Os Night Stalkers, tropa de elite dos EUA que matou Bin Laden, foram vistos em operação no Caribe, perto da Venezuela.
Nos últimos dias, a aparição de helicópteros militares dos Estados Unidos em uma área próxima à Venezuela levantou dúvidas e tensão entre observadores internacionais. As aeronaves pertencem aos Night Stalkers, um grupo de elite do Exército americano especializado em missões noturnas e operações secretas de alta complexidade.
A movimentação foi registrada a menos de 150 quilômetros da costa venezuelana e interpretada como parte de um treinamento tático.
No entanto, o histórico do esquadrão — que esteve envolvido na operação que eliminou Osama Bin Laden em 2011 — reacendeu o debate sobre possíveis novas ações militares dos EUA na região.
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Quem são os Night Stalkers, a tropa mais temida da aviação militar
Conhecido oficialmente como 160º Regimento de Aviação de Operações Especiais (SOAR), o grupo Night Stalkers surgiu na década de 1980, com a missão de conduzir operações de alta precisão, especialmente durante a noite.
Seu nome, traduzido livremente como “Caçadores da Noite”, reflete o domínio em voos de baixa visibilidade e incursões rápidas.
Desde os atentados de 11 de setembro, os pilotos se tornaram peça central na chamada Guerra ao Terror, conduzindo missões no Afeganistão, Iraque e Paquistão.
O esquadrão utiliza helicópteros de ataque avançados, como o MH-60 Black Hawk e o MH-47 Chinook, além de modelos leves como o MH-6 Little Bird. Há também divisões dedicadas ao uso de drones e inteligência militar.
Segundo o escritor Steven Hartov, autor do livro The Night Stalkers, “essas pessoas são os melhores pilotos de helicóptero do mundo… Eles são os pilotos de Fórmula 1 da aviação”.
Operação no Caribe: o que os EUA estão fazendo perto da Venezuela
De acordo com o Washington Post, os helicópteros dos Night Stalkers foram flagrados realizando manobras sobre o mar do Caribe, próximo a plataformas de petróleo e gás.
As imagens de satélite analisadas indicam a presença do navio MV Ocean Trader, uma base flutuante furtiva usada para lançamentos de operações especiais.
Fontes do governo norte-americano afirmaram que se tratava de exercícios de treinamento, mas analistas acreditam que a movimentação pode estar ligada a planos mais amplos.
Nos últimos meses, Donald Trump intensificou a retórica contra o governo de Nicolás Maduro, classificado pelos EUA como “narcoterrorista”.
Maduro na mira: possíveis intenções dos EUA
O cientista político Maurício Santoro, doutor pelo Iuperj, avalia que o discurso norte-americano pode servir de base para justificar uma intervenção.
“O governo Trump parece tentar construir um caso jurídico e político para isso. Seria como apresentar uma guerra como se fosse uma operação contra o tráfico de drogas, deslegitimando o regime de Maduro”, afirma.
Essa hipótese é reforçada pela presença dos Night Stalkers no Caribe, uma tropa treinada justamente para ações de infiltração e captura de alvos estratégicos.
Especialistas acreditam que uma possível operação dos EUA na Venezuela poderia envolver o uso desses helicópteros para posicionar tropas de elite ou eliminar figuras do alto escalão do regime.
CIA e a escalada das ações secretas
Além da presença militar, há indícios de envolvimento da CIA em missões clandestinas. Segundo o Washington Post, Trump autorizou a agência a executar operações secretas na Venezuela, com o objetivo de enfraquecer o governo de Maduro.
Documentos confidenciais citados pela imprensa americana revelam que o presidente norte-americano pediu “ações agressivas contra o governo venezuelano”.
Embora o texto não ordene explicitamente a derrubada de Maduro, analistas afirmam que o conteúdo abre brechas para medidas que poderiam levar a esse desfecho.
Um novo capítulo da tensão hemisférica
Os Night Stalkers, veteranos de missões contra Bin Laden e outras lideranças terroristas, agora voltam ao centro do tabuleiro geopolítico — desta vez, próximos à Venezuela.
A presença do grupo de elite dos EUA na região reacende o alerta sobre a escalada de tensão entre Washington e Caracas.
Enquanto isso, o governo americano mantém o discurso de combate ao tráfico e ao terrorismo, mas os movimentos no Caribe indicam que os Caçadores da Noite podem estar à espera de uma nova missão — uma que, mais uma vez, pode redefinir as fronteiras do poder e da influência dos Estados Unidos no continente.