Especialistas apontam que, enquanto o protecionismo americano cria barreiras, a China adota uma estratégia de reforçar laços comerciais e pode absorver parte da produção brasileira afetada.
Diante do tarifaço dos EUA, que impõe novas barreiras aos produtos brasileiros, a China surge como uma alternativa estratégica. O país asiático tem adotado uma postura clara de fortalecimento de relações com seus parceiros comerciais, abrindo um leque de oportunidades para o Brasil, especialmente no agronegócio e na atração de investimentos que podem gerar renda e emprego no país.
A estratégia chinesa diante do protecionismo americano
Com as sobretaxas impostas pelo governo de Donald Trump, artigos brasileiros se tornam mais caros e menos competitivos no mercado norte-americano. Em contrapartida, a China adota uma estratégia de reforçar suas relações comerciais existentes.
Segundo Thomas Law, presidente do Ibrachina, essa movimentação chinesa é clara. O país busca não apenas aprofundar os laços, mas também garantir o abastecimento de seu mercado interno, o que representa uma janela de oportunidade para o Brasil redirecionar suas exportações.
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A visão da ApexBrasil sobre investimentos chineses como oportunidade
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) vê a aproximação chinesa como uma chance de desenvolvimento. Rui Costa, porta-voz da agência, afirma que a China tem investido em infraestrutura e em setores produtivos no Brasil.
Esses investimentos não visam apenas dominar o mercado, mas sim agregar valor aos produtos brasileiros. A ideia, segundo Costa, é que os chineses estimulem o consumo, melhorem a qualidade dos serviços e exportem os produtos brasileiros para o mundo, além de comercializá-los no próprio Brasil.
Oportunidades para o agronegócio brasileiro no mercado chinês
O setor do agronegócio é um dos que mais pode se beneficiar. Recentemente, a China habilitou 183 novas empresas brasileiras para a exportação de café. Essa medida é vista como um sinal positivo e uma resposta direta às novas necessidades do mercado chinês.
Além do café, há potencial para o Brasil ampliar a venda de outros produtos agrícolas para a China, diversificando sua pauta exportadora e reduzindo a dependência em relação às vendas para os Estados Unidos, que foram impactadas pelo tarifaço dos EUA.
O desafio da diversificação para as empresas brasileiras
Para Rodrigo dos Santos, gerente de negócios da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, a dependência excessiva do mercado norte-americano é um risco que precisa ser mitigado. Ele enfatiza que o tarifaço dos EUA não parece ser uma medida temporária.
Diante desse cenário, a diversificação de mercados deixa de ser uma opção e se torna uma necessidade urgente para o empresariado brasileiro. Explorar o potencial da China é o caminho mais evidente para contornar as barreiras americanas.
A necessidade de uma presença física na China para expandir negócios
Aproveitar as oportunidades no mercado chinês exige mais do que apenas interesse. Segundo Santos, é fundamental que as empresas brasileiras, incluindo as de pequeno e médio porte, invistam em uma presença física na China.
Essa presença facilita o networking, a construção de relacionamentos estratégicos e o entendimento das particularidades daquele mercado. Muitos empresários já estão seguindo esse caminho com sucesso, e agora é o momento de mais companhias brasileiras aproveitarem o cenário favorável para a expansão.