Governo sueco interrompe expansão da energia eólica no Mar Báltico para priorizar a segurança militar e reforça planos de novos reatores nucleares
O governo da Suécia decidiu cancelar a instalação de 13 projetos de parques eólicos marinhos no Mar Báltico. A decisão foi anunciada pelo Ministro da Defesa, Pal Jonson, que alegou preocupações militares como o principal motivo. Para ele, a construção das turbinas dificultaria a defesa do país em caso de conflito, especialmente no uso das baterias Patriot.
Adesão à OTAN e novas prioridades de segurança
Em março de 2024, a Suécia passou a integrar oficialmente a OTAN. A adesão encerrou décadas de neutralidade do país e trouxe novas prioridades de segurança.
Os projetos eólicos estariam posicionados ao norte das Ilhas Åland e ao longo da costa leste até o estreito de Öresund. Essa área é próxima a Kaliningrado, considerado um ponto estratégico de interesse russo.
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Preocupações militares e tensões globais
O governo teme que, em uma eventual guerra, os parques eólicos prejudiquem a capacidade de rastrear e derrubar mísseis inimigos.
O aumento das tensões globais reforçou essa preocupação. Dados dos Estados Unidos apontam que o presidente russo, Vladimir Putin, recentemente incorporou 3.000 tropas norte-coreanas à guerra da Ucrânia, o que elevou o estado de alerta na Europa.
Críticas da indústria de energia eólica
A associação WindEurope, que representa a indústria eólica europeia, criticou a decisão sueca. A entidade afirmou que o exército do país já vem bloqueando projetos de energia eólica offshore há anos.
Segundo a associação, a Suécia pode perder cerca de 47 bilhões de euros em investimentos privados, valor equivalente a R$ 295 bilhões.
Propostas de integração entre energia e defesa
A WindEurope argumenta que a construção de parques eólicos pode ser integrada às estratégias militares. Em outros países do Mar Báltico, como a Polônia, foi adotada uma abordagem colaborativa. Entre as turbinas eólicas, foram instalados sistemas de radar e sonar para fortalecer a vigilância.
Iniciativa Symbiosis e alternativas energéticas
Buscando conciliar segurança e desenvolvimento energético, a WindEurope participa de uma nova iniciativa chamada Symbiosis.
O projeto, desenvolvido em conjunto com a OTAN e a Agência Europeia de Defesa (EDA), pretende criar sinergias entre a implantação de energias renováveis marinhas e a proteção marítima.
Enquanto bloqueia novos projetos de energia eólica offshore, o governo sueco aposta no fortalecimento da energia nuclear. A meta é acrescentar 2.500 megawatts à capacidade nuclear até 2035. Além disso, o país planeja construir dez novos reatores nucleares em até vinte anos.
Além da energia eólica: Panorama energético atual da Suécia
Hoje, a matriz elétrica da Suécia é composta principalmente por fontes renováveis. A energia eólica terrestre representa 21% da geração de eletricidade no país, enquanto a hidroeletricidade responde por 40%.
O cenário mostra a forte dependência de fontes sustentáveis, mas também a necessidade de equilibrar defesa e investimentos energéticos.
Com informações de Xataka.


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