Firjan alerta que tarifaço de Trump pode causar prejuízo de R$ 830 milhões ao Rio de Janeiro. Medida afeta exportações e empregos em 48 municípios fluminenses.
O estado do Rio de Janeiro pode sofrer um impacto econômico de até R$ 830 milhões caso entre em vigor, a partir de 1º de agosto, o novo tarifaço proposto pelo governo de Donald Trump. A informação é da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), que se baseia em um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sobre os potenciais efeitos da medida nas regiões Sul e Sudeste.
Segundo a entidade, a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros afeta diretamente o setor industrial fluminense, principalmente as exportações de petróleo bruto e aço, dois dos principais produtos enviados aos Estados Unidos. A proposta preocupa empresários, sindicatos e autoridades locais, que já articulam formas de minimizar os danos.
Exportações do Rio de Janeiro estão na linha de frente do impacto
O Rio de Janeiro é o segundo maior estado exportador para os Estados Unidos, ficando atrás apenas de São Paulo. Em 2024, foram R$ 7,4 bilhões em exportações para o país norte-americano, contra R$ 8,9 bilhões em importações.
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Os setores mais afetados seriam o de petróleo e gás, que emprega cerca de 40 mil pessoas, e o de metalurgia, com 48 mil empregos formais. A nova taxação compromete diretamente a competitividade desses produtos no mercado internacional.
Tarifaço ameaça 48 municípios fluminenses
De acordo com a Firjan, 48 cidades do estado podem ser prejudicadas pelo tarifaço de Trump. As mais impactadas incluem Rio de Janeiro (capital), Duque de Caxias, Macaé, São João da Barra e Volta Redonda, polos estratégicos da economia fluminense.
Esses municípios concentram indústrias exportadoras que dependem do comércio com os Estados Unidos, o que agrava a vulnerabilidade diante de sanções comerciais.
Firjan cobra diálogo e propõe mais tempo para negociação
A Firjan, junto a outras entidades do setor produtivo, participa do Grupo de Trabalho Executivo criado pelo governo estadual para monitorar os impactos do tarifaço norte-americano.
Em nota, o presidente da federação, Luiz Césio Caetano, declarou:
“A Firjan vê com grande preocupação a possível implementação das medidas e defende a intensificação do diálogo, da negociação em busca de uma solução satisfatória para ambos os lados. Essa imprevisibilidade é prejudicial para todos, principalmente para as pequenas e médias empresas fluminenses.”
A entidade também pede postergação do prazo de negociação, para que um acordo seja construído antes que as tarifas entrem em vigor.
Com o avanço da política protecionista promovida por Trump, especialistas alertam para a necessidade de ação imediata por parte do governo federal.
Sem medidas diplomáticas firmes, o Rio de Janeiro poderá enfrentar quedas expressivas na sua balança comercial, além de impactos no emprego e arrecadação tributária.
A Firjan continuará pressionando por soluções diplomáticas que evitem a concretização do tarifaço, que ameaça não apenas o Rio de Janeiro, mas a economia brasileira como um todo.