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Sob a sombra de uma tarifa de 50%, a Índia e EUA iniciam negociações tensas para resolver o impasse criado pela compra de petróleo russo

Escrito por Carla Teles
Publicado em 16/09/2025 às 13:50
Sob a sombra de uma tarifa de 50%, a Índia e EUA iniciam negociações tensas para resolver o impasse criado pela compra de petróleo russo
Índia e EUA iniciam negociações tensas em Nova Déli. O motivo é uma tarifa de 50% imposta por Washington pela compra de petróleo russo. Veja os detalhes.
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Impasse da tarifa de 50% imposta por Washington devido à compra de petróleo russo domina a pauta entre Índia e EUA em Nova Déli.

Negociadores de alto escalão da Índia e EUA iniciaram conversas cruciais em Nova Déli nesta terça-feira, em uma tentativa de resolver um impasse comercial significativo. Segundo informações do portal NDTV, o encontro é o primeiro após a imposição por Washington de uma tarifa punitiva de 50% sobre produtos indianos, uma retaliação direta à decisão da Índia de comprar petróleo bruto da Rússia.

A reunião é liderada por Brendan Lynch, Representante Comercial Assistente dos EUA para a Ásia Central e do Sul, e Rajesh Agrawal, Secretário Especial do Departamento de Comércio da Índia. A pauta central é a taxa, que Nova Déli classificou como “injusta e irracional”, e que ameaça paralisar as negociações para um Acordo Comercial Bilateral (ABC) mais amplo entre as duas potências.

A origem da tarifa de 50% e a defesa indiana

A tensão diplomática e comercial escalou rapidamente. A visita de Lynch é a primeira de uma autoridade comercial sênior dos EUA desde que Washington impôs o que, na prática, é uma taxa duplicada: uma tarifa de 25% acrescida de uma multa adicional de 25% sobre mercadorias indianas que entram no mercado americano. Conforme reportado pela NDTV, essa medida foi uma resposta direta à contínua aquisição de petróleo russo por Nova Déli, uma questão geopolítica sensível para a administração americana.

O governo indiano, por sua vez, mantém uma postura firme em defesa de suas decisões energéticas. Ao defender sua compra de petróleo bruto russo, a Índia tem afirmado repetidamente que sua política de aquisição de energia é motivada estritamente pelo interesse nacional e pela dinâmica de mercado. A classificação da tarifa de 50% como “injusta” sinaliza que a Índia não pretende ceder facilmente em sua soberania energética.

Um encontro preliminar, mas decisivo

Apesar da importância da reunião, autoridades do Ministério do Comércio indiano fizeram questão de esclarecer a natureza deste encontro. Segundo a NDTV, a conversa de um dia inteiro entre Lynch e Agrawal não deve ser vista como a “6ª rodada” formal das negociações do Acordo Comercial Bilateral (ABC). Essa sexta rodada estava programada para o final de agosto, mas foi adiada justamente pela imposição das altas tarifas de importação.

Este diálogo é considerado, na verdade, um “precursor” essencial para a retomada das negociações formais. O objetivo é claro: destravar o impasse tarifário para que as conversas sobre o ABC possam ser retomadas. Um alto funcionário indiano destacou que, apesar do adiamento da rodada presencial, discussões virtuais entre Índia e EUA têm ocorrido semanalmente para manter o canal de comunicação aberto.

O futuro incerto do acordo comercial bilateral

O impasse atual coloca em risco um objetivo maior estabelecido pelos líderes dos dois países. Em fevereiro, foi dada a orientação para que as equipes negociassem uma proposta de Acordo Comercial Bilateral (ABC), com a previsão de que a primeira parcela do pacto fosse concluída até o outono de 2025. Cinco rodadas de negociação já haviam ocorrido com sucesso antes da crise tarifária.

A resolução deste conflito é vital, mas a Índia sinaliza que não o fará a qualquer custo. O governo enfatizou que, em todos os acordos comerciais, protegerá os interesses de seus agricultores, produtores de laticínios e das MPMEs (Micro, Pequenas e Médias Empresas). A reunião ocorre dias após o primeiro-ministro Narendra Modi reagir positivamente a avaliações do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre os laços comerciais, indicando um complexo jogo de pressões e diplomacia entre as duas nações.

Você concorda com essa mudança? Acha que isso impacta o mercado? Deixe sua opinião nos comentários, queremos ouvir quem vive isso na prática.

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Carla Teles

Produzo conteúdos diários sobre tecnologia, inovação, construção e setor de petróleo e gás, com foco no que realmente importa para o mercado brasileiro. Aqui, você encontra oportunidades de trabalho atualizadas e as principais movimentações da indústria. Tem uma sugestão de pauta ou quer divulgar sua vaga? Fale comigo: carlatdl016@gmail.com

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