Brasil paga o preço do tarifaço de Trump: crise no setor madeireiro, fábricas paradas e trabalhadores demitidos em massa.
Tarifaço já causa estragos no Brasil
O tarifaço de 50% imposto por Donald Trump sobre produtos brasileiros completou pouco mais de um mês e já mergulhou a Economia em crise. O setor mais afetado é o setor madeireiro, que viu exportações despencarem e milhares de trabalhadores perderem seus empregos.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), em apenas 37 dias já ocorreram 4 mil demissões, 5,5 mil funcionários foram colocados em férias coletivas e 1,1 mil tiveram contratos suspensos.
O impacto é imediato porque os Estados Unidos são o maior destino da madeira industrializada brasileira. Sem saída, fabricantes de molduras, pisos e portas já sentem a queda brutal na demanda.
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Exportações despencam com o tarifaço
Os números confirmam o estrago. Em agosto, as exportações de madeira processada caíram entre 35% e 50% em relação a julho. A Economia do Brasil sofre porque os EUA concentram metade das compras do setor e, em alguns segmentos, chegam a absorver 100% da produção nacional.
No ano passado, os norte-americanos importaram US$ 1,6 bilhão em madeira industrializada do Brasil. Agora, contratos estão sendo cancelados e novos acordos simplesmente não saem do papel.
Setor madeireiro cobra ação do governo
O superintendente da Abimci, Paulo Pupo, afirma que representantes da entidade foram várias vezes a Brasília em busca de soluções. Em reuniões com o ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, ouviram boa vontade, mas nenhuma medida prática.
Pupo alerta: “É de responsabilidade do governo federal o avançar (nas negociações) para estacar o grande número de demissões que estamos tendo.”
A cobrança se intensifica porque os pequenos municípios do Sul do País, especialmente do Paraná e de Santa Catarina, dependem diretamente da indústria de madeira. A cada semana sem acordo, mais empregos estão em risco.
Consequências graves para a economia brasileira
O tarifaço ameaça não apenas o setor madeireiro, mas também a cadeia produtiva associada. Transportadoras, serrarias e marcenarias já enfrentam queda nas encomendas. Se a sobretaxa continuar, a Abimci prevê mais 4,5 mil demissões nos próximos 60 dias.
Além disso, há risco de retração em investimentos. Empresas do setor adiaram planos de expansão e até mesmo de manutenção de maquinário. Isso reduz a competitividade do Brasil no mercado internacional.
Donald Trump mira o Brasil e aumenta pressão comercial
A decisão de Trump foi justificada pelo governo americano como proteção da indústria local. Mas, na prática, atinge em cheio um parceiro estratégico do comércio bilateral.
O Brasil, dependente das exportações para os EUA, agora busca alternativas, mas não há mercados equivalentes que absorvam rapidamente essa produção.
Enquanto isso, trabalhadores vivem dias de incerteza. Em comunidades onde a madeira é a principal fonte de renda, a crise se traduz em famílias endividadas e comércio local estagnado.
Futuro incerto para o setor madeireiro
Se nada mudar, o tarifaço pode provocar um efeito dominó na Economia. A pressão já é visível nos números de desemprego e na queda de arrecadação municipal.
O desafio do governo federal será negociar rapidamente com os EUA para evitar uma tragédia social e econômica ainda maior.
O setor pede urgência. Afinal, cada dia sem solução aumenta o impacto nas fábricas, nos portos e, principalmente, na vida de milhares de trabalhadores brasileiros.