Com forte geração de empregos e expansão de lançamentos residenciais, o Sudeste se consolida como epicentro da construção civil no Brasil em 2025
Publicado em 9 de setembro de 2025, os dados divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) confirmam que o Sudeste se destacou nacionalmente ao liderar a criação de vagas na construção civil e manter o mercado imobiliário aquecido durante os primeiros sete meses do ano.
O levantamento foi apresentado em Belo Horizonte, durante o evento CBIC Indicadores Regionais Sudeste, com apoio do Sinduscon-MG, FIEMG e patrocínio do Banco de Brasília (BRB).
A região concentrou três dos cinco estados com maior geração de empregos formais no setor, além de representar metade dos lançamentos imobiliários do país. O desempenho reforça o papel estratégico do Sudeste na economia brasileira e aponta tendências relevantes para investidores, profissionais e consumidores.
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Sudeste concentra geração de vagas na construção civil
Entre janeiro e julho de 2025, os estados de SP, MG e RJ foram responsáveis por 73.139 novos postos de trabalho formais na construção civil. São Paulo liderou com 40.813 vagas, seguido por Minas Gerais com 20.703 e Rio de Janeiro com 11.623.
A capital paulista concentrou 19.237 dessas vagas, o que equivale a 55,31% do total gerado no Sudeste. Belo Horizonte também teve participação expressiva de 28,69% dos novos empregos. Segundo a economista-chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos, esse crescimento está diretamente ligado ao aquecimento do mercado imobiliário e à retomada de investimentos em infraestrutura urbana.
O salário médio de admissão no setor também se destacou: R$ 2.490,54 em julho, acima da média nacional de R$ 2.277,51. Isso posiciona a construção civil como um dos segmentos com melhor remuneração de entrada no país.
Construção civil impulsiona lançamentos residenciais no Sudeste
No primeiro semestre de 2025, foram lançadas 103.576 novas unidades residenciais na região Sudeste, representando 50% dos empreendimentos lançados nacionalmente. São Paulo foi o principal motor desse crescimento, com 60.544 unidades, seguido por Minas Gerais e Rio de Janeiro.
O Valor Geral de Vendas (VGV) dos lançamentos na região foi de R$ 59,063 bilhões, um aumento de 29,4% em relação ao mesmo período de 2024. No Brasil, o crescimento foi de 19,4%, totalizando R$ 122,885 bilhões. Esses dados reforçam a relevância do Sudeste como polo de desenvolvimento urbano e mostram que o mercado imobiliário permanece aquecido, mesmo diante de desafios econômicos.
Segmentação do mercado imobiliário: oportunidades em diferentes faixas
A diversidade de produtos ofertados no Sudeste é outro fator que contribui para o desempenho positivo do setor. Das 111.704 unidades residenciais lançadas na região, 52,4% (58.355) foram destinadas ao Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), voltado para famílias de baixa renda. Os imóveis de médio padrão somaram 49.707 unidades (44,6%) e os de alto padrão, 3.303 unidades (3%).
Essa segmentação permite atender diferentes perfis de consumidores e amplia as oportunidades de negócios para incorporadoras e construtoras. No entanto, algumas capitais enfrentaram retração nos lançamentos. Vitória registrou queda de 53,6%, Belo Horizonte teve redução de 40,9% e o Rio de Janeiro, de 2,5%.
Segundo Raphael Lafetá, presidente do Sinduscon-MG, a legislação urbana tem sido um entrave para o crescimento do MCMV em Belo Horizonte. Ele defende maior flexibilidade nos Planos Diretores municipais e agilidade na aprovação de projetos para estimular o desenvolvimento do mercado imobiliário.
Mercado imobiliário do Sudeste atrai investidores e consumidores
A pesquisa da CBIC sobre intenção de compra de imóveis revela que 48% dos moradores do Sudeste têm interesse em adquirir um novo imóvel. Desses, 6% pretendem comprar nos próximos seis meses e 24% em até um ano. Esse dado reforça a confiança do consumidor e a expectativa de continuidade no aquecimento do mercado imobiliário.
Além disso, o Sudeste tem atraído investidores nacionais e internacionais, especialmente em cidades como São Paulo, Campinas, Belo Horizonte e Niterói. A infraestrutura consolidada, a oferta de mão de obra qualificada e o alto potencial de valorização dos imóveis tornam a região um ambiente favorável para negócios no setor da construção civil.
Desafios enfrentados pela construção civil no Sudeste
Apesar do desempenho positivo, o setor da construção civil no Sudeste enfrenta desafios importantes. A alta dos juros, a inflação persistente e a instabilidade econômica têm impactado o custo dos insumos e a capacidade de financiamento dos consumidores.
Fernando Guedes Ferreira Filho, presidente-executivo da CBIC, destaca que esses fatores têm colocado um freio no crescimento, mas ressalta a resiliência do setor. Segundo ele, a construção civil continua sendo um dos principais motores da economia brasileira, gerando empregos, renda e desenvolvimento urbano.
Outro ponto crítico é a burocracia na aprovação de projetos, especialmente em grandes centros urbanos. A morosidade dos processos administrativos e a rigidez das legislações municipais dificultam a expansão de empreendimentos voltados para habitação popular, como o MCMV.
Sudeste como referência nacional em oportunidades na construção
O desempenho do Sudeste no primeiro semestre de 2025 confirma sua liderança na criação de vagas na construção civil e na manutenção de um mercado imobiliário aquecido. Com São Paulo à frente dos lançamentos residenciais e da geração de empregos, a região se consolida como o principal polo de oportunidades no setor.
A diversidade de produtos, o interesse crescente dos consumidores e a capacidade de atrair investimentos reforçam a posição estratégica do Sudeste no cenário nacional. Mesmo diante de desafios econômicos e urbanísticos, o setor mostra capacidade de adaptação e continua gerando impactos positivos na economia.
Para profissionais da área, investidores e famílias em busca de moradia, o Sudeste permanece como referência em desenvolvimento urbano, inovação e geração de empregos. A expectativa para o segundo semestre é de continuidade no crescimento, com novos empreendimentos, maior oferta de vagas na construção e fortalecimento do mercado imobiliário em toda a região.