1. Início
  2. / Economia
  3. / STF vai gastar R$ 150 milhões por ano para… cortar gastos, segundo Revista Veja
Tempo de leitura 5 min de leitura Comentários 0 comentários

STF vai gastar R$ 150 milhões por ano para… cortar gastos, segundo Revista Veja

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 26/06/2025 às 15:58
STF planeja gastar R$ 150 milhões por ano com contrato único para unificar serviços e cortar custos administrativos do tribunal.
STF planeja gastar R$ 150 milhões por ano com contrato único para unificar serviços e cortar custos administrativos do tribunal.
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Com um contrato estimado em R$ 150 milhões anuais, Supremo Tribunal Federal aposta na centralização de serviços administrativos como estratégia para otimizar processos e racionalizar despesas operacionais de longo prazo.

O Supremo Tribunal Federal (STF) lançará uma licitação para contratar uma empresa especializada em gerenciamento de serviços (“facilities”), com o objetivo de unificar cerca de 35 contratos e economizar cerca de R$ 150 milhões por ano — um valor estimado conforme edital com duração de cinco anos, renováveis por mais cinco.

Segundo reportagem publicada pela Revista Veja, o novo modelo contratual visa englobar em um só instrumento serviços de arquitetura, manutenção predial, engenharia, logística, eventos, limpeza, conservação, suporte técnico e segurança patrimonial — áreas até então geridas por contratos separados.

A Assessoria de Apoio à Governança e Conformidade do STF considera que essa prática proporcionará maior eficiência operacional, redução de custos e simplificação da administração.

Contrato de facilities no STF e corte de gastos

Atualmente, o tribunal opera com cerca de 35 contratos distintos para gerenciamento da corte.

Ao concentrá-los em um único contrato de facilities, busca-se não só racionalizar processos como também alcançar ganhos de escala e controle mais eficaz da prestação de serviços.

A medida está alinhada com práticas internacionais de governança corporativa e visa otimizar recursos públicos.

O contrato, objeto do edital lançado em 24 de junho de 2025, tem valor estimado em R$ 150 milhões por ano.

A vigência inicial será de cinco anos, com possibilidade de renovação por igual período, totalizando até 10 anos.

Regras legais e estrutura contratual

A licitação segue o marco legal da Lei nº 14.133/2021 (Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos) e da Resolução STF nº 755/2021.

Esta última instituiu o Sistema de Governança Organizacional da Corte, com foco em levantar e mitigar os riscos associados às atividades administrativas.

Como etapa preparatória, o STF elaborou uma matriz de alocação de riscos, que mapeia, classifica e distribui responsabilidades contratuais entre o tribunal e a empresa contratada.

Essa prática busca promover maior previsibilidade, segurança jurídica e estabilidade econômica para ambas as partes.

Identificação e tratamento de riscos no contrato

Foram identificados 14 potenciais riscos relacionados à contratação, tais como:

  • A possibilidade de seleção de uma empresa sem capacidade técnica suficiente.
  • Uso de planilhas com custos subestimados.
  • Paralisação ou falha na prestação de serviços.
  • Cada risco já recebeu estratégias definidas para prevenção, mitigação e atribuição de responsabilidade.

Conforme detalhado pela Revista Veja, essas medidas fazem parte de uma metodologia desenvolvida para assegurar que eventuais falhas ou desequilíbrios contratuais sejam minimizados desde o início da execução do contrato.

Fases do gerenciamento de riscos

Diagnóstico inicial: identificação dos riscos.

Avaliação e tratamento: definição de ações de controle e mitigação.

Alocação contratual: definição contractual de responsabilidades, visando minimizar disputas e litígios.

Essa abordagem está alinhada às melhores práticas de gestão pública, atribuindo risco à parte mais capaz de controlá-lo, o que também assegura o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

Exigências técnicas do edital

O edital estabelece critérios rigorosos para participação, exigindo que a empresa proponente — e eventuais subcontratadas — comprove qualificação técnica específica.

Isso inclui:

  • Apresentação de atestados de capacidade técnica.
  • Comprovação de experiência em cada área de atuação (arquitetura, limpeza, segurança etc.).
  • Compromisso com os padrões exigidos no termo de referência e edital geral.

Tal exigência reforça a segurança de que o prestador de serviços terá condições de cumprir as exigências operacionais do tribunal.

Eficiência na administração pública

A adoção de um modelo consolidado de contrato de facilities reflete tendência crescente na administração pública brasileira, de profissionalização e centralização de serviços de apoio.

Organismos internacionais recomendam essa centralização como forma de reduzir fragmentação, melhorar supervisão e promover economia.

Contudo, a dimensão financeira do contrato — R$ 150 milhões anuais — impõe necessidade de fiscalização constante, tanto interna (pelo próprio STF) quanto externa, por órgãos como Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério Público Federal (MPF).

Monitoramento, controle e transparência

A adoção de matriz de riscos e exigência de qualificação técnica reforça a governança do processo.

Para aumentar a transparência, recomenda-se:

  • Publicação de relatórios periódicos de performance.
  • Auditorias independentes.
  • Prazos e indicadores claros para avaliação da execução.

Esses mecanismos auxiliam na manutenção do equilíbrio contratual e no alcance dos objetivos de redução de custos e melhoria da prestação de serviços.

O jornal também apontou que o Supremo elaborou um plano detalhado para assegurar que os riscos sejam assumidos por quem melhor pode gerenciá-los, o que contribui para a boa administração dos recursos públicos.

Modelo do STF como referência institucional

Diversos órgãos públicos — do Executivo federal a prefeituras estaduais — já adotaram contratos de facilities com bons resultados em gestão e redução de custos.

O STF entra nesse movimento com contrato de grande escala, que pode servir de modelo para outras cortes e órgãos de alta complexidade.

Entretanto, a eficácia dependerá de:

  • Clareza no escopo dos serviços contratados.
  • Parâmetros técnicos bem definidos.
  • Qualidade da fiscalização e monitoramento.

Próximas etapas da licitação

A próxima etapa será a análise técnica das propostas, fiscalizada pela Comissão de Licitação do STF.

Depois disso, caberá à Administração criar estruturas para acompanhamento contratual, garantindo aderência aos padrões exigidos.

O acompanhamento público e institucional será essencial para avaliar se o novo modelo trará os resultados prometidos em termos de eficiência, economia e confiabilidade na operação dos serviços do STF.

Será que a unificação dos 35 contratos em um modelo único poderá, de fato, garantir economia real e mais eficiência para o funcionamento da Corte?

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x