Viver por semanas no fundo do mar pode afetar o relógio biológico de qualquer pessoa. Por isso, o submarino nuclear mais avançado já construído vai contar com tecnologia capaz de simular o ciclo de dia e noite
O Reino Unido deu mais um passo para renovar sua frota de submarinos nucleares. Em 20 de março, uma cerimônia simbólica marcou o início oficial da construção do HMS Dreadnought, considerado o submarino mais avançado do mundo.
O evento ocorreu no estaleiro da BAE Systems, quase dez anos após o corte do primeiro aço da embarcação.
O HMS Dreadnought inaugura uma nova classe de submarinos nucleares britânicos. Será uma das armas mais poderosas já construídas pelo país. Com 153 metros de comprimento, o equivalente a 14 ônibus enfileirados, o submarino poderá abrigar até 130 tripulantes.
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A tecnologia de um gigante submerso
O Dreadnought será movido por um reator nuclear Rolls-Royce PWR3. Também contará com um propulsor turboelétrico e um jato de bomba.
Por ser nuclear, poderá permanecer no mar por tempo ilimitado. O limite será apenas o estoque de alimentos e a resistência da tripulação.
A embarcação desloca 17.000 toneladas e será armada com 12 mísseis balísticos Trident II D5. Cada um pode carregar até 12 ogivas nucleares, somando um total de 144 ogivas a bordo.
Além disso, terá quatro torpedos pesados Spearfish e outras armas que não foram divulgadas.
Mas o Dreadnought não se destaca apenas pela força. Ele traz novidades importantes no conforto e na tecnologia de bordo.
Inovações para a vida a bordo
Pela primeira vez, um submarino da Royal Navy terá alojamentos separados para homens e mulheres. Banheiros também serão divididos, algo inédito em embarcações desse tipo. A mudança marca um avanço na inclusão e no bem-estar da tripulação.
Outro diferencial está na iluminação. O Dreadnought usará um sistema adaptável que imita o ciclo de dia e noite. Isso deve ajudar a manter a rotina dos tripulantes mais próxima da vida em terra. A luz será ajustada em áreas como a enfermaria, salas de aula e espaços de exercícios.
A embarcação também terá um sistema de controle inspirado na aviação. Chamado de Active Vehicle Control Management (AVCM), ele será responsável por regular o rumo, a profundidade, a inclinação e a flutuabilidade do submarino. Detalhes técnicos desse sistema, no entanto, não foram divulgados.
Um nome com história
O HMS Dreadnought é o 12º submarino britânico a carregar esse nome. Ele será o primeiro de uma série de quatro embarcações. Os outros três se chamarão HMS Valiant, HMS Warspite e HMS King George VI.
A previsão é que o Dreadnought entre em serviço no início da próxima década. Espera-se que ele cumpra suas missões por, pelo menos, 30 anos.
Até lá, seguirá sendo símbolo do esforço britânico para manter uma frota moderna e eficiente em tempos de mudanças tecnológicas rápidas e exigências militares cada vez maiores.