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Setor nuclear discute avanços do cenário energético brasileiro em evento Nuclear Legacy 2022, no Rio de Janeiro

Escrito por Paulo Nogueira
Publicado em 09/11/2022 às 15:35
Governo autoriza a retomada das obras de construção da Usina Nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro
Obras da Usina nuclear de Angra 3

Nuclear Legacy 2022 destaca publicamente os grandes feitos e personalidades do setor no Brasil; Mauricio Tolmasquim, ex-ministro, é presença confirmada

Nos dias 16 e 17 de novembro, a ABDAN (Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares) discutirá os grandes feitos do setor nuclear brasileiro e homenageará aqueles que fizeram a diferença ao longo de 2022 no evento ‘Nuclear Legacy 2022’, realizado em um lugar histórico do Rio de Janeiro, o Palácio do Itamaraty, no centro da cidade. O evento é realizado para seletos convidados e acontece desde 2017, sendo um dos mais reconhecidos e respeitados do setor no país.

O evento terá a participação do Mauricio Tolmasquim, ex-Ministro de Minas e Energia do Brasil. Importante figura no setor, foi o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, uma entidade afiliada ao Ministério de Minas e Energia.

Para o presidente da Associação, Celso Cunha, a iniciativa de destacar publicamente os grandes avanços do segmento joga luz sobre sua capacidade de transformar o país. “É o momento em que declaramos que o Brasil está pronto e tem as pessoas certas para avançar com suas políticas nucleares”, afirma.

No primeiro dia serão promovidas rodas de debate ao vivo com participantes das empresas associadas da ABDAN sobre temas variados no setor. Assim como palestras e apresentações realizadas por personalidades relevantes do segmento. No segundo dia, haverá um evento para promover networking e prestigiar iniciativas marcantes do cenário nuclear em 2022. Serão homenageadas personalidades do setor em 6 categorias: Medicina Nuclear, Relações Institucionais, Comunicação, Desenvolvimento do Setor Nuclear, Pesquisa e Inovação, Tecnologia e Defesa.

O Engenheiro Celso Cunha está no comando da ABDAN desde 2017 e foi eleito novamente para o período entre 2022 e 2024. Nesse tempo à frente da Associação, Cunha conseguiu, juntamente com a diretoria, avanços significativos para o setor. O executivo é vice-presidente do Fórum das Associações do Setor Elétrico; dos Conselhos de Energia e Desenvolvimento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Rio, membro do Fórum de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados do Estado do Rio e também Conselheiro da Latina American Section /ANS.  Foi Secretário Municipal de Economia, Desenvolvimento Energético e Tecnologia de diversas cidades do Estado do Rio de Janeiro, como Paracambi, Nova Iguaçu e Niterói.

Setor nuclear e visto como parte da solução para os desafios energéticos do país

Atualmente, a energia nuclear é responsável por 3% da matriz energética no Brasil. A emissão de gás efeito estufa é praticamente zero, ela não libera nem dióxido de carbono (CO2), nem enxofre, nem mercúrio no meio ambiente. O país tem a 7ª maior reserva de urânio do mundo, e sinalizou a construção de 8 a 10 novas usinas até 2050.

Uma usina de reator duplo que ocupa cerca de 400 mil metros quadrados tem capacidade de abastecer 2 milhões de residências. É o caso, por exemplo, de Angra 1 e Angra 2, que juntas podem fornecer energia elétrica para mais de 3 milhões de residências. Se uma pessoa usasse energia nuclear durante toda sua vida, o lixo resultante seria suficiente apenas para encher uma latinha de refrigerante.

Tecnologia nuclear na alimentação e medicina

Um grande exemplo de inovação no setor de geração de energia que são os SMRs – Small Modular Reactors. De tamanho reduzido e com um plano de integração simples, os pequenos reatores modulares podem substituir a potência elétrica de muitas plantas de carvão e de gás, reduzindo emissões e alcançando localidades dificilmente acessíveis ou isoladas.

Já no segmento alimentar, podemos destacar a técnica de conservação por exposição à radiação ionizante, menos comentada aqui no Brasil, porém uma realidade muito comum em países como Estados Unidos, México, Austrália e vários países da Ásia. Trata-se de uma técnica segura e simples, uma vez que o produto pode ser tratado já na sua embalagem final e nenhuma adição química é realizada.

Tratar alimentos com radiação, além de prolongar sua vida útil, traz outros benefícios: reduz patógenos e retarda processos naturais fisiológicos, realiza a desinfestação de insetos e garante a segurança fitossanitária para exportação. É um processo limpo e seguro e os alimentos tratados com radiação são naturais, saudáveis e permanecem frescos por mais tempo.

Na medicina, o setor também exerce forte atuação e é fundamental. Porém o Brasil ainda está caminhando a passos não muito rápidos. Atualmente o país depende de outros para conseguir matéria prima. A tecnologia nuclear desempenha um papel significativo no setor médico, com a produção de isótopos médicos para o desenvolvimento de procedimentos diagnósticos e terapêuticos. Todos os anos, milhões de pacientes em todo mundo se beneficiam da medicina nuclear em o diagnóstico e tratamento, como por exemplo com o câncer de tireoide.

PROGRAMAÇÃO 16/11

  • Local: Palácio do Itamaraty – RJ Avenida Marechal Floriano Peixoto, 196 – Centro
  • 9H00 | Recepção
  • 9H15 | Abertura do evento

10H00 | Painel: Passado, Presente e Futuro da Tecnologia Nuclear Brasileira

  • Palestrante: Leonam Guimarães – Engenheiro Nuclear da ETN
  • Debatedores: Leonardo Dalaqua Junior, Coordenador Técnico da AMAZUL
  • Ruan Nunes, Vice-presidente da Rosatom America Latina
  • Rafael Madke – presidente do Grupo RPH
  • Claudia Goulart – presidente da Eckert & Ziegler
  • 11H20 | Intervalo

11H40 | Painel: Transição Energética Brasileira

  • Palestrante: Mauricio Tolmasquim, Professor da UFRJ
  • Debatedores: Alexandre Honaiser, diretor-presidente da Framatome
  • Prof. Nivalde, coordenador do GESEL (pela Tractebel)
  • Antonio Ramiro, diretor adjunto da Tecnatom
  • Rick Springman, vice-presidente da Holtec

13H30 | Brunch

Sobre a ABDAN:

A ABDAN atua há 35 anos no mercado Brasileiro de atividades voltadas para o apoio ao segmento nuclear. Possui como objetivo principal fomentar um ambiente de negócios e promover o desenvolvimento e a aplicação da tecnologia nuclear no Brasil. A associação conta com mais de 30 empresas associadas – que fazem parte das mais importantes dos segmentos de bens de capital, medicina nuclear, construção e montagem, consultoria e engenharia, operação de usinas e de unidades fabris de sistemas e equipamentos. É a única associação do mundo que tem acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica e Associação Nuclear Mundial. https://abdan.org.br/

Paulo Nogueira

Com formação técnica, atuei no mercado de óleo e gás offshore por alguns anos. Hoje, eu e minha equipe nos dedicamos a levar informações do setor de energia brasileiro e do mundo, sempre com fontes de credibilidade e atualizadas.

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