O Gerenciamento Remoto de Contêineres permite aos clientes da empresa dinamarquesa acompanhar a condição da carga perecível em tempo real
A A.P.Moller – Maersk, empresa dinamarquesa de maior poderio em navegação do planeta, tem um sistema de monitoramento de cargas refrigeradas. O chamado Gerenciamento Remoto de Contêineres (RMC – Remote Container Management) permite aos próprios clientes acompanhar, em tempo real, a condição da carga perecível. Assim, a qualidade dos produtos é avaliada o tempo todo, gerando um alto índice de eficiência e satisfação dos mais de 3.600 clientes da cadeia de frio.
Os dinamarqueses atuam no segmento de refrigerados com contêineres do tipo reefer juntamente com a Hamburg Sud. O sistema de monitoramento digital (RCM) da Maersk está instalado em seus mais de 380 mil contêineres refrigerados, informando, além da temperatura, a umidade, emissão de CO2 e localização por GPS das cargas, e notifica o cliente se algo precisar de atenção
“Com o Captain Peter (como é chamado a plataforma de monitoramento que tem a aparência de um aplicativo comum de smartphone), estamos elevando significativamente a experiência do cliente de trabalhar com os dados e construindo a base para fornecer recursos ainda mais avançados em torno deles”, explica o gerente de Desenvolvimento Digital Reefer da Maersk, Ken West.
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Os principais portos brasileiros de onde parte os produtos refrigerados para o mundo são: Santos (SP), Itajaí (SC), Paranaguá (PR), Itapoá (SC) e Rio Grande (RS). O principal destino das cargas refrigeradas é a China, seguido do Oriente Médio, África Ocidental e África do Sul.
Números e desafios da carga refrigerada
Aves, bovinos e suínos congelados são os principais produtos exportados do Brasil em contêineres refrigerados, seguidos de sucos concentrados e frutas frescas.
Este ano, o país exportou carne bovina para 132 países. Só a China comprou mais US$ 3,6 bilhões do alimento, o que representa uma alta de 86% em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 1,96 bilhão).
Em relação às exportações brasileiras de carne de frango, foram totalizadas este ano mais de 2,8 milhões de toneladas. O número é 6% maior que o total embarcado no mesmo período de 2021 (2,6 milhões), resultando em US$ 5,620 bilhões.
Já as exportações de carne suína somaram 4,6 mil toneladas em 2022, o que representa um saldo médio de 8,2% inferior ao registrado no mesmo período de 2021 (453,9 mil toneladas).
Por muitos anos, os produtos transportados em cargas refrigeradas que saiam do Brasil se estragavam em grandes quantidades por conta de temperatura inadequada ou devido os desafios com embarques.
Acontece, também, que muitas empresas de exportação refrigerada estão localizadas em cidades do interior, onde os contêineres com produtos perecíveis são transportados por trem ou caminhão, o que torna difícil acompanhar todas as remessas com o nível de complexidade que uma operação global tão grande implica. Portanto, o Gerenciamento Remoto de Contêineres implantado pela Maersk também deve contribuir nesse sentido.
Transporte de carga refrigerada: como funciona?
O transporte de carga refrigerada é conhecido como reefer. As empresas que atuam neste setor devem obedecer à uma legislação própria do segmento. As normas e leis exigem praticas de cuidados especiais à temperatura dos alimentos, sobretudo.
Em caso de descumprimento, as cargas podem ser apreendidas, ocasionando ainda multas e outras punições conforme a gravidade do caso. A falta de acondicionamento adequado no transporte e armazenagem desses alimentos inviabilizam a comercialização ou podem causar sérios riscos à saúde.
O reefer é um contêiner de 20 ou 40 pés, com sistema de refrigeração e fabricado em aço ou alumínio. O equipamento deve ter isolamento térmico de poliuretano de 10 centímetros e acabamento interno em inox. O sistema de refrigeração conta com: compressor, condensador, entrada de ar, controlador externo, dispositivo de expansão e evaporador interno.