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Tarifaço de 50% dos EUA atinge carne, café, frutas e máquinas, mas Alckmin diz que aceno de Trump a Lula abre chance de acordo histórico

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 26/09/2025 às 22:37
Alckmin vê aceno de Trump a Lula como chance histórica para negociar fim do tarifaço de 50% que atinge carne, café, frutas e máquinas.
Alckmin vê aceno de Trump a Lula como chance histórica para negociar fim do tarifaço de 50% que atinge carne, café, frutas e máquinas.
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O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o gesto de Donald Trump ao presidente Lula, na ONU, pode ser o primeiro passo para reduzir as tarifas de 50% impostas contra exportações brasileiras.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta sexta-feira (26) que o gesto do presidente Donald Trump, ao cumprimentar o presidente Lula na Assembleia Geral da ONU, representa um “primeiro passo” para superar o impasse gerado pelo Tarifaço de 50% imposto ao Brasil.

Em participação no IV Encontro Anual do Centro de Gestão e Políticas Públicas do Insper, em São Paulo, Alckmin ressaltou que o governo brasileiro está empenhado em “dar os passos subsequentes” para buscar um acordo que reduza as tarifas de 50% aplicadas contra diversos produtos nacionais.

Segundo ele, o esforço agora é transformar o gesto inicial em medidas práticas que aliviem os prejuízos da indústria e do agronegócio brasileiros.

Esforço por acordo com os Estados Unidos

Alckmin disse que o objetivo imediato é correr atrás de uma solução para o tarifaço.

Ele destacou o encontro entre Lula e Trump em Nova York, ainda que breve, como um sinal de abertura para negociações. A expectativa dentro do governo é que os presidentes voltem a se falar em breve, provavelmente por telefone ou videoconferência.

Durante o evento no Insper, o vice-presidente afirmou que as tarifas atingem setores estratégicos da economia, incluindo máquinas rodoviárias, máquinas agrícolas, motores, carnes, café, pescado e frutas. Ele enfatizou que o governo trabalha para retirar o maior número possível de produtos da lista e reduzir a alíquota imposta.

Papel do empresariado e da diplomacia

Antes do encontro em São Paulo, Alckmin participou da inauguração de um hangar da Latam, em São Carlos. No evento, ele ressaltou que o empresariado brasileiro teve papel importante na aproximação com Trump.

O presidente Lula sempre defendeu o diálogo e a negociação. Essa sempre foi a postura do Brasil. O empresariado brasileiro ajudou”, afirmou.

Para ele, essa participação foi essencial para que os Estados Unidos dessem o primeiro passo no sentido de rever a política tarifária.

Alckmin também afirmou que a relação comercial entre os dois países deve ser entendida como de benefício mútuo. “Foi dado um passo importante. Agora, vamos ter os novos passos para a gente poder avançar ainda mais e fazer o ganha-ganha, que é o que deve ser comércio exterior”, declarou.

Superávit e importância estratégica

O vice-presidente lembrou que o Brasil representa uma oportunidade para os Estados Unidos, não um problema. Ele apresentou dados da balança comercial para reforçar esse argumento: entre os países do G20, os norte-americanos têm superávit apenas com Reino Unido, Austrália e Brasil.

Não faz sentido o tarifaço”, disse Alckmin. Ele também destacou que os Estados Unidos são compradores relevantes de produtos de maior valor agregado, como aviões, automóveis, máquinas e motores.

Apesar da importância, o vice-presidente lembrou que o Brasil reduziu sua dependência dos norte-americanos ao longo das décadas. Nos anos 1980, 24% das exportações brasileiras tinham como destino os EUA. Hoje, essa participação está em 12%, o que indica uma pauta mais diversificada.

Estratégias para minimizar impactos

Alckmin destacou que o governo adota medidas para reduzir os efeitos negativos do tarifaço. Entre elas, estão a liberação de crédito via BNDES para ajudar empresas a buscar novos mercados, a postergação de tributos e as compras governamentais de produtos mais impactados.

Ele reforçou que, embora o mercado interno possa absorver parte da produção, principalmente de alimentos, não será capaz de atender ao volume de produtos industriais, como maquinário. Por isso, a diversificação dos mercados externos é essencial, especialmente em países populosos que oferecem oportunidades de expansão.

Disputa na Suprema Corte dos EUA

Outro ponto citado por Alckmin é a contestação judicial do tarifaço por empresas norte-americanas. Ele lembrou que companhias dos Estados Unidos entraram na Justiça contra a medida e que a decisão final caberá à Suprema Corte.

Enquanto o processo tramita, o governo brasileiro busca alternativas para manter a competitividade dos produtos nacionais. “A estratégia é correr para resolver a questão e tentar ganhar mercado”, disse o vice-presidente.

Caminho adiante

Alckmin concluiu suas declarações reforçando que o governo seguirá atuando em duas frentes: fortalecer o mercado interno e ampliar a diversificação no comércio exterior.

Para ele, o aceno de Trump abre espaço para que Brasil e Estados Unidos avancem em uma relação mais equilibrada e mutuamente vantajosa.

“O Brasil tem tarifa zero para produtos dos Estados Unidos. O comércio exterior deve ser ganha-ganha. Vamos trabalhar para que seja assim”, afirmou.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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