A Shell reportou lucro trimestral de US$ 5,4 bilhões e anunciou uma recompra de ações de US$ 3,5 bilhões, impulsionada pelo forte desempenho operacional e pela valorização do mercado de petróleo.
A gigante britânica Shell surpreendeu o mercado financeiro nesta quinta-feira (30) ao divulgar um lucro ajustado de US$ 5,4 bilhões no terceiro trimestre, superando as expectativas de analistas e reafirmando sua força no competitivo setor global de petróleo e energia.
O resultado ficou acima das projeções compiladas pela LSEG, que estimavam US$ 5,05 bilhões, e também das previsões internas da companhia, que apontavam para um ganho de US$ 5,09 bilhões. Embora o lucro tenha sido menor que os US$ 6 bilhões registrados no mesmo período de 2023, o desempenho foi impulsionado pela forte atuação em trading, marketing e operações de águas profundas, especialmente no Golfo do México e no Brasil.
Shell mantém ritmo de recompra de ações e reforça política de valorização ao acionista
Como parte de sua estratégia de retorno ao investidor, a Shell anunciou uma recompra de ações de US$ 3,5 bilhões ao longo dos próximos três meses. O movimento mantém a política adotada há quatro anos — este é o 16º trimestre consecutivo com recompras superiores a US$ 3 bilhões, demonstrando estabilidade e confiança na geração de caixa da companhia.
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De acordo com o CEO Wael Sawan, “a Shell entregou mais um conjunto sólido de resultados, com avanços claros em nosso portfólio e excelente desempenho em nosso segmento de Marketing e em ativos de águas profundas no Golfo do México e no Brasil”.
Mesmo com uma leve queda de 0,6% nas ações listadas em Londres no dia do anúncio, os papéis da empresa acumulam valorização de mais de 16% em 2025, superando o desempenho de rivais como BP, TotalEnergies e Equinor.
Dívida em queda e fluxo de caixa robusto
O relatório financeiro do terceiro trimestre também destacou uma redução na dívida líquida, que passou de US$ 43,2 bilhões para US$ 41,2 bilhões, reforçando o equilíbrio financeiro da companhia.
O fluxo de caixa das operações (CFFO) somou US$ 12,2 bilhões, frente aos US$ 14,7 bilhões no mesmo período do ano anterior. Embora o recuo indique um ambiente de preços mais moderados do petróleo Brent, a Shell manteve investimentos sólidos de US$ 4,9 bilhões no trimestre, focando em ativos de alta rentabilidade e projetos estratégicos em energia renovável e gás natural.
Concorrência global acompanha desempenho misto no mercado de petróleo
O resultado positivo da Shell contrasta com o desempenho de algumas concorrentes europeias. A TotalEnergies, por exemplo, relatou uma leve queda no lucro trimestral, compensada pelo aumento da produção de petróleo e gás. Já a Equinor, da Noruega, apresentou uma queda mais acentuada que o esperado, com lucro operacional ajustado de US$ 6,21 bilhões entre julho e setembro.
As americanas Exxon Mobil e Chevron ainda devem divulgar seus resultados, enquanto a britânica BP apresentará os números na próxima semana. O setor, no entanto, enfrenta um cenário de pressão sobre os dividendos e necessidade de redução de custos, à medida que o mercado de petróleo se ajusta à volatilidade dos preços internacionais.
Shell aposta na eficiência e no crescimento sustentável
Com operações em mais de 70 países, a Shell tem se adaptado às novas demandas da transição energética global. A empresa vem diversificando seus investimentos em gás natural liquefeito (GNL), biocombustíveis e captura de carbono, sem abrir mão do protagonismo no mercado de petróleo — que ainda responde pela maior parte do seu faturamento.
O desempenho trimestral mostra que, mesmo em um contexto de preços mais baixos do barril, a Shell mantém alta eficiência operacional e forte geração de valor para seus acionistas. Além disso, a companhia continua ampliando sua presença em regiões estratégicas, como o Brasil, onde participa de projetos de águas profundas e reforça o papel do país como centro relevante para sua produção global.
Com o novo ciclo de recompra de ações e resultados acima do esperado, a Shell reafirma sua posição como uma das principais potências energéticas do mundo, combinando rentabilidade, estabilidade financeira e visão de longo prazo para o setor de petróleo.


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