Investimentos históricos no setor portuário prometem transformar a logística brasileira, com obras inéditas como o primeiro túnel submerso da América Latina, ampliação da capacidade em Santos, dragagem em Paranaguá e concessão pioneira de hidrovias.
O governo federal prevê R$ 30 bilhões em investimentos no setor portuário até 2026, com mais de 60 leilões programados.
A projeção foi apresentada pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, durante o Fórum de Infraestrutura, em São Paulo.
Entre os projetos destacados estão o Túnel Santos-Guarujá, o novo terminal de contêineres Tecon Santos 10, a primeira concessão de dragagem no Porto de Paranaguá e a outorga da hidrovia do Rio Paraguai.
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Expansão de concessões e novos aportes
Silvio Costa Filho afirmou que 2024 foi “o melhor ano das concessões na história do Brasil”, com contratos de infraestrutura somando mais de R$ 200 bilhões.
Para os portos, o plano do governo inclui obras de modernização e manutenção, além da criação de novos corredores logísticos.
Segundo o ministro, as ações fazem parte do Plano Nacional de Logística, com metas traçadas até 2035.
O túnel submerso entre Santos e Guarujá
O Túnel Santos-Guarujá terá seu leilão realizado em 5 de setembro de 2025.
Com investimentos estimados em R$ 6 bilhões, o projeto é desenvolvido em parceria entre a União e o governo de São Paulo e foi oficialmente apresentado como o primeiro túnel submerso da América Latina.
A licença ambiental prévia já foi emitida, e o edital republicado trouxe ajustes regulatórios para reduzir riscos na obra.
A expectativa é de maior fluidez logística no acesso ao Porto de Santos, além de ganhos para a mobilidade urbana da Baixada Santista.
Tecon Santos 10: aumento da capacidade operacional
Outro destaque da carteira é o Tecon Santos 10, previsto para leilão no segundo semestre de 2025, após análise do TCU.
O terminal receberá R$ 5,6 bilhões em investimentos ao longo de 25 anos e deve ampliar em 50% a capacidade de movimentação de contêineres em Santos.
O porto, que já é o maior da América Latina, contará ainda com outros aportes, somando R$ 12,5 bilhões em parcerias público-privadas até 2028.
Paranaguá terá dragagem concedida à iniciativa privada
A concessão de dragagem no canal de Paranaguá (PR) inaugura um modelo inédito no País.
Com previsão de R$ 1 bilhão em investimentos, o contrato permitirá a manutenção permanente do calado e maior previsibilidade na atracação de navios.
O projeto, já aprovado pelo TCU, deve servir de referência para o Porto de Santos, que terá modelo semelhante a partir de 2025.
Hidrovias ganham espaço na agenda de concessões
O Rio Paraguai deve receber a primeira concessão hidroviária do Brasil, em trecho localizado no Mato Grosso do Sul.
O edital está em fase final de análise no TCU e prevê manutenção de calado mínimo de 2 metros na seca e 3 metros no período de cheia.
A expectativa é reduzir custos logísticos em até 40% e impulsionar o transporte sustentável.
Também estão em estudo as hidrovias do Madeira, Lagoa Mirim, Tocantins e Tapajós.
Aviação com mais investimentos e passageiros
Além da pauta portuária, o ministro destacou os programas voltados à aviação. Em 2022, o Brasil transportou 98 milhões de passageiros.
Para 2025, a estimativa do MPor é atingir 135 milhões. O programa AmpliAR destina R$ 1,25 bilhão à aviação regional, beneficiando 19 aeroportos de 11 estados.
Já o Investe + Aeroportos prevê R$ 4,5 bilhões em obras e melhorias para aumentar a eficiência do setor.
Porto de Santos em números
Em 2024, o Porto de Santos movimentou 179,8 milhões de toneladas, sendo 131,3 milhões exportadas e 48,5 milhões importadas.
O faturamento anual chegou a R$ 200 bilhões, com cargas enviadas a mais de 200 países.
China e Estados Unidos seguiram como os principais destinos.
Entre os produtos com maior participação estão:
- Algodão (96%)
- Suco de laranja (90%)
- Açúcar (72%)
- Café (76%)
- Carne bovina (67%)
- Milho (38%)
- Soja (31%)
Cenário econômico e impacto social
Em sua palestra, Silvio Costa Filho ressaltou a queda do desemprego para 5,8%, considerado o menor índice já registrado.
Ele também apontou o crescimento do PIB nos últimos dois anos como prova de estabilidade para atrair investimentos.
O ministro afirmou que a atual carteira de concessões está gerando impactos positivos no mercado de trabalho e ampliando oportunidades em diferentes setores da economia.
Com obras já projetadas, estudos em andamento e investidores nacionais e estrangeiros acompanhando de perto os leilões, o setor de infraestrutura avança em ritmo acelerado.
A grande dúvida agora é como essas transformações vão se refletir no dia a dia de quem depende dos portos, das hidrovias e dos aeroportos para produzir, exportar e circular pelo Brasil.