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Setor produtivo pede mais subvenção do seguro rural no Brasil para enfrentar mudanças climáticas, crédito agrícola limitado e riscos crescentes no campo

Escrito por Rodrigo Souza
Publicado em 22/09/2025 às 16:06
O seguro rural se tornou um dos assuntos mais discutidos no agronegócio brasileiro nos últimos meses.
O seguro rural se tornou um dos assuntos mais discutidos no agronegócio brasileiro nos últimos meses. (Foto: MAPA)
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O setor produtivo defende maior subvenção do seguro rural no Brasil diante das mudanças climáticas, do crédito agrícola limitado, do aumento dos riscos no campo, da alta taxa Selic e da modernização em debate no Congresso Nacional

O seguro rural se tornou um dos assuntos mais discutidos no agronegócio brasileiro nos últimos meses. O tema ganhou força porque agricultores e pecuaristas vêm enfrentando situações cada vez mais complicadas no campo.

As mudanças climáticas estão trazendo chuvas irregulares, secas inesperadas e temperaturas diferentes do habitual.

Além disso, conseguir crédito agrícola nos bancos tem ficado mais difícil, já que as instituições financeiras exigem garantias cada vez mais rígidas. Isso aumenta a insegurança de quem produz alimentos no país.

Em São Paulo, um seminário reuniu representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Banco Central, Congresso Nacional, governo estadual, Sociedade Rural Brasileira e várias entidades ligadas ao setor produtivo, segundo uma matéria publicada.

O encontro reforçou um ponto: o seguro rural precisa ser fortalecido com mais subvenção do governo e participação das próprias cadeias produtivas.

Esse movimento pode mudar a forma como o campo brasileiro lida com perdas, riscos e planejamento.

O debate também trouxe novas propostas, como a criação de um fundo específico para catástrofes, além de um projeto de lei que pretende modernizar a política de seguro rural no Brasil.

A mensagem foi clara: não basta apoiar o crédito agrícola, é preciso priorizar mecanismos que protejam quem está na linha de frente da produção.

A transição entre crédito e proteção

O seguro rural tem ganhado espaço nas discussões porque muitos acreditam que ele já é mais necessário que o crédito em certas situações.

Guilherme Campos, secretário nacional de Política Agrícola do Mapa, destacou que os recursos do Plano Safra cresceram desde 2023, mas a adesão dos produtores caiu em 2024.

Entre os motivos apontados estão a taxa Selic em 15%, o aumento de pedidos de recuperação judicial e a dificuldade em planejar safras com clima tão instável.

Já Carlos Ernesto Augustin, assessor especial do ministro da Agricultura, ressaltou que chegou a hora de discutir se o país deve priorizar a subvenção ao crédito ou ao seguro rural.

Ele lembrou que o modelo atual não atende mais à realidade do campo. O crédito segue importante, mas sozinho não garante a sobrevivência dos produtores diante de tantas perdas causadas por eventos climáticos extremos.

Essa mudança de foco significa que parte do apoio que antes era concentrado em financiamentos pode migrar para fortalecer diretamente o seguro rural.

Assim, os produtores teriam mais segurança para assumir riscos em suas lavouras e criações.

Seguro rural e o projeto de lei 2951/2024

Um dos pontos de maior destaque no debate foi o projeto de lei 2951/2024, que tramita no Congresso Nacional. Ele propõe atualizar a forma como o seguro rural é estruturado no Brasil.

Além de ampliar a subvenção econômica ao prêmio, o texto traz a ideia de um fundo suplementar, chamado Fundo Catástrofe, voltado a situações em que os riscos superam a cobertura das seguradoras.

O projeto foi elogiado por representantes de diferentes setores, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).

Todas defenderam a importância de modernizar o seguro rural e torná-lo mais acessível para pequenos, médios e grandes produtores.

A proposta de envolver o próprio setor produtivo no financiamento do seguro rural também apareceu nas discussões.

Essa alternativa busca dividir responsabilidades entre governo, produtores e empresas, tornando o sistema mais sustentável no longo prazo.

Tecnologia e novas metodologias de análise

Outro ponto abordado foi a inovação no funcionamento do seguro rural. Técnicos da Embrapa Agricultura Digital e do Mapa mostraram iniciativas que estão sendo aplicadas para reduzir riscos e melhorar as condições de contratação.

Um exemplo é o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), ferramenta que indica os períodos mais adequados para o plantio de acordo com cada região e cultura.

Além disso, está em teste uma nova versão chamada Zarc com nível de manejo. Esse modelo foi implantado de forma piloto em Londrina (PR), focado na soja.

A ideia é simples: quanto mais tecnologias e boas práticas o produtor adotar em sua lavoura, mais vantajosas podem ser as condições do seguro rural. Três seguradoras já demonstraram interesse em participar dessa experiência.

Esses avanços mostram como ciência e inovação podem andar lado a lado com a proteção do campo.

Com base em dados e análises, o seguro rural pode ser ajustado de forma mais justa e eficiente, dando mais tranquilidade aos produtores que arriscam todos os dias para garantir alimentos à população.

O papel das instituições públicas e privadas

O seminário realizado em São Paulo também destacou a importância de instituições públicas e privadas trabalharem juntas para fortalecer o seguro rural.

O Mapa, o Banco Central, a Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo e o Congresso Nacional já demonstraram alinhamento com o tema.

Além deles, entidades representativas da produção e do setor de seguros reforçaram o apoio.

O diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Mapa, Diego Melo de Almeida, lembrou que mecanismos como o Zarc já fazem parte do seguro rural, mas precisam ser mais difundidos.

O seguro rural ganhou força porque agricultores e pecuaristas vêm enfrentando situações cada vez mais complicadas no campo.
O seguro rural ganhou força porque agricultores e pecuaristas vêm enfrentando situações cada vez mais complicadas no campo. (Foto: Pexels)

O pesquisador da Embrapa, Eduardo Monteiro, ressaltou que a modernização depende de estratégias integradas e adaptadas ao que os produtores realmente enfrentam no campo.

Esse conjunto de esforços mostra que o seguro rural não é apenas uma questão financeira, mas também de segurança alimentar e de manutenção da produção em todas as regiões do país.

A soma de crédito responsável, apoio público, inovação tecnológica e participação do setor produtivo pode trazer equilíbrio para a atividade agrícola e pecuária no Brasil.

No final das contas, o seguro rural deixou de ser visto apenas como uma opção e passou a ser tratado como parte essencial do futuro do agronegócio.

As mudanças climáticas, a dificuldade no crédito agrícola, os debates sobre o Fundo Catástrofe e o projeto de lei 2951/2024 colocaram esse tema no centro das atenções.

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Rodrigo Souza

Jornalista formado em 2006 pelo UNI-BH e com mais de 15 anos de experiência na produção de conteúdo otimizado para sites e blogs. Sou apaixonado pela escrita e sempre prezo pela credibilidade. Ao longo da minha carreira, já prestei serviço para diversos portais de notícias e agências de marketing digital na produção de matérias jornalísticas e artigos SEO.

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