Envenenamento por metanol no Vietnã fez jovem britânico perder a visão. Caso expõe riscos do consumo de álcool contaminado na Ásia.
Um caso de envenenamento por metanol, ocorrido em novembro de 2023, deixou o britânico Calum Macdonald, de 23 anos, cego após consumir bebidas alcoólicas em um albergue turístico no Vietnã.
O episódio, registrado em Vang Vieng, destino popular no Sudeste Asiático, expõe os riscos do consumo de álcool contaminado na região.
Calum relatou que, pouco antes de atravessar a fronteira vietnamita, começou a enxergar apenas uma “luz ofuscante e caleidoscópica”.
-
Moeda de ouro extremamente rara de 2.200 anos é encontrada em Jerusalém
-
Praia no Nordeste vira ‘paraíso’ dos milionários com m² a R$ 35 mil, diárias de R$ 11 mil e novo condomínio com lagoas artificiais que imitam o mar
-
Cidade brasileira guarda paisagem rara: vulcão de 590 metros e 19 milhões de anos
-
Homem esperou 17 anos para abrir garrafa de uísque antiga — o que aconteceu trouxe um aprendizado inesperado
No início, pensou tratar-se de uma reação passageira, mas logo percebeu que havia algo errado. Dias depois, a confirmação: ele havia sido vítima de intoxicação grave por metanol.
O que aconteceu em Vang Vieng
O envenenamento em massa ocorreu no Nana Backpacker Hostel, em novembro de 2023, onde turistas recebiam doses gratuitas de uísque e vodca.
Calum misturou as bebidas com refrigerante, sem imaginar o perigo. Pouco depois, ele e vários viajantes apresentaram sintomas graves.
Seis pessoas morreram, incluindo duas jovens dinamarquesas que o britânico havia conhecido em festas locais. Outros turistas também foram hospitalizados.
O caso reforça uma prática comum em alguns países do Sudeste Asiático: a adulteração de bebidas destiladas baratas com metanol, um tipo de álcool altamente tóxico.
Mais vítimas de envenenamento por metanol na Ásia
Calum não foi o único a sofrer as consequências. Simone White, britânica de 28 anos, também consumiu as bebidas oferecidas no mesmo albergue e acabou hospitalizada. Apesar dos esforços médicos, ela entrou em coma e morreu dias depois.
“É muito difícil aceitar o que aconteceu. Nada vai trazer Simone de volta”, disse sua mãe, Sue, em entrevista.
Casos semelhantes vêm sendo registrados em diferentes países da região. Em Bali, a escocesa Kirsty McKie morreu após consumir álcool adulterado.
Já em Sumatra, a jovem Cheznye Emmons ingeriu gim que continha 66 mil vezes o limite legal de metanol, o que resultou em sua morte.
O que é o metanol e por que ele é tão perigoso
O metanol é um álcool presente em combustíveis, solventes e anticongelantes. Diferente do etanol, usado em bebidas, ele é altamente tóxico para o organismo humano.
De acordo com a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), apenas 30 ml de metanol podem ser fatais. Os sintomas de intoxicação incluem dores de cabeça, náusea, tontura e visão turva.
Como esses sinais se parecem com os de uma ressaca comum, muitas vítimas só procuram ajuda quando já é tarde.
Se o diagnóstico ocorrer entre 10 e 30 horas após a ingestão, o tratamento com diálise pode salvar vidas. Caso contrário, as complicações podem evoluir para coma, cegueira permanente e morte.
O alerta para turistas no Sudeste Asiático
O envenenamento por álcool adulterado é um problema recorrente em países como Laos, Vietnã e Indonésia. Especialistas alertam que bebidas muito baratas, vendidas em bares e albergues, podem estar contaminadas.
Calum, que agora aprende a usar uma bengala e aguarda um cão-guia, diz que sua missão é conscientizar outros viajantes: “Há muitas cervejas saborosas no Sudeste da Ásia. Evitem destilados gratuitos. Eu sobrevivi, mas muitos não tiveram a mesma sorte”, afirmou.