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Sino histórico de um naufrágio trágico do século 20 é resgatado por mergulhadores e revela histórias marcantes do acidente

Publicado em 16/06/2025 às 10:35
Sino, navio, naufrágio
Sino é recuperado de naufrágio que matou 110 pessoas no Alasca — Foto: Stephen Prysunka
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Moradores do Alasca localizam e resgatam sino de navio naufragado em 1908, símbolo de tragédia esquecida com 110 mortos

Um grupo de moradores voluntários do Alasca realizou uma expedição que levou à descoberta de um artefato histórico. O grupo conseguiu localizar e recuperar o sino do navio Star of Bengal, que naufragou há mais de um século, matando 110 pessoas.

A embarcação afundou em 1908, perto da Ilha Coronation, no Oceano Antártico, em uma tragédia considerada a segunda mais mortal da história naval da região.

O objetivo da expedição era mapear o local do naufrágio e entender melhor quem eram as vítimas. A maioria dos mortos eram trabalhadores imigrantes asiáticos que atuavam em fábricas de conservas.

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Para os envolvidos, a descoberta do sino representa uma ligação com essas pessoas esquecidas no fundo do mar.

Naufrágio deixou dezenas de trabalhadores presos

O Star of Bengal era um navio de 80 metros que saiu da cidade de Wrangell, no Alasca, com destino a São Francisco, nos Estados Unidos. Transportava salmão enlatado, suprimentos e 96 trabalhadores de fábrica. A embarcação navegava com auxílio de dois rebocadores.

Durante a viagem, ventos muito fortes afetaram a navegação. Os rebocadores, por terem baixa potência, não conseguiram manter o controle, e o navio foi levado ao naufrágio. A tragédia se agravou quando os trabalhadores foram trancados no porão pela tripulação e ficaram impossibilitados de escapar.

O acidente causou a morte de 110 pessoas, sendo superado apenas pelo naufrágio do Princess Sophia, ocorrido em 1918, com 343 mortos.

Descoberta e recuperação do sino

Em 2022, o mergulhador comercial Gig Decker localizou a área do naufrágio. No entanto, o mau tempo impediu a exploração completa naquele momento.

Agora, em uma nova tentativa, a equipe encontrou os restos da embarcação, espalhados por aproximadamente quatro hectares. O casco estava partido em três partes.

Segundo a arqueóloga marinha Evguenia Anichtchenko, o local nunca tinha sido devidamente estudado nem mapeado. “É um daqueles sítios que ocupou a imaginação das pessoas por muito tempo, mas não foi realmente estudado ou mapeado e não recebeu a atenção arqueológica que merece”, disse ao site Anchorage Daily News.

O sino, uma das peças principais de qualquer navio, foi retirado do local. Para os voluntários, ele simboliza o papel dos trabalhadores que fizeram parte da tragédia e cujas histórias ficaram esquecidas por mais de um século.

Reconhecimento das vítimas e injustiça histórica

A descoberta do sino reacendeu a discussão sobre o tratamento desigual dado às vítimas do naufrágio. Gig Decker destacou que, na época, a maioria dos tripulantes brancos recebeu sepultamento digno, enquanto os trabalhadores asiáticos foram deixados no mar.

Acho que tudo culmina no naufrágio do Star of Bengal. O número desproporcional de trabalhadores da fábrica de conservas que morreram no naufrágio reflete como essas pessoas eram tratadas e consideradas.”

Até o momento, o reconhecimento de embarque identificou 15 trabalhadores japoneses e cerca de 4 filipinos. Nenhum dos 66 imigrantes chineses que estavam na tripulação foi identificado.

O grupo agora busca contato com pesquisadores da comunidade chinesa nos Estados Unidos e com as embaixadas de China e Japão para estudar formas de indenização às famílias das vítimas.

Restauração do artefato e preservação da memória

Anichtchenko está colaborando com o Centro de Arqueologia Marítima e Conservação da Universidade Texas A&M para restaurar o sino.

Segundo ela, a peça contém sal nos poros que pode causar a chamada “doença do bronze” caso não seja tratada corretamente. O custo do processo varia entre US$ 6.000 e US$ 10.000, e a equipe está arrecadando fundos para essa restauração.

Depois de restaurado, o sino será levado ao Museu Wrangell, no Alasca, onde ficará exposto. A peça deve se tornar um símbolo da tragédia e uma forma de honrar a memória dos trabalhadores que morreram no naufrágio.

Com informações de Revista Galileu.

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Romário Pereira de Carvalho

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