Novo material desenvolvido na Arábia Saudita permite resfriamento passivo dos painéis solares, aumenta a eficiência, reduz custos e prolonga a vida útil
A energia solar enfrenta um desafio conhecido: o superaquecimento dos painéis. Mais de 75% das instalações solares do mundo utilizam células que convertem apenas 20% da luz solar em eletricidade. O restante se perde em calor ou reflexão, prejudicando a eficiência e acelerando o desgaste dos equipamentos.
Para enfrentar esse problema, uma equipe internacional, liderada pela Universidade de Ciência e Tecnologia Rei Abdullah (KAUST), na Arábia Saudita, criou um material inovador. Ele promete melhorar o desempenho e a durabilidade dos painéis solares sem a necessidade de eletricidade adicional.
O novo material é composto por um polímero acrílico barato e cloreto de lítio. Sua principal característica é ser higroscópico, ou seja, absorve umidade do ar durante a noite e a libera durante o dia. Esse processo permite o resfriamento passivo dos painéis solares.
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Durante os testes realizados no deserto saudita, os painéis com o novo revestimento registraram uma redução de temperatura de 9,4 °C em comparação aos painéis convencionais.
Esse resfriamento resultou em um aumento de 12% na produção de eletricidade e triplicou a vida útil dos painéis. Além disso, o custo de geração de energia foi reduzido em 20%.
Os testes também foram realizados em regiões frias e chuvosas dos Estados Unidos. Nessas condições, o material demonstrou eficiência semelhante, provando sua capacidade de operar em diferentes climas e consolidando-se como uma solução global.
O material apresenta outras vantagens importantes. Não exige o uso de ventiladores, bombas ou sistemas ativos de resfriamento, que consomem energia e exigem manutenção constante.
Sua fabricação é simples e não utiliza produtos químicos tóxicos ou processos industriais especializados. Além disso, pode ser facilmente aplicado em instalações solares já existentes.
O projeto foi liderado pelo professor Qiaoqiang Gan, especialista em materiais que promovem resfriamento passivo em diversas aplicações, como estufas e dispositivos eletrônicos.
A pesquisa contou ainda com a colaboração do laboratório do professor Stefaan De Wolf, conhecido por seus avanços em eficiência fotovoltaica. Juntos, validaram a tecnologia em condições reais e extremas.
A adoção desse material pode ter impacto positivo no meio ambiente. Com a vida útil prolongada dos painéis, diminui-se a necessidade de substituições frequentes, reduzindo a geração de resíduos eletrônicos, o consumo de matérias-primas e as emissões associadas à produção dos equipamentos.
Além disso, a inovação permite expandir a energia solar em regiões de climas extremos, onde antes a tecnologia era inviável. Também oferece uma alternativa segura para aplicações térmicas industriais, substituindo materiais poluentes como o amianto.
A criação desse material representa um avanço significativo para tornar a energia solar mais eficiente, econômica e sustentável em escala global.
Com informações de EcoInventos.