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Falta de mão de obra encarece o mercado de câmbio brasileiro e preocupa instituições

Escrito por Sara Aquino
Publicado em 08/09/2025 às 09:23
A escassez de mão de obra no mercado de câmbio eleva custos e torna a contratação de profissionais especializados cada vez mais demorada e cara.
A escassez de mão de obra no mercado de câmbio eleva custos e torna a contratação de profissionais especializados cada vez mais demorada e cara. Imagem: Empiricus
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A escassez de mão de obra no mercado de câmbio eleva custos e torna a contratação de profissionais especializados cada vez mais demorada e cara.

O mercado de câmbio brasileiro enfrenta uma escassez crítica de mão de obra especializada, que dificulta as contratações e pressiona o setor. Executivos de casas de câmbio e corretoras, como OZ Corretora e Broker Brasil, relatam que a busca por profissionais qualificados pode levar mais de seis meses, especialmente por conta das exigências complexas de compliance em um ambiente regulatório em constante mudança.

Esse cenário eleva os custos de retenção e formação, afetando especialmente as empresas de médio porte.

A situação é preocupante porque a demanda por serviços cambiais cresce rapidamente, enquanto a oferta de talento não acompanha.

Crescimento acelerado do mercado de câmbio – e falta de mão de obra para sustentar

O mercado de câmbio brasileiro tem acelerado seu crescimento. Segundo a Associação Brasileira de Câmbio (Abracam), o volume de transações no mercado primário saltou de US$ 1,3 trilhão em 2020 para US$ 1,8 trilhão em 2024, um aumento de aproximadamente 30%.

Apesar desse avanço, a formação e contratação de profissionais não acompanharam a evolução do setor.

A falta de mão de obra especializada tornou-se o principal entrave para sua expansão sustentável.

Dificuldade na contratação e papel crítico do compliance

Uma pesquisa com associados da Abracam revelou que empresas do setor podem levar mais de seis meses para preencher vagas especializadas.

Nesse contexto, o compliance — ou seja, o conjunto de ações que garantem o cumprimento das normas regulatórias — destaca-se como um dos requisitos mais rígidos e exigidos, tornando a seleção ainda mais complexa. “A busca é desafiadora diante das constantes alterações nas normas exigidas pelo regulador, sendo compliance a mais crítica para encontrar profissionais especializados”, afirma José Clovis Rodrigues da Rocha, diretor da OZ Corretora de Câmbio.

Competição acirrada por talentos eleva custos no mercado de câmbio

Nesse quadro, grandes instituições financeiras disputam os mesmos profissionais que corretoras menores. Essa competição intensa acaba elevando os custos de retenção.

O CEO da Broker Brasil, Airton da Silva Júnior, observa: “Grandes instituições disputam os mesmos talentos que as pequenas e médias instituições, o que eleva custos de retenção e pressiona as empresas de médio porte a investir ainda mais em formação interna.”

Escassez de mão de obra especializada no mercado de câmbio

A falta de candidatos qualificados para atuar em compliance, análise regulatória e operações cambiais torna a contratação um processo lento e custoso.

A ausência de mão de obra preparada exige investimentos internos em treinamento, que, no entanto, não são suficientes para suprir a demanda.

A força do mercado de câmbio e os desafios para suprir mão de obra

Com o volume de operações crescendo 30 % em quatro anos, o mercado de câmbio espera que as instituições ampliem sua infraestrutura.

Entretanto, esse avanço é prejudicado pela dificuldade de formar ou trazer profissionais adequados, especialmente em áreas estratégicas, como regulamentação e análise de risco.

Competitividade, custos e o impacto na estrutura das empresas de câmbio

A competição por talentos torna-se mais acirrada, especialmente entre grandes e médias empresas.

Enquanto isso, o custo de contratar e reter aumenta, obrigando corretoras menores a ampliarem seus programas internos de qualificação, elevando ainda mais os gastos operacionais.

Contexto e implicações futuras

Diante dessa escassez de mão de obra, o mercado de câmbio pode enfrentar atrasos em projetos críticos e dificuldade para acompanhar o ritmo de crescimento. Para mitigar esse cenário, é necessário fortalecer:

  • Programas de formação técnica e regulatória em parceria com instituições educacionais.
  • Iniciativas do setor e do governo para atrair e capacitar talentos jovens.
  • Estratégias de retenção em empresas menores, com foco em cultura organizacional e oportunidades de crescimento profissional.

Além disso, o setor deve apostar na autorregulação como forma de reduzir a complexidade regulatória, sem comprometer a integridade das operações.

Isso facilitará a entrada de novos profissionais e a adaptação ao ambiente regulatório.

A escassez de mão de obra qualificada no mercado de câmbio brasileiro representa um obstáculo significativo para sua consolidação e expansão.

Com o volume de operações em alta e a competição por talentos cada vez mais feroz, instituições de todos os portes enfrentam pressão para recrutar, reter e formar profissionais especializados em compliance e operações financeiras.

Investir em formação, cooperação institucional e políticas de incentivo será fundamental para assegurar a sustentabilidade do setor e garantir que o crescimento não seja freado pela falta de mão de obra.

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Sara Aquino

Farmacêutica Generalista e Redatora. Escrevo sobre Empregos, Cursos, Ciência, Tecnologia e Energia, Geopolítoca, Econômia. Apaixonada por leitura e escrita.

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