Profissionais de soldagem subaquática usam eletrodos especiais em ambientes extremos, como plataformas de petróleo. Entenda riscos, salários e treinamento exigido.
A soldagem subaquática é uma das profissões mais perigosas e lucrativas do setor offshore. No Brasil, profissionais qualificados ganham até R$ 30 mil mensais para reparar dutos e plataformas em profundidades de 300 metros. A técnica, vital para a indústria de petróleo e gás, exige domínio de eletrodos revestidos e resistência a temperaturas abaixo de 5°C.
Solda seca vs. úmida: diferenças técnicas e aplicações da soldagem subaquática
A soldagem subaquática seca, conhecida como hyperbaric welding, é realizada em câmaras pressurizadas. Esses ambientes isolam a água, permitindo soldas com qualidade equivalente às feitas em terra. É a opção preferida para profundidades acima de 300 metros, como em gasodutos do pré-sal.
Já a solda úmida, feita diretamente na água, utiliza eletrodos especiais que mantêm o arco elétrico estável mesmo submerso. Essa versão é mais rápida, mas limitada a 40 metros de profundidade e com risco de falhas por porosidade
Riscos extremos: do choque elétrico à pressão submarina
Soldadores subaquáticos enfrentam perigos como choques elétricos por falhas no isolamento de equipamentos. A acumulação de hidrogênio e oxigênio durante o processo pode gerar explosões com faíscas. Em profundidades de 300 metros, a pressão chega a 30 vezes a atmosfera terrestre, e a visibilidade próxima de zero em águas turvas aumenta o risco de acidentes.
Treinamento exigido: 500 horas e certificação internacional
Para atuar na área de soldagem subaquática, é obrigatória a certificação AWS D3.6M, padrão internacional da American Welding Society, ou DNV, da Noruega. Cursos de mergulho comercial somam 500 horas práticas, incluindo treinamento em soldagem TIG e MIG submersa. No Brasil, instituições como o SENAI oferecem formação especializada.
Mercado em expansão: Petrobras contrata 200 profissionais por ano
A demanda por soldagem subaquática cresce com a exploração do pré-sal. A Petrobras contrata cerca de 200 soldadores por ano para manutenção de plataformas. Na Noruega, salários anuais ultrapassam US$ 100 mil devido a projetos no Mar do Norte. No setor privado, empresas de energia eólica offshore também buscam esses profissionais.
A soldagem subaquática é essencial para infraestruturas marítimas globais, mas exige precisão técnica e preparo físico. Com a expansão de parques eólicos e gasodutos, a profissão deve crescer 15% até 2030, segundo a Global Underwater Hub.