Com motor monocilíndrico de 198 cm³, refrigeração líquida, potência de 20,4 cv e torque de 1,8 kgfm, a nova Shineray Storm 200 alia painel digital, freios ABS nos dois canais, tanque de 13 litros e autonomia de 500 km para desafiar rivais japonesas
A Shineray Storm 200 surgiu como uma das principais apostas da marca chinesa para conquistar espaço no concorrido segmento de motos de uso misto no Brasil.
Lançada em 2024, ela se diferencia por oferecer uma proposta mais moderna e tecnológica, tentando superar a imagem de simplicidade que ainda marca alguns modelos da fabricante.
O grande destaque da moto está em sua autonomia: com tanque de 13 litros, ela é capaz de rodar até 500 km sem reabastecer.
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Esse número chama atenção em um mercado onde a economia e a praticidade muitas vezes determinam a escolha do consumidor.
Porque autonomia elevada significa menos paradas no posto e maior confiança em trajetos mistos, a Storm 200 já nasce com um diferencial competitivo.
Autonomia como trunfo da Storm 200
O tanque de 13 litros não é o maior da categoria, mas aliado ao motor de 198 cm³ garante uma média que pode alcançar cerca de 500 km por abastecimento.
Portanto, para quem utiliza a moto diariamente na cidade e ainda busca se aventurar em pequenas trilhas nos fins de semana, a Storm oferece um equilíbrio interessante.
Essa autonomia coloca o modelo em vantagem em relação a algumas concorrentes diretas, que têm tanques menores ou consomem mais.
Além disso, a Shineray conseguiu alinhar eficiência e desempenho, mantendo a moto com potência de 20,4 cv a 9.000 rpm e torque de 1,8 kgfm a 7.500 rpm.
Ficha técnica completa e pacote tecnológico
A Storm 200 também surpreende pelo pacote de equipamentos. Equipada com suspensão dianteira invertida e monoamortecedor na traseira, oferece mais estabilidade em terrenos variados.
Conta ainda com freios ABS nos dois canais, tecnologia full LED em todo o conjunto óptico e painel digital moderno, acompanhado de entrada USB para carregar dispositivos móveis.
O câmbio de seis marchas ajuda a explorar melhor o desempenho do motor monocilíndrico de refrigeração líquida, um avanço em relação à simplicidade de modelos anteriores da marca. Com peso de 194 kg e altura de 1.285 mm, a Storm é robusta, transmitindo sensação de maior porte.
Design crossover e uso urbano
No design, a Shineray apresenta a Storm 200 como uma crossover. A posição de pilotagem é bem vertical, lembrando uma trilheira, mas as rodas revelam traços urbanos.
Isso reforça a proposta de moto híbrida, que atende tanto ao deslocamento diário quanto a aventuras em estradas de terra leves.
Esse conceito pode atrair consumidores que querem fugir da mesmice das japonesas, mas sem abrir mão de um conjunto de recursos atualizados.
Comparação com a SHI 175 e reposicionamento da marca
A chegada da Storm 200 marca um reposicionamento da Shineray no Brasil. Até então, o destaque da marca estava na SHI 175, modelo de entrada que em 2025 aparece como a 6ª moto mais vendida da categoria, graças ao preço de apenas R$ 15.490.
No entanto, a SHI 175 é uma moto muito simples e sem garantias de longa permanência no mercado. A Storm 200, ao contrário, mostra a intenção da marca de competir em patamares mais altos, mesmo sem a confirmação oficial de que substituirá a irmã menor.
O preço e o desafio no mercado brasileiro
O ponto que pode atrapalhar a Storm 200 é justamente o preço. Hoje ela parte de R$ 21.590, valor bastante próximo de rivais consagradas como a Honda NXR 160 Bros, que custa a partir de R$ 21.320. Nesse cenário, o consumidor tende a optar pela tradição das marcas japonesas, que dominam o mercado há décadas.
Ainda assim, a Shineray tenta convencer pelo pacote de equipamentos superior, pela autonomia maior e pela garantia de dois anos. É uma jogada ousada para uma marca que sempre competiu pelo custo mais baixo.
A Storm 200 é mais que uma simples evolução dentro da Shineray: ela representa uma tentativa clara de ganhar respeito no segmento das trilheiras urbanas.
Seu tanque de 13 litros e autonomia de 500 km são argumentos fortes, assim como os recursos modernos que dificilmente aparecem em motos da mesma faixa de preço.
Entretanto, para realmente conquistar espaço, será necessário que a Shineray mantenha consistência na estratégia, já que disputar de igual para igual com Honda e Yamaha exige mais que tecnologia: demanda confiança do consumidor e constância no mercado.