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Tarifas de até 100%: Estados Unidos pressionam G7 para que o petróleo russo, comprado pela China e Índia, fique mais caro como forma de encaminhar o fim da guerra na Ucrânia

Escrito por Rannyson Moura
Publicado em 12/09/2025 às 14:40
Os Estados Unidos aumentam a pressão no G7 para impor tarifas de até 100% sobre China e Índia por comprarem petróleo russo, além de propor uso de ativos congelados de Moscou para financiar a Ucrânia. Fonte: IA
Os Estados Unidos aumentam a pressão no G7 para impor tarifas de até 100% sobre China e Índia por comprarem petróleo russo, além de propor uso de ativos congelados de Moscou para financiar a Ucrânia. Fonte: IA
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Os Estados Unidos aumentam a pressão no G7 para impor tarifas de até 100% sobre China e Índia por comprarem petróleo russo, além de propor uso de ativos congelados de Moscou para financiar a Ucrânia.

O governo dos Estados Unidos intensificou nesta sexta-feira, 12 de setembro de 2025, sua pressão sobre os aliados do G7 para ampliar as sanções ao petróleo russo. O presidente Donald Trump declarou que sua paciência com Vladimir Putin está “se esgotando rapidamente” e prometeu impactos significativos na economia russa.

Em entrevista à Fox News, Trump afirmou: “Vai ser um impacto muito forte, com sanções a bancos e também relacionadas a petróleo e tarifas”. A fala do republicano reforça a disposição da Casa Branca de adotar medidas secundárias que atinjam, indiretamente, países que mantêm laços comerciais energéticos com Moscou.

Proposta americana: tarifas de até 100% contra China e Índia

De acordo com informações da Bloomberg, os Estados Unidos pretendem propor ao G7 tarifas secundárias que podem variar entre 50% e 100% sobre as compras de petróleo russo feitas por China e Índia. O objetivo seria reduzir a margem de lucro de Moscou e pressionar o Kremlin a aceitar negociações de paz.

Além das tarifas, Washington também sugere a criação de um caminho legal que permita apreender ativos soberanos russos congelados. Estima-se que cerca de US$ 300 bilhões estejam bloqueados, a maior parte na Europa. Esses valores poderiam ser redirecionados para financiar a defesa da Ucrânia, que segue sob intensos bombardeios russos.

Europa divide opiniões sobre endurecimento das sanções

A União Europeia, no entanto, não apresenta consenso sobre a iniciativa americana. Países como a Hungria já bloquearam propostas anteriores que previam sanções mais duras contra o setor energético russo. Como essas medidas exigem aprovação unânime, há risco de travamento nas negociações.

Apesar disso, a presidente da Comissão Europeia, Kaja Kallas, anunciou recentemente a extensão das sanções em vigor contra Moscou e confirmou que novas medidas estão em análise, incluindo restrições adicionais ao petróleo e ao sistema bancário russo.

O Canadá, que atualmente preside o G7, convocou uma reunião extraordinária dos ministros das Finanças do grupo. Segundo comunicado oficial, o objetivo é “discutir medidas adicionais para aumentar a pressão sobre a Rússia e limitar sua máquina de guerra”.

Altos funcionários dos Estados Unidos já vinham mantendo conversas paralelas com colegas europeus para explorar a possibilidade de usar gradualmente os ativos congelados de Moscou. Por enquanto, os lucros gerados por esses recursos estão sendo utilizados para conceder empréstimos à Ucrânia.

Impacto imediato no mercado de petróleo e no câmbio

A simples divulgação da proposta americana já causou reflexos no mercado. Os contratos futuros do petróleo Brent ampliaram ganhos, chegando a novas máximas na sessão. O euro, por sua vez, caiu para US$ 1,1703 no início do pregão em Nova York, refletindo a aversão ao risco e a pressão cambial diante da possibilidade de sanções mais agressivas.

Vale reforçar que Trump já havia dado um prazo para que Vladimir Putin se reunisse com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, mas não houve qualquer avanço. Em vez disso, Moscou intensificou sua campanha de ataques aéreos contra cidades ucranianas.

Em resposta, autoridades russas declararam que as negociações de paz estão “em pausa”, o que aumenta a incerteza sobre a eficácia da pressão internacional. Ainda assim, Trump insiste que, se a Europa adotar tarifas sobre China e Índia, os EUA estão dispostos a espelhar as medidas.

Novos alvos: frota sombra, bancos regionais e tecnologia

A proposta americana ao G7 também inclui sanções contra a chamada frota sombra russa de petroleiros, empresas que facilitam o transporte de energia russa fora dos canais oficiais. Além disso, Washington busca ampliar restrições contra a estatal Rosneft PJSC, bancos regionais e serviços relacionados a inteligência artificial e tecnologia financeira em Zonas Econômicas Especiais da Rússia.

Outra frente discutida é a proibição de seguros marítimos ligados a navios que transportam petróleo russo, o que dificultaria ainda mais a logística de exportação do país.

Enquanto os Estados Unidos elevam o tom, a União Europeia já trabalha em seu 19º pacote de sanções, que deve atingir mais bancos russos e ampliar o cerco ao comércio de petróleo. O impasse, no entanto, persiste: sem alinhamento político entre todos os membros, as medidas podem perder força.

Mesmo assim, a movimentação evidencia que o petróleo continua no centro da disputa geopolítica e econômica global. A cada anúncio de novas restrições, cresce a expectativa sobre os rumos da guerra e os reflexos para o mercado internacional de energia.

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Rannyson Moura

Graduado em Publicidade e Propaganda pela UERN; mestre em Comunicação Social pela UFMG e doutorando em Estudos de Linguagens pelo CEFET-MG. Atua como redator freelancer desde 2019, com textos publicados em sites como Baixaki, MinhaSérie e Letras.mus.br. Academicamente, tem trabalhos publicados em livros e apresentados em eventos da área. Entre os temas de pesquisa, destaca-se o interesse pelo mercado editorial a partir de um olhar que considera diferentes marcadores sociais.

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