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Submarino nuclear mais avançado do mundo: 10.200 toneladas da classe Virginia completa primeiros testes e se prepara para integrar a frota dos EUA

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 08/10/2025 às 19:26
Submarino nuclear de 10.200 toneladas da classe Virginia conclui testes e marca avanço tecnológico e estratégico da frota submarina dos EUA.
Submarino nuclear de 10.200 toneladas da classe Virginia conclui testes e marca avanço tecnológico e estratégico da frota submarina dos EUA.
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Com 140 metros de comprimento, propulsão nuclear e capacidade para lançar dezenas de mísseis Tomahawk, o Massachusetts representa a nova geração de submarinos de ataque da Marinha dos Estados Unidos, combinando poder, furtividade e tecnologia de ponta.

A Huntington Ingalls Industries (HII) anunciou que sua divisão Newport News Shipbuilding concluiu os testes iniciais no mar do submarino de ataque da classe Virginia Massachusetts (SSN 798), um dos projetos navais mais sofisticados já desenvolvidos. O marco representa um passo importante antes da entrega oficial à Marinha dos Estados Unidos.

Durante os testes, que duraram vários dias, equipes da Newport News Shipbuilding e da própria Marinha realizaram submersões, manobras de alta velocidade e verificações de desempenho tanto na superfície quanto sob as águas. A empresa informou que novas avaliações serão realizadas antes da entrega definitiva do Massachusetts.

A presidente da Newport News Shipbuilding, Kari Wilkinson, afirmou que a equipe compreende a relevância de fornecer embarcações de alto desempenho à frota americana. “Comprovar as capacidades por meio deste primeiro teste marítimo é um passo importante para demonstrar isso, e estamos honrados em apoiar a missão”, declarou.

O Massachusetts é o 25º submarino da classe Virginia e o 12º construído pela Newport News Shipbuilding — um dos dois únicos estaleiros dos EUA capazes de produzir submarinos movidos a energia nuclear. Batizado em maio de 2023, o navio se prepara agora para integrar a frota de ataque rápido da Marinha.

Submarino de ataque avançado

Os submarinos da classe Virginia foram projetados para desempenhar múltiplas funções no combate naval moderno. Eles podem executar missões de guerra antissubmarino e antissuperfície, lançar ataques com mísseis Tomahawk, coletar informações estratégicas, realizar guerra de minas e apoiar operações das Forças de Operações Especiais (SOF).

Cada unidade combina furtividade, mobilidade e resistência com a propulsão nuclear — elemento que lhes garante vantagem sobre os submarinos convencionais. A classe Virginia substitui gradualmente os antigos submarinos da classe Los Angeles (SSN 688), que compuseram a espinha dorsal da frota americana por mais de quatro décadas. Até agora, 23 submarinos da classe Virginia já foram comissionados.

A construção é feita em parceria entre a Newport News Shipbuilding, da HII, e a General Dynamics Electric Boat. O projeto adota uma arquitetura modular e sistemas de software abertos, o que permite atualizações rápidas e integração de novas tecnologias.

Desde a variante Block III, a classe Virginia passou a contar com uma seção de proa redesenhada, equipada com um sonar de grande abertura (LAB) que melhora a detecção de alvos e reduz custos de manutenção. Essa versão também substituiu os 12 tubos de lançamento vertical (VLS) por dois tubos de carga útil maiores (Virginia Payload Tubes), cada um capaz de lançar seis mísseis Tomahawk.

Mais poder e flexibilidade com o Bloco V

A evolução mais recente da série, o Block V, introduziu o Módulo de Carga Útil da Virgínia (VPM), uma seção adicional no casco que abriga quatro grandes tubos de lançamento. Cada tubo pode carregar sete mísseis Tomahawk, elevando a capacidade total em 28 mísseis.

Além disso, o VPM foi projetado para acomodar novas cargas, como veículos subaquáticos não tripulados (UUVs) e equipamentos de operações especiais. Essa flexibilidade amplia as possibilidades de emprego do submarino em diferentes cenários de guerra e espionagem.

Os futuros Blocks VI e VII continuarão essa linha de evolução, incorporando sensores mais avançados, sistemas de computação aprimorados e novas opções de carga útil para missões em múltiplos domínios — do mar profundo às operações de superfície.

Características gerais e desempenho

Os submarinos da classe Virginia representam o auge da engenharia naval americana. O primeiro modelo, o USS Virginia (SSN 774), foi comissionado em 3 de outubro de 2004, inaugurando uma nova geração de submarinos de ataque rápido.

Cada unidade é movida por um reator nuclear que alimenta um eixo de propulsão único, permitindo alcance praticamente ilimitado e longos períodos submerso sem necessidade de reabastecimento. O casco mede cerca de 114,8 metros de comprimento, podendo chegar a 140,5 metros nas versões equipadas com o módulo VPM.

A largura (viga) é de 10,36 metros, e o deslocamento chega a 7.800 toneladas em imersão — aumentando para 10.200 toneladas nas versões mais recentes. A velocidade máxima ultrapassa 25 nós, o equivalente a cerca de 46 quilômetros por hora sob a água.

A tripulação é composta por 145 pessoas, sendo 17 oficiais e 128 marinheiros. Todos recebem treinamento intensivo para executar múltiplas tarefas, como coleta de inteligência, ataques estratégicos e missões de infiltração de comandos especiais.

Projetados com arquitetura modular e componentes comerciais de fácil substituição, os submarinos Virginia podem ser atualizados rapidamente ao longo de sua vida útil. Essa flexibilidade reduz custos e garante que permaneçam tecnologicamente relevantes por décadas.

O futuro do Massachusetts e da frota

Com a conclusão dos primeiros testes, o Massachusetts aproxima-se da entrega à Marinha, fortalecendo a capacidade de dissuasão dos Estados Unidos. A embarcação representa um salto de inovação dentro da frota americana e reforça a estratégia de manter domínio total nas profundezas oceânicas durante o século XXI.

Ao reunir tecnologia de propulsão nuclear, armamentos de alta precisão e sistemas de vigilância de última geração, o Massachusetts simboliza a nova era da guerra submarina — uma era em que a furtividade, a autonomia e a integração tecnológica definem a supremacia naval.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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