Uma tarifa de 26,5% no mercado dos Estados Unidos torna a carne bovina brasileira inacessível para o consumidor americano!
A exportação de carne bovina brasileira para o mercado dos Estados Unidos, um dos mais cobiçados do mundo, enfrenta um desafio de longa data que tem se tornado ainda mais relevante. Uma tarifa de 26,5% sobre a carne in natura brasileira torna o produto financeiramente inviável para o consumidor americano.
A tarifa não é uma novidade, mas seu impacto se intensifica em um cenário de mercado global competitivo.
Para contextualizar, uma cota de 64,8 mil toneladas de carne bovina brasileira pode entrar no mercado americano com isenção de tarifas.
-
Aprovada no Senado em tempo recorde, PEC 81/2015 promete mudar a Constituição e blindar milhões de idosos contra fraudes digitais e financeiras
-
Por que um país simplesmente não liga as impressoras do Banco Central para imprimir mais dinheiro e salvar a economia? Isso, na verdade, pode gerar inflação brutal e até colapso total
-
BC revela ranking dos países investidores no Brasil: EUA lideram com US$ 232,8 bi; Países Baixos caem para 5º por serem rota do dinheiro
-
Tarifaço de 50% dos EUA atinge carne, café, frutas e máquinas, mas Alckmin diz que aceno de Trump a Lula abre chance de acordo histórico
O problema, no entanto, é que essa cota não é exclusiva para o Brasil. Ela é compartilhada com outros países, como Argentina e Uruguai.
Isso significa que, na prática, o volume que o Brasil consegue exportar com tarifa zero é limitado, e qualquer exportação que exceda essa cota, por menor que seja, acaba pagando a taxa de 26,5%.
A concorrência e o desafio da competitividade da carne bovina brasileira
O principal desafio da carne bovina brasileira no mercado americano é a concorrência com países que possuem acordos comerciais mais favoráveis.
A Austrália e a Nova Zelândia, por exemplo, têm acesso ao mercado dos EUA com tarifas muito mais baixas, ou até mesmo zeradas, por meio de acordos de livre comércio.
Isso permite que a carne desses países chegue às prateleiras dos supermercados americanos a preços mais competitivos, o que naturalmente atrai o consumidor.
A tarifa de 26,4% é um fardo pesado que a carne bovina brasileira precisa carregar. Em uma economia de margens apertadas, uma taxação desse porte é o suficiente para inviabilizar a venda do produto.
O papel da logística e a flutuação do dólar
A logística de exportação também tem um papel importante nessa equação. A distância entre o Brasil e os EUA, somada aos custos de transporte, já coloca a carne bovina brasileira em desvantagem em relação a concorrentes mais próximos.
Por isso, a tarifa é um obstáculo adicional que torna a exportação ainda mais complicada e cara. Além disso, a flutuação do dólar também é um fator a se considerar, pois pode afetar a margem de lucro dos frigoríficos brasileiros.
Histórico e a perspectiva para o futuro da carne bovina brasileira
O histórico de exportação de carne bovina brasileira para os EUA é marcado por altos e baixos. Em 2017, o governo americano suspendeu as importações de carne in natura do Brasil devido a problemas sanitários.
Embora a proibição tenha sido levantada em 2020, o retorno das exportações aconteceu sob a mesma estrutura tarifária, que continua a ser um desafio.
Apesar das dificuldades, o setor da carne bovina brasileira segue buscando alternativas. A estratégia principal é a diversificação de mercados, com o Brasil buscando abrir novas portas de exportação em outros países.
Dessa forma, a dependência do mercado americano é reduzida, e os frigoríficos podem encontrar novas oportunidades de crescimento.
O setor e o governo brasileiro estão em constante negociação para buscar soluções que possam, no futuro, aliviar o peso das tarifas e garantir que a carne bovina brasileira possa competir em igualdade de condições no mercado global.