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Setor de petróleo e gás cresce, mas sofre com escassez de mão de obra e busca capacitação para sustentar expansão

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 27/06/2025 às 18:51
Setor de petróleo e gás cresce, mas sofre com escassez de mão de obra e busca capacitação para sustentar expansão
Foto: IA
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Setor de petróleo e gás cresce com novos investimentos, mas sofre com escassez de mão de obra. Capacitação é prioridade para sustentar expansão no Brasil.

O setor de petróleo e gás está pronto para uma nova fase de expansão no Brasil, impulsionado pelos leilões de novas áreas, descobertas de campos e investimentos em infraestrutura que prometem gerar empregos, movimentar a economia e consolidar o país como potência energética. Mas, apesar das projeções otimistas, o segmento enfrenta um gargalo que ameaça limitar a velocidade desse crescimento: a escassez de mão de obra qualificada, especialmente em funções operacionais e técnicas, que são fundamentais para manter plataformas, refinarias e novos campos funcionando.

A falta de profissionais prontos para atuar nos desafios da produção em águas ultraprofundas, nos projetos de gás natural e nas novas tecnologias voltadas à descarbonização, expõe um problema que vai muito além do recrutamento: é uma questão de capacitação de profissionais para um setor que está mudando rapidamente e que exige um olhar mais estratégico para formação de talentos.

Investimentos bilionários e o desafio de encontrar profissionais

Durante o SP Offshore 2025, evento realizado em Santos, a Petrobras reafirmou o plano de investir US$ 111 bilhões nos próximos anos, sendo US$ 77 bilhões voltados para exploração e produção, com boa parte dos recursos concentrados no litoral paulista, especialmente na Bacia de Santos e em regiões ainda em fase exploratória, como a Margem Equatorial.

Esse volume expressivo de investimentos representa não apenas a expansão da produção, mas também a necessidade urgente de ampliar o quadro de profissionais para suprir as operações em expansão.

Mas não se trata apenas de ter mais pessoas disponíveis. O setor de petróleo e gás precisa de profissionais com habilidades específicas para atuar em um ambiente que mistura tecnologia de ponta, segurança operacional e adaptação às demandas de transição energética.

Sem isso, o crescimento projetado corre risco de ficar no papel, já que não há tecnologia que funcione sem quem opere, gerencie e mantenha as plataformas e unidades flutuantes de produção.

Por que falta mão de obra em um setor que paga bem?

Com salários atrativos, que podem partir de R$ 5 mil e ultrapassar R$ 20 mil em cargos de liderança técnica, pode parecer contraditório que falte gente para trabalhar no setor. Mas a realidade mostra que, apesar da remuneração, há um déficit na formação de profissionais alinhados ao ritmo das transformações do setor de petróleo e gás.

A pandemia também deixou cicatrizes, com aumento de 31% nos custos operacionais, o que exige eficiência de cada operação e profissionais cada vez mais preparados para garantir que os investimentos sejam convertidos em resultados.

Outro ponto é que a geração que está chegando ao mercado busca flexibilidade e novos formatos de trabalho, enquanto o offshore ainda exige presença física e dedicação intensa, principalmente em turnos embarcados. Essa diferença de expectativa entre mercado e força de trabalho precisa ser equilibrada, e empresas têm se movimentado para tornar o setor mais atraente.

Capacitação vira prioridade nas empresas e no mercado

Para contornar a escassez de mão de obra, empresas do setor estão investindo em capacitação interna como estratégia para desenvolver profissionais que ainda não possuem todas as habilidades necessárias.

A PRIO, por exemplo, criou uma universidade corporativa que foca em desenvolvimento técnico e comportamental, garantindo que os colaboradores evoluam em sintonia com os objetivos da empresa. Já a Equinor reforça que o planejamento estratégico precisa estar conectado aos programas de formação, para que o desenvolvimento de talentos acompanhe as metas de crescimento da companhia.

O Senai também foi destacado no SP Offshore 2025 como parceiro fundamental nessa jornada, atualizando cursos técnicos e alinhando currículos às necessidades reais do setor, desde a operação em plataformas até funções de suporte em terra, garantindo uma formação mais direcionada e prática.

Oportunidade para jovens e para a diversidade no setor

A falta de profissionais abre portas para quem busca uma carreira sólida em um setor estratégico para a economia brasileira. Para muitos, o setor de petróleo e gás pode parecer tradicional e fechado, mas há espaço para crescimento, estabilidade financeira e oportunidades de desenvolvimento rápido, inclusive sem exigência de formação superior em muitos casos.

Além da capacitação técnica, o setor começa a olhar com mais atenção para a diversidade como diferencial competitivo. Hoje, apenas 5% das pessoas que atuam em plataformas offshore são mulheres, e mudar esse cenário é uma necessidade para trazer novas perspectivas, aumentar a inovação e refletir melhor a sociedade dentro das operações.

Capacitação como chave para sustentar a expansão do setor

Os próximos anos serão decisivos para o setor de petróleo e gás no Brasil. A combinação de novos leilões, descobertas de campos e os investimentos bilionários previstos pelas grandes operadoras pode consolidar o país como um dos grandes polos de energia no mundo.

Mas para que isso aconteça, é preciso investir em capacitação, planejamento de mão de obra e estratégias para tornar o setor mais atrativo para os jovens profissionais.

Sem profissionais capacitados, as plataformas não operam, os FPSOs não produzem e os investimentos não geram os retornos esperados. O setor está em uma encruzilhada: o potencial de crescimento é enorme, mas só será alcançado se houver gente preparada para fazer isso acontecer.

Para quem deseja ingressar em uma carreira que paga bem, oferece estabilidade e oportunidades de crescimento rápido, o setor de petróleo e gás está cheio de portas abertas. Mas é preciso estar preparado — e o mercado, finalmente, começa a entender que investir nas pessoas é tão importante quanto investir em equipamentos e infraestrutura.

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Aislan
Aislan
03/07/2025 08:13

E reportagem mentirosa vixeeeeee

Klleber
Klleber
03/07/2025 02:20

Isso é uma tremenda mentira pois estou desempregado tenho vontade de trabalhar e cadê a folha para contratar onde está a empresa que contrata??? Bem estou aqui meu e-mail minha carteira estou vazia é só p me falarem onde eu posso me cadastrar que eu irei correndo estou aqui beleza

Helenaldo Pimentel de Santana
Helenaldo Pimentel de Santana
02/07/2025 08:07

Bom dia! Me desculpem, mas a reportagem está complemente mal editada. Trabalhadores com larga experiência tem bastante só que a maioria das empresas nao contratam profissionais com idade acima dos 50 anos! Esses profissionais são capacitados e inclusive podem com suas experiências ensinar os mais jovens a trabalharem de forma correta e segura, nas diversas operações que acontecem em unidades de perfuração ou produção como: NS, SSS,PA ou FPSO.

Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos acessíveis, bem apurados e de interesse coletivo. Para sugestões de pauta, correções ou contato direto: deborasthefanecruz@gmail.com

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