O campo brasileiro registrou resultados históricos no 2º trimestre de 2025, com avanços expressivos na pecuária de corte, leite, suínos e ovos. Pela primeira vez, as fêmeas superaram os machos no abate de bovinos, marcando uma virada inédita no setor
O abate de bovinos no Brasil registrou forte alta no 2° trimestre de 2025, mostrando a força do agronegócio nacional. Segundo o IBGE, foram abatidas 10,46 milhões de cabeças, número 3,9% maior que o do mesmo período de 2024 e 5,5% acima do 1° trimestre de 2025.
O crescimento corresponde a 395,98 mil animais a mais que no ano anterior, com aumento em 20 das 27 unidades da federação. Maio foi o mês de maior atividade, com 3,59 milhões de cabeças, um avanço de 4,9% frente ao mesmo mês de 2024.
Pela primeira vez desde 1997, as fêmeas superaram os machos no número de animais abatidos. O abate de fêmeas subiu 16% em relação ao 2° trimestre de 2024, alcançando o maior nível da série histórica.
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Segundo a gerente da pesquisa, Angela Lordão, a alta foi impulsionada pela demanda externa por animais jovens, principalmente novilhas, que representaram 33% das fêmeas abatidas.
Mesmo com queda no abate total de bovinos em Mato Grosso, estado líder no setor, o abate de fêmeas cresceu por causa do aumento de novilhas enviadas aos frigoríficos.
Produção de suínos atinge maior nível da série histórica
O abate de suínos também teve resultado positivo. Foram 15,01 milhões de cabeças no 2° trimestre de 2025, alta de 2,6% ante 2024 e de 4,1% frente ao 1° trimestre de 2025.
O volume representa 385,93 mil animais a mais que no ano anterior e foi puxado por aumentos em 12 das 26 unidades da federação pesquisadas. Este foi o maior resultado trimestral da série histórica iniciada em 1997, especialmente nos meses de maio e junho.
Angela destacou que o avanço se deve ao maior consumo interno, favorecido por cortes de preparo rápido e preços acessíveis, além de campanhas de qualidade. As exportações também colaboraram, com demanda forte das Filipinas e crescimento para Chile e Japão, compensando a queda nas compras da China.
Gripe aviária afeta desempenho dos frangos
Já o abate de frangos totalizou 1,64 bilhão de cabeças no período. Houve aumento de 1,1% em relação ao 2° trimestre de 2024, com 18,44 milhões de animais a mais, mas queda de 0,4% frente ao 1° trimestre de 2025.
O crescimento foi registrado em 19 das 26 unidades da federação pesquisadas. No entanto, o setor sofreu impacto com um caso de gripe aviária em uma granja comercial do Rio Grande do Sul, em maio.
As exportações brasileiras de carne de frango caíram 12,8% na comparação anual, após restrições de mercados importadores. Alguns países limitaram apenas os produtos do Rio Grande do Sul, enquanto outros, como a China, suspenderam compras de todo o Brasil.
Captação de leite bate recorde para um segundo trimestre
A aquisição de leite cru alcançou 6,50 bilhões de litros no 2° trimestre de 2025. O volume representa alta de 9,4% sobre 2024, embora tenha recuado 1,0% frente ao 1° trimestre de 2025.
Trata-se do maior valor já registrado para um segundo trimestre desde o início da série histórica, em 1997. A região Sul respondeu por 40,7% da captação, seguida pelo Sudeste (35,9%), Centro-Oeste (10,5%), Nordeste (9,4%) e Norte (3,5%).
Segundo Angela, fatores como clima favorável, oferta de alimentos de qualidade e investimentos maiores ajudaram a impulsionar a atividade. O avanço garantiu recorde na captação do 1° semestre de 2025.
O preço médio pago ao produtor foi de R$ 2,75, com alta de 5,4% sobre 2024 e leve queda de 0,4% frente ao 1° trimestre. Dos 559,06 milhões de litros a mais captados em relação a 2024, 20 das 26 unidades da federação tiveram aumento na produção.
Couro registra alta na comparação anual
A aquisição de couro também avançou. No 2° trimestre de 2025, os curtumes pesquisados declararam ter recebido 10,75 milhões de peças, alta de 4,6% sobre 2024 e queda de 0,1% ante o trimestre anterior.
A maior parte teve origem em matadouros frigoríficos e na prestação de serviços, que somaram 92,7% do total captado no período.
Produção de ovos cresce e se aproxima de 1,3 bilhão de dúzias
A produção de ovos de galinha somou 1,24 bilhão de dúzias, alta de 6,2% sobre o mesmo período de 2024 e de 2,9% frente ao 1° trimestre de 2025.
Foram 72,39 milhões de dúzias a mais que no 2° trimestre de 2024, com aumentos em 23 das 26 unidades da federação pesquisadas.
Mais da metade das granjas, 1.141 (54,6%), produziram ovos para consumo, representando 83% do total. Outras 949 (45,4%) focaram em ovos para incubação, respondendo por 17% da produção.