Gigante do petróleo avalia aquisição bilionária que pode remodelar o setor energético global, reacendendo discussões sobre fusões, mercado e geopolítica.
Shell e BP têm sido alvo de especulações sobre uma possível fusão, que, se efetivada, poderia ser a maior operação do setor do petróleo em décadas.
Segundo reportagem publicada pelo jornal Estadão, as informações sobre o possível negócio vieram à tona a partir de negociações iniciais entre as duas gigantes do setor. Eis os principais pontos do processo, organizados segundo a pirâmide invertida:
Negociações entre Shell e BP
A Shell iniciou conversas iniciais para adquirir a rival BP, em um movimento que, se concretizado, ultrapassaria os US$ 83 bilhões da fusão entre Exxon e Mobil, conforme revelou o Estadão em sua apuração de 25 de junho de 2025.
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A BP tem valor de mercado de cerca de US$ 80 bilhões, portanto, um eventual prêmio de aquisição poderia elevar a transação a cifras inéditas.
Fase inicial e declarações oficiais
Fontes consultadas indicam que as conversas estão em estágio inicial e evoluem “lentamente”, sem garantias de fechamento.
BP tem se mostrado reticente quanto à venda.
Em teleconferência, CEO e CFO afirmaram que preferem recomprar suas próprias ações a ceder à proposta.
Por sua vez, a Shell, por meio de porta-voz, negou negociações e classificou o assunto como “especulação de mercado”, afirmando que “nenhuma negociação está em andamento”.
O jornal também apontou que os rumores de fusão circularam com intensidade no mercado financeiro internacional, refletindo a sensibilidade dos investidores diante de potenciais movimentos bilionários no setor de energia.
Negação da Shell e barreiras legais
A empresa reforçou que “não fez qualquer abordagem” e “nenhuma conversa está ocorrendo”, citando seu foco em desempenho, disciplina e simplificação.
Além disso, afirmou que, acionadas as regras de fusão do Reino Unido, ficaria impedida de lançar proposta nos próximos seis meses.
De acordo com o Estadão, essas limitações legais têm impacto direto nas estratégias de curto prazo da companhia.
Dados financeiros das companhias
BP vale aproximadamente US$ 80 bilhões e possui dívida líquida de US$ 27 bilhões.
Shell está avaliada em cerca de US$ 208 bilhões.
A BP tem enfrentado baixa rentabilidade: lucro do 1.º trimestre caiu quase 50%, para US$ 1,4 bilhão, e suas ações recuaram mais de 30% no ano.
A ativista Elliott Investment Management controla cerca de 5% do capital da BP e pressiona por cortes e venda de ativos.
Shell, por sua vez, registra lucros robustos — US$ 5,6 bilhões no 1.º trimestre — e segue comprando ações próprias, no valor de cerca de US$ 3 bilhões por trimestre, há 14 trimestres consecutivos.
Estimativas de sinergia e obstáculos estratégicos
Consultores da Shell estariam avaliando a viabilidade da aquisição, mas a decisão final dependeria de queda adicional no preço do petróleo e da ação da BP.
Análises financeiras indicam que uma união poderia gerar sinergias de cerca de US$ 6 bilhões em economia de custos, além de reforçar a presença no mercado de GNL e na região do Golfo do México.
Porém, há preocupações significativas:
Matemática financeira: Shell argumenta que recompras de ações trazem mais retorno que uma fusão.
Endividamento crescente da BP e a possível diluição da dívida do grupo unificado.
Regulação antitruste: grande sobreposição de postos de gasolina no Reino Unido e outras regiões, exigiria venda de ativos.
Intervenção governamental: o Reino Unido pode se opor à aquisição de um “campeão nacional” por rival, especialmente em contexto geopolítico.
Complexidade interna: a divisão de trading da BP é considerada um possível “poison pill”, dado seu lucro significativo.
O Estadão ressalta ainda que analistas do setor veem a transação como altamente complexa, exigindo aval de órgãos reguladores de múltiplos países.
Comparações e implicações globais
Seria a maior operação do setor desde as conversas entre Exxon e Chevron durante a pandemia, que não avançaram.
A junção criaria um gigante europeu de energia, com cerca de 23% do mercado global de GNL, além de reforçar operações upstream em América do Norte, África e Ásia.
Situação atual e visão do mercado
Por ora, as partes negam negociações.
A Shell, impedida por regras locais, não pode formalizar proposta nos próximos seis meses.
Analistas consideram que, mesmo com fundamentos financeiros robustos, barreiras regulatórias e operacionais seguem limitando o avanço imediato da fusão.
Possíveis impactos no Brasil
Uma eventual fusão impactaria globalmente os mercados de combustíveis, inclusive o brasileiro, potencialmente alterando preços de referenciamento, investimentos em biocombustíveis e projetos de exploração no pré-sal.
No entanto, ainda não há sinais de mudança imediata no cenário nacional.
Diante dos potenciais ganhos em escala e eficiência, mas também dos riscos financeiros, regulatórios e operacionais, você acredita que uma fusão entre Shell e BP seria benéfica ou prejudicial ao futuro do setor de energia global?
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