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Super ímã 100.000x mais forte que o campo magnético da Terra pode revolucionar a energia nuclear

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 21/11/2024 às 19:34
campo magnético
Foto: Reprodução

Um super ímã com força incomparável promete aproximar a humanidade de soluções viáveis para o avanço da energia nuclear limpa e sustentável. É muito forte e bastante maior que o campo magnético da Terra

A busca por uma fonte de energia limpa e ilimitada ganhou um novo impulso com a recente conquista da Commonwealth Fusion Systems (CFS), uma das maiores empresas privadas de fusão nuclear do mundo. Na última semana, a CFS alcançou um marco histórico: testou com sucesso a Central Solenoid Model Coil (CSMC), um componente essencial para seu projeto de reator de fusão SPARC, que criou um campo magnético muito forte.

A tecnologia de fusão nuclear, que visa replicar o processo que ocorre nas estrelas, pode ser a chave para a produção de energia sem emissões de carbono e resíduos radioativos, prometendo revolucionar o setor energético.

Tecnologia de fusão nuclear – Campo magnético incrivelmente forte

A transferência nuclear é uma tecnologia altamente promissora, mas extremamente exigente. Replicar as condições do núcleo das estrelas na Terra não é simples, e os cientistas têm enfrentado obstáculos significativos. Contudo, os avanços recentes são animadores.

A CFS, fundada em 2018, já arrecadou US$ 2 bilhões e está liderando uma corrida para comercializar a fusão nuclear. Com a ajuda de subsídios governamentais e de financiamento de investidores, as empresas de fusão levantaram mais de US$ 7 bilhões até agora. Esse apoio financeiro, combinado com a inovação tecnológica, trouxe a fusão nuclear mais próxima da realidade.

O sucesso da CFS com a CSMC representa um avanço significativo, pois ela conseguiu gerar um campo magnético de 5,7 Tesla, cerca de 100.000 vezes mais forte que o da Terra.

Esse campo é essencial para controlar o plasma de fusão no reator, um dos maiores desafios dessa tecnologia. Além disso, o teste demonstrou que um CSMC pode operar com pulsos de corrente elétrica, uma característica crucial para o funcionamento eficiente do reator.

O marco da CSMC: um passo rumo à comercialização

O teste bem-sucedido da CSMC não é apenas um marco técnico, mas também um avanço na direção à transformação da fusão nuclear.

A empresa já havia testado uma Bobina de Modelo de Campo Toroidal (TFMC) em 2021, outro componente fundamental do SPARC. Ambos os dispositivos utilizam supercondutores de alta temperatura (HTS), que funcionam juntos para controlar o plasma dentro do reator.

Em uma demonstração impressionante, o CSMC alcançou uma corrente elétrica de 50.000 amperes, o que é equivalente ao máximo que o SPARC foi projetado para operar. Isso significa que, no futuro, o reator poderá gerar energia suficiente para abastecer até 250 casas.

Quando apertamos o botão e colocamos corrente no magnético, ele teve um desempenho de campeonato e atingiu todos os seus principais objetivos de teste”, afirmou Brandon Sorbom, cofundador e diretor científico da CFS.

Esse tipo de desempenho coloca o CFS mais perto de transformar a fusão nuclear em uma fonte de energia viável.

Representação artística do SPARC, o primeiro reator de fusão nuclear do CFS, que deve produzir seu primeiro plasma em 2026. Crédito da imagem: 
Commonwealth Fusion Systems

Inovações no caminho

Além de seus avanços com a CSMC, a equipe da CFS também inovou em outras áreas. Durante os testes, foi demonstrado o uso de um sistema de fibra óptica que pode detectar superaquecimento nos ímãs, evitando danos no equipamento. Esse sistema é fundamental, pois o controle da temperatura dos ímãs é um dos principais desafios da fusão nuclear.

Outro aspecto importante foi o desenvolvimento da tecnologia de cabos HTS para suportar os ímãs de energia pulsada. A equipe da CFS criou um projeto chamado PIT VIPER, que utiliza isolamento interno para reduzir o aquecimento quando a corrente é aumentada rapidamente. Essa inovação ajudou a evitar problemas térmicos, garantindo a estabilidade do sistema.

O futuro: energia de fusão no horizonte

Com esses avanços, a CFS está agora com equipamentos de construção do reator SPARC em sua instalação em Devens, Massachusetts. A meta é alcançar um plasma estável até 2026, com o objetivo de fornecer energia de fusão para a rede elétrica no início da década de 2030.

Essa ambiciosa jornada promete transformar o setor energético global, oferecendo uma fonte de energia limpa, segura e praticamente inesgotável .

A CFS está, sem dúvida, escrevendo um novo capítulo na história da energia, e se seus planos forem bem sucedidos, poderemos estar à beira de uma revolução energética.

O progresso da empresa não é apenas um avanço na ciência da fusão, mas também um grande passo rumo a um futuro mais sustentável e livre de carbono.

No entanto, ainda existem desafios pela frente. A fusão nuclear pode ser a solução que o mundo precisa, mas só o tempo dirá se conseguiremos dominar essa poderosa tecnologia de forma segura e eficiente. Para agora, o sucesso do CFS é um sinal positivo de que não estamos no caminho certo.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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