A Força Espacial dos EUA rastreia mísseis em tempo real e fortalece as forças armadas com tecnologia avançada de defesa global.
A Força Espacial dos Estados Unidos, por meio de seus “guardiões”, tem intensificado a vigilância global, rastreando mísseis lançados em qualquer ponto do planeta. Operando a partir da base Buckley, no Colorado, os militares norte-americanos identificam em tempo real os lançamentos e orientam medidas defensivas.
O sistema foi decisivo em abril, quando o Irã atacou uma base americana no Catar. Segundo a coronel Ann Hughes, o alerta antecipado salvou vidas e evitou uma tragédia.
A crescente tensão no Oriente Médio e na Europa tem exigido atenção redobrada da unidade, que já considera o espaço uma zona de combate.
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A atuação estratégica dos “guardiões” no rastreamento de mísseis
Na base Buckley, os membros da Força Espacial — chamados de guardiões, e não soldados — operam diante de monitores que exibem dados via satélites militares.
Eles detectam os lançamentos por meio da assinatura térmica dos mísseis, encaminhando rapidamente as informações para as unidades de defesa.
Durante o ataque iraniano à base de al-Udeid, por exemplo, a equipe conseguiu antecipar o trajeto dos projéteis e acionar os sistemas de proteção em solo. A operação foi essencial para proteger as forças americanas no Oriente Médio.
Domo de Ouro: o escudo antimísseis em construção pelos EUA
O projeto mais ambicioso da Força Espacial é o Domo de Ouro, inspirado no sistema israelense Domo de Ferro. Com orçamento inicial de US$ 175 bilhões, o programa visa proteger o território americano de ameaças de mísseis, especialmente os hipersônicos, que ultrapassam cinco vezes a velocidade do som.
A base de Buckley já concentra parte das operações do novo escudo. Entre radomes gigantes — estruturas que protegem antenas parabólicas — e rastreadores de frequência espacial, o local está no centro da modernização militar dos EUA.
China e Rússia impulsionam forças espaciais
De acordo com o general David Miller, chefe do Comando de Operações Espaciais, a pressão por maior capacidade defensiva surge diante de ameaças diretas de países como China e Rússia, que testam tecnologias de ataque espacial e mísseis de última geração. A Força Espacial responde desenvolvendo interceptores que operam em órbita.
A coronel Phoenix Hauser, da unidade Delta 7, monitora milhares de satélites e destaca que o espaço já é um ambiente militarizado, com equipamentos de interferência, lasers e braços robóticos que ameaçam a integridade de satélites aliados.
Guerra eletrônica e ofensivas militares no espaço
A recente Operação Martelo da Meia-Noite, liderada pelos EUA contra alvos nucleares iranianos, revelou o poder da integração entre a Força Espacial e outras divisões militares.
Bombardeiros B-2 contaram com suporte eletrônico avançado para manter a comunicação via GPS mesmo sob tentativas de bloqueio.
O coronel Angelo Fernandez, da unidade Delta 3, afirma que as antenas móveis usadas pela força conseguem “derrubar comunicações inimigas” e abrir corredores aéreos seguros. O domínio do espectro eletromagnético foi essencial para o sucesso da ofensiva.
Forças Armadas dos EUA priorizam domínio espacial
Para os altos comandos militares, manter a superioridade no espaço é vital para a segurança nacional. O presidente Donald Trump, que criou a Força Espacial durante seu mandato, já havia descrito o espaço como “o novo campo de batalha”.
O general Miller reforça que o espaço é uma área “altamente disputada”, e alerta: “Quando as Forças Armadas americanas se concentram em algo, Deus os ajude!”. Essa visão reflete o papel central que o controle espacial ocupa hoje dentro da estratégia militar dos EUA.