comparação com a semana anterior. O número de 88 operadores postais que suspenderam parcial ou totalmente as remessas indica uma disrupção operacional: correios e companhias aéreas não estavam prontos para calcular, cobrar e transferir tarifas caso a caso.

O órgão da ONU afirmou que está implementando uma ferramenta de “landed-cost calculator” para ajudar os países a estimar impostos e taxas na origem, de modo a retomar a previsibilidade das postagens internacionais. Ainda assim, a normalização depende de integrações tecnológicas e acordos com intermediários autorizados pela CBP.

E você, a “taxa das blusinhas” americana vai mesmo combater o contrabando e proteger a indústria ou só vai encarecer e atrasar as compras internacionais de quem vende e de quem compra do Brasil? Deixe sua opinião nos comentários.

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Geovane Souza

Especialista em criação de conteúdo para internet, SEO e marketing digital, com atuação focada em crescimento orgânico, performance editorial e estratégias de distribuição. No CPG, cobre temas como empregos, economia, vagas home office, cursos e qualificação profissional, tecnologia, entre outros, sempre com linguagem clara e orientação prática para o leitor. Universitário de Sistemas de Informação no IFBA – Campus Vitória da Conquista. Se você tiver alguma dúvida, quiser corrigir uma informação ou sugerir pauta relacionada aos temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: gspublikar@gmail.com. Importante: não recebemos currículos.

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