Exército dos EUA testa com sucesso sistema de laser de 50 kW montado em veículo blindado Stryker, capaz de abater drones com precisão a longa distância.
O Exército dos Estados Unidos realizou um exercício militar com disparos reais usando um sistema de laser de alta energia montado em um veículo blindado.
A demonstração aconteceu em Fort Sill, Oklahoma, e marcou a estreia operacional de um feixe de 50 quilowatts (kW) montado em um Stryker.
O objetivo foi atingir drones a até 8 quilômetros de distância com precisão. A iniciativa reforça a aposta do Exército em tecnologias de energia direcionada para defesa aérea de curto alcance.
-
NASA encontra rocha em Marte que pode ser o sinal mais forte de vida já detectado no planeta
-
Cimento vivo pode virar bateria gigante: prédios inteiros vão armazenar energia nas paredes
-
Tsunami invisível de 200 metros sacudiu a Terra por 9 dias e revela como o aquecimento global ameaça nosso futuro
-
O iPhone 16 está com até R$ 900 de desconto no Brasil após o anúncio do iPhone 17. Veja por que agora é o melhor momento para comprar o seu
Testes com o DE M‑SHORAD
O equipamento testado é conhecido como DE M‑SHORAD, sigla para defesa aérea de curto alcance com manobra de energia direcionada.
O sistema foi operado por soldados do 4º Batalhão, 60º Regimento de Artilharia de Defesa Aérea.
O exercício foi conduzido em conjunto com o Escritório de Capacidades Rápidas e Tecnologias Críticas do Exército (RCCTO), responsável pelo desenvolvimento de novas tecnologias.
O DE M‑SHORAD foi testado lado a lado com armamentos tradicionais, como os sistemas M‑SHORAD, que utilizam mísseis Stinger e canhões de 30 mm.
Ambos os sistemas atuaram contra aeronaves não tripuladas dos Grupos 1 a 3, incluindo drones pequenos e médios.
O objetivo foi integrar os diferentes tipos de armamentos em uma defesa em camadas mais eficiente e preparada para múltiplas ameaças.
Como funciona o laser
O laser de 50 kW está instalado em um Stryker A1, um veículo blindado 8×8 que serve como plataforma móvel de combate.
O feixe é um laser de estado sólido, capaz de destruir ameaças aéreas por meio de calor concentrado. Isso inclui drones, helicópteros e até foguetes ou projéteis de artilharia.
Para atingir os alvos com precisão, o sistema utiliza sensores eletro-ópticos e infravermelhos, além de um radar de banda Ku.
Esse conjunto permite que o laser rastreie e destrua alvos de forma autônoma, reduzindo os riscos de danos colaterais.
A alimentação de energia é feita por um sistema híbrido, que combina baterias de lítio-níquel-cobalto-aluminato (Li-NCA) e geradores a diesel, garantindo funcionamento prolongado em movimento.
Treinamento em ambiente real
Durante o exercício, os soldados foram desafiados a usar o laser em um ambiente próximo ao real. Eles testaram a integração do novo sistema com os protocolos já existentes de comando e controle, além de redes de vigilância e reconhecimento.
Segundo o tenente-coronel Ronald Yuhasz, essa experiência foi vital para adaptar as táticas militares ao novo tipo de armamento.
Ele também destacou que as armas tradicionais continuarão relevantes e serão usadas em conjunto com as novas soluções a laser.
Marco tecnológico do Exército
O DE M‑SHORAD representa a primeira vez que o Exército dos EUA integra um sistema de laser de alta energia a uma plataforma de combate móvel.
É também parte do programa E‑HEL, previsto para avançar no ano fiscal de 2026. Esse programa visa desenvolver lasers ainda mais potentes, de até 300 kW, para proteger áreas maiores e enfrentar ameaças mais robustas.
Desde 2023, quatro veículos Stryker com laser de 50 kW já foram enviados para testes operacionais.
Essas experiências no campo têm alimentado o avanço do programa, que promete mudar o foco da defesa estratégica para um combate mais próximo e versátil, especialmente contra drones e ameaças rápidas.
Novo capítulo na doutrina militar
Segundo o coronel Steven Gutierrez, diretor da área de Energia Direcionada no RCCTO, a demonstração em Fort Sill é um divisor de águas.
É a primeira vez que um sistema de laser é formalmente inserido na doutrina, política e estrutura de pessoal do Exército norte-americano. Isso mostra que a tecnologia está pronta para sair do laboratório e entrar no campo de batalha.
Com disparo quase instantâneo, baixo custo por tiro e capacidade de reabastecimento praticamente ilimitada — limitada apenas pela geração de energia — os lasers se tornam uma alternativa promissora aos sistemas convencionais.
À medida que as ameaças aéreas se multiplicam, principalmente com o uso de enxames de drones, o DE M‑SHORAD se apresenta como peça central na nova estratégia de defesa aérea do país.