Empresa citada em investigação do MP-SP tentou disputar área estratégica no Porto de Santos, mas direcionou investimentos para Paranaguá em 2025
Uma disputa portuária envolvendo a Stronghold Infra Investiments Ltda., citada na Operação Carbono Oculto deflagrada em agosto de 2025 pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), evidenciou o interesse da companhia em áreas estratégicas de combustíveis no Brasil.
Tentativa de entrada no Porto de Santos
Em 2024, a Stronghold foi habilitada em chamamento público da Autoridade Portuária de Santos (APS) para disputar o terminal STS08, na região da Alemoa. A área possui 152,3 mil m² e é destinada à movimentação, armazenagem e distribuição de combustíveis.
No entanto, como outras cinco empresas também manifestaram interesse, a APS abriu licitação obrigatória. Assim, a Stronghold deixou de garantir o contrato automaticamente, já que a concorrência se tornou inevitável.
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Em nota oficial, a empresa reforçou que suas atividades “são pautadas na legalidade, transparência e boa fé objetiva, auditadas e fiscalizadas por órgãos competentes, sem participação em condutas investigadas”.
Contexto da investigação
A Operação Carbono Oculto, coordenada pelo MP-SP, apura indícios de ligação de companhias com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Dessa forma, investiga-se lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e fraudes financeiras.
Embora mencionada, a Stronghold afirma que atua com regularidade, assegura que é fiscalizada por órgãos competentes e nega qualquer envolvimento ilícito.
Expansão garantida em Paranaguá
Enquanto a disputa em Santos permanecia indefinida, a Stronghold avançou em outra frente. Em dezembro de 2023, comprou a Liquipar Operações Portuárias S.A., administradora do terminal PAR50 no Porto de Paranaguá (PR).
O espaço, com 85 mil m², possui capacidade para armazenar 70 mil m³ de combustíveis e granéis líquidos. Assim, a aquisição consolidou a presença da Stronghold no setor de infraestrutura portuária.
Investimento milionário anunciado em 2025
Em junho de 2025, a Stronghold anunciou investimento de R$ 589 milhões para ampliar o terminal paranaense. O aporte inclui:
- Construção de um novo píer.
- Dragagem da área de acesso aquaviário.
- Expansão do parque de tancagem.
- Modernização dos sistemas operacionais.
Dessa forma, a companhia retirou o interesse em disputar a área de Santos, priorizando a consolidação de sua atuação em Paranaguá.
Impactos para o setor portuário brasileiro
O caso da Stronghold demonstra como decisões de investimento no setor de combustíveis influenciam diretamente a logística nacional. Portanto, enquanto Santos aguarda definição, Paranaguá se fortalece com novos recursos.
Além disso, especialistas destacam que a movimentação reforça o peso dos investimentos privados na modernização portuária. Ao mesmo tempo, a disputa evidencia a importância de fiscalização regulatória rigorosa e de transparência empresarial.
O que está em jogo para a Stronghold?
Agora, a companhia aposta no terminal PAR50 como base de sua estratégia de crescimento. Entretanto, a citação na Operação Carbono Oculto pressiona a necessidade de clareza sobre sua atuação.
Portanto, a questão permanece: a prioridade da Stronghold deve ser expandir sua presença em meio a investigações ou consolidar os investimentos milionários em Paranaguá para garantir estabilidade no setor portuário?