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Stellantis encerra turno de produção e demite 340 funcionários no Rio de Janeiro

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 02/03/2023 às 10:14
Stellantis confirma fim de turno de produção, demitindo 340 funcionários no Rio de Janeiro
Foto: Stellantis/Reprodução – Porto Real

Stellantis anuncia fim de turno de produção em sua fábrica no RJ, resultando na demissão de centenas de funcionários contratados no último ano.

A Stellantis, montadora responsável pela produção em modelos como Citroën C3, C4 Cactus e Peugeot 2008, anunciou o fim das atividades do segundo turno de sua fábrica de Porto Real, no Sul do Rio de Janeiro. Como consequência, a fábrica também fará demissões em massa de seus colaboradores. A decisão da empresa acontece após uma enorme queda dos pedidos do mercado exterior.

Demissões da Stellantis afetará 340 funcionários brasileiros

Desta forma, a fábrica da empresa retomará suas atividades apenas no dia 6 de março, realizando toda sua produção em apenas um turno. Segundo a montadora, a capacidade do turno restante será expandida para conseguir lidar com a produção. O segundo turno de trabalho da unidade foi retomado pela Stellantis em outubro de 2022, o que gerou a contratação de 340 trabalhadores.

O objetivo foi impulsionar a produção da nova geração do Citroën C3, com estimativa de lançamento até 2024. Entretanto, a empresa realizará a demissão em massa desses colaboradores contratados. Segundo a nota oficial da companhia, a unidade passa a concentrar a produção de automóveis em um turno de capacidade ampliada, com uma maior eficiência e agilidade para melhor responder às demandas do mercado.

Em contrapartida, diversos trabalhadores se questionaram a respeito de uma possível intervenção do sindicato sobre a demissão em massa. Desta forma, o membro do conselho do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Raimundo de Freitas, afirmou que uma reunião já foi marcada com a montadora. Segundo Freitas, o advogado do sindicato já foi informado da decisão pela montadora na última semana e ainda é necessário estudar a situação.

Exportação de veículos sofre queda

Como justificativa para as demissões em massa, a multinacional afirmou que a queda da exportação de veículos influenciou na demanda de um turno extra na montadora. É importante mencionar que o último ano foi encerrado com uma alta de 28% no número de exportação de veículos brasileiros.

Desta forma, ao comparar com o ano anterior, 481 mil unidades a mais foram exportadas em 2022. Entretanto, a crise financeira no mercado da Argentina, importante para a Citroën, prejudicou diretamente nas exportações da marca.

Desta forma, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estima  que as exportações devem se manter em queda neste ano. Há algumas semanas, a Stellantis descartou os boatos de que estaria com planos de fechar a fábrica da PSA Peugeot Citroën em Porto Real. Em nota enviada à imprensa, a empresa afirmou que não é um dado verdadeiro e trata-se de uma clara fake news.

A unidade de Porto Real é um ativo essencial e estratégico para a empresa, abrigando a produção de vários modelos e seus motores. A planta continuará a dar sua contribuição para a empresa se manter na liderança do mercado nacional, argentino, chileno e sul-americano, estando preparada para atender a expansão do mercado.

Demissões em massa refletem em encerramentos de contratos de trabalho temporários

A Stellantis divulgou ainda que o que está sendo divulgado como demissão em massa, é, na verdade, a antecipação do encerramento de contratos de trabalho temporários e por prazo determinado. A empresa passará a operar em apenas um turno de produção, com capacidade expandida.

Segundo a nota enviada, a Stellantis readaptou o planejamento industrial da unidade de Porto Real, visando adaptar o seu ritmo produtivo ao nível de demanda do mercado externo.

A unidade concentra a produção de automóveis em um turno de capacidade expandida, com maior eficiência e agilidade para melhor responder às necessidades do mercado. Em razão desse ajuste, foi necessário antecipar o término dos contratos com prazo determinado e temporário, em sua grande parte contratados para suprir a demanda imediata de aumento de produção.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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